Na manhã seguinte, ouvi os passos de Helena pelo corredor antes mesmo de abrir os olhos. Ela estava andando de um lado para o outro, inquieta. Meu corpo ainda estava exausto da noite em claro, mas algo dentro de mim despertou assim que ouvi a porta do quarto se abrir com força. — A gente precisa conversar. Agora — ela disse, firme, com os olhos faiscando. Sentei-me devagar na cama, observando-a. A forma como ela se mantinha ereta, os punhos cerrados, os olhos azuis reluzindo em desafio... Ela estava linda. E furiosa. — Então fala, Helena. Ela respirou fundo e começou a andar pelo quarto. — Eu não aguento mais essa prisão invisível. Você me cerca, controla, invade minha liberdade... — Seus olhos se encheram de lágrimas, mas ela piscou rápido, como se quisesse sufocar o choro. — Ontem v

