No dia seguinte, quando abri os olhos e vi Helena deitada ao meu lado, por um segundo achei que tinha sonhado. A luz suave da manhã entrava pelas frestas da cortina, dourando o contorno do rosto dela, aquele rosto que eu conhecia melhor que o meu. Os cabelos estavam soltos sobre o travesseiro, e os cílios ainda pesavam no sono. Eu não me mexi. Fiquei ali, só observando... tentando gravar cada detalhe, com medo de que se eu respirasse mais fundo ela desaparecesse. Depois de alguns minutos, ela abriu os olhos. Me olhou em silêncio. Não houve sorriso, nem carinho. Mas também não houve rejeição. Apenas um olhar firme. Verdadeiro. — Dormiu bem? — perguntei, quase sussurrando. Ela assentiu, sem desviar os olhos de mim. — E você? — Só dormi porque você tava aqui. Helena virou de lado, me en

