Na manhã seguinte, Victor me ligou. Eu estava no escritório da empresa, olhando para a tela do computador, sem conseguir focar em absolutamente nada. O nome dele piscou no celular e meu estômago revirou. Atendi com a mão trêmula. — Fala. — Já foi feito — ele disse, direto, sem rodeios. Houve um silêncio entre nós. Eu sabia o que aquilo significava, e por mais que uma parte de mim tivesse implorado por aquilo, a outra parte... a que ainda era humana... sentiu o peso. Não perguntei como, nem onde, nem se houve resistência. Só desliguei. O necessário tinha sido feito. Heitor estava fora da equação. Não haveria mais olhares, toques, provocações. E acima de tudo, ele nunca mais tocaria na Helena. Nunca mais. Mas mesmo com o problema resolvido, nada dentro de mim se ajeitou. Não me senti em

