Passei os dias seguintes entre reuniões vazias e noites insones. Nada do que eu fazia preenchia o buraco que Helena deixava cada vez que se afastava de mim. E ela sabia disso. Sabia do poder que tinha sobre mim, mesmo sem dizer uma palavra. E era justamente isso que me enlouquecia — essa liberdade que ela carregava no olhar, essa rebeldia que me desafiava o tempo inteiro.
Na terceira noite desde nossa última conversa, ela voltou para casa. Entrou como se fosse dona de tudo, como se aquele lugar — aquele mundo — ainda pertencesse a ela. E de fato, pertencia. O que ela não sabia era o quanto eu precisava que fosse assim.
Eu estava no escritório, com a gravata frouxa e um copo de uísque na mão, quando ouvi seus passos se aproximarem. Ela parou na porta e cruzou os braços.
— Estava me esper
