Domínio

1150 Words

O sol daquela manhã surgiu preguiçoso por trás das palmeiras, aquecendo suavemente os lençóis brancos da cama enorme onde Helena ainda dormia, com o corpo semi-coberto e a expressão serena de quem, pela primeira vez em muito tempo, não sentia medo. Eu estava ali, encostado no batente da porta de vidro que dava para a varanda, observando o mar e escutando o som ritmado da respiração dela atrás de mim. Algo em mim tinha mudado. A necessidade de dominar, de controlar, de antecipar cada passo, havia cedido espaço a algo mais simples — e ao mesmo tempo mais complexo: deixar que ela escolhesse ficar. Quando Helena acordou, me chamou com a voz baixa e sonolenta. Me virei devagar e sorri. — Tá tudo bem? — perguntei, me aproximando. Ela assentiu com um leve sorriso. — Tá sim. Estranhamente bem.

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