Eu não podia, não conseguia simplesmente deixar Helena atravessar aquela porta como se nada tivesse acontecido. Como se o que vi hoje não tivesse destruído tudo que restava em mim. Não depois de tudo. Não depois daquele beijo. Não depois dela me olhar com aquele misto de desprezo e cansaço, como se eu fosse um peso. Ela desceu o último degrau com passos firmes, mas eu também desci atrás. Quando ela estendeu a mão pra maçaneta da porta da sala, fui mais rápido. Me joguei à frente e a fechei com força. Tranquei. Tirei a chave do bolso e a enfiei no meu. — Nicolas… não começa. — ela disse, já impaciente. — Você não vai sair daqui. — falei, encarando firme. — Não enquanto a gente não resolver isso. De verdade. Ela cruzou os braços. — Resolver? Você acha que trancar uma pessoa resolve algum

