O dia seguinte chegou como um golpe seco. A luz atravessava as cortinas pesadas do quarto e se espalhava pelo lençol amarrotado, onde os nossos corpos ainda estavam entrelaçados. Mas mesmo o calor do nosso reencontro não foi suficiente para aplacar o gosto amargo que carregávamos. Helena dormia, o rosto calmo, os cabelos espalhados sobre o travesseiro. Parecia uma pintura viva, feita pra ser admirada de longe… e protegida de perto. Me levantei devagar, vestindo apenas a calça do pijama de linho. Fui até o closet, peguei meu celular e liguei para Marco, meu segurança pessoal e braço direito. — Quero tudo sobre os últimos passos do Armando. Se ele respirar, eu quero saber. Se ele falar com alguém, eu quero ouvir. Nada pode escapar. — Entendido, senhor. — a voz do outro lado soou tensa. —

