As mãos tremiam. Meu peito subia e descia com tanta força que parecia que meu coração ia romper as costelas. O vento cortava meu rosto no alto do terraço, mas eu nem sentia. Minha camisa estava suada, colada no corpo. Meus olhos não conseguiam se desviar da beirada de onde Henrique havia caído. A cena voltava à minha cabeça como um filme de terror repetitivo, cada segundo congelado na memória. — Nicolas… — a voz da Helena veio baixa, embargada, como se não acreditasse no que tinha acabado de acontecer. Ela estava pálida, as mãos na boca, os olhos arregalados, o corpo trêmulo. Mas, acima de tudo, havia algo novo no olhar dela. Algo que me doeu mais do que qualquer soco que já levei na vida. Medo. Ela estava com medo de mim. Sem pensar, tirei o celular do bolso e disquei. — Alô? — Vic

