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Amanda - Parte III

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Blurb

Nenhuma história deve ser vivida sozinha, nenhuma história deve ser contada sozinha. Se no começo o sentimento era de uma contra o mundo todo, hoje ninguém duvida de que são cinco unidos por toda vida.

Amanda ama Davi e ama ainda mais a Rebeca que ama Murilo que também ama Davi que hoje ama Olívia.

A dor de um é o que fere o coração dos outros, a luta do outro é o que faz cada um arregaçar as mangas e se preparar para o combate. E nunca foram poucos os combates.

A história é uma só, mas agora contada também pelas bocas de quem traçou as linhas do enredo junto com a Amanda. Ela nunca esteve sozinha e hoje sabe disso. Ela se aventurou ao andar com as próprias pernas, mas descobriu que o melhor é andar de mãos dadas, descobriu que a maior história de amor só seria verdadeira se falasse sobre amizade.

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Prólogo
Davi Não foram bonitos os dias de impasse, não são bonitos os dias em que você precisa brigar com quem gosta. Querer X enquanto o outro quer Y é f**a, rendem dias e mais dias de cara emburrada quando o que você realmente quer é tocar aquele corpo que te tira o sono e a vontade de trabalhar. Amanda não queria morar comigo e esse foi o nosso primeiro impasse como um casal porque eu queria e queria muito. E hoje sentindo o cheiro dela na minha cama, o cabelo bagunçado em cima do travesseiro enquanto suspira fundo me mostrando que está tendo um sono agitado tenho a certeza que fiz a escolha certa. Ela não mexe muito enquanto dorme, só quando está acordando como agora, ela sempre me procura nessa hora como pra garantir que eu ainda esteja lá ao lado dela, sem abrir os olhos ela jogava os braços em cima do meu peito, quando me encontrava dormia mais, quando não dava logo um jeito de levantar. Uma vez saí da cama mais cedo e fiquei a observando dormir, eu vi a hora em que ela se virou na cama tentando encontrar o lado mais quente e não achou, ela abriu os olhos relutantes e fez uma cara de desagrado até me ver parado ainda dentro do quarto e perguntar o que eu fazia fora da cama. Desde então eu sempre a espero acordar, nem que eu precise acelerar esse processo. Beijei a testa dela, ela ainda não estava acordada de fato, mas o sono agitado me deixou preocupado, passei meus dedos pelos braços dela que cruzavam o meu peito. Ela abriu os olhos. - Bom dia. – me adiantei. Ela esfregou os olhos e se espreguiçou antes de me responder. - Dormiu bem? – perguntei. - Dormi. – mentiu. - Não dormiu não. – insisti. Ela me olhou por alguns instantes como se o que falasse demorasse ainda pra fazer sentido na cabeça recém desperta dela. Depois me abraçou de novo e deitou a cabeça no meu peito ainda preguiçosa. - Acordei muitas vezes essa noite. – disse com voz de sono. - Eu percebi. Ela não disse mais nada me fazendo supor que estava de olhos fechados de novo, não estava totalmente desperta ainda. - Por quê? – perguntei. - Porque o quê? - Por que acordou tantas vezes? - Não sei, não tive pesadelos. - Você estava agitada. - Acho que é a volta às aulas, semestre passado foi tão puxado, só de pensar que as aulas do mestrado vão voltar eu tenho calafrios. - Mas você sempre dá conta, Bonita. - Mas não deixo de sofrer por isso. – agora sim ela parecia mais desperta. - Beca me ligou ontem também. - O que ela disse? - Ela tá m*l, a situação com a Preta parece não andar, ela está bem nervosa com isso. - É o problema com o tio? - Enquanto ele não for descartado como opção para ficar com a guarda da Preta ela continua fora da lista para adoção. - Será que não seria melhor pra Preta ficar com o tio? É a família dela, afinal. - Esse tem sido o grande problema entre a Beca e o Murilo. Murilo acha que ela está se precipitando, que eles deviam esperar e que ela não está pensando no melhor pra criança e é claro, ela não aceita isso. - Essa história com a Mel mexeu com todo mundo, vai ser difícil pra gente virar essa página. - Murilo quer que ela faça terapia. – ela fazia círculos no meu peito com o dedo indicador. - Já devia ter começado, é muito pra qualquer pessoa lidar. - Ele disse que faz com ela também. - Eu tenho insistido com ele sobre isso. Cara, eles perderam uma filha! Eles já deveriam ter procurado ajuda há muito tempo. - Não gosto de ver os dois desse jeito. - Aqueles dois se amam, eles vão se consertar. - Mais isso acaba com qualquer convivência. A Beca não fala de outra coisa e não aceita ceder enquanto que o Murilo quer puxar o freio. - Parecem com a gente alguns meses atrás, a gente se acertou, eles se acertam também. - Mas isso é em proporção muito maior, Bonito. – protestou. - Eu sei, mas não quer dizer que eles não podem se acertar também. – meu otimismo era mais pra acalmá-la, eu sabia o quanto aquela situação era delicada. - Eu devia fazer alguma coisa, eu sou amiga dela, né. - Você já faz tudo que pode. - Talvez eu deva dizer que ela não sabe o que é melhor para a Preta, talvez eu deva ficar ao lado do Murilo nessa, quem sabe assim ela não ouve. - Mais do que a Preta quem precisa de ajuda é a Beca, Bonita, não vai ser com todo mundo contra que ela vai ficar melhor. - E o que eu faço? - Continua fazendo o que você sempre fez. Ela precisa da amiga dela, ela já perdeu uma filha não dá pra perder você também. - Amo você. – me disse em tom de agradecimento. - Também amo você, Bonita. - Agora arruma meu café? - Com prazer. – sorri com a exigência em forma de pergunta, eu sempre arrumava o café pela manhã, o tempo dela era muito mais corrido do que o meu e eu gostava de ir pra cozinha por ela. Beijei a boca dela antes de me levantar da cama, ela continuou lá ainda com cara de quem não tinha certeza se estava acordada ou não. Eu estava de costas quando ela chegou à cozinha, me abraçou por trás, as mãos pequenas no meu peito, o calor dela em mim. - Achei que eu ia ter que levar o café na cama pra você. - Até que eu queria, tá cedo demais pra eu sair da cama em um domingo, mas fiquei com saudades. Beijou minhas costas. - Eu amo essa casa, amo essa cozinha e amo você nela. – me disse suspirando. - Uma bela mudança de opinião em tão pouco tempo, meses atrás você não queria nada disso. - Só Deus sabe o quanto eu estava errada. - Eu também sei. - Obrigada por ter quisto isso comigo. – agora de frente pra mim fazia um gesto com as mãos que mostrava o nosso redor. - De nada. – sorri convencido. O dia que ela me ligou propondo comprar esse apartamento foi um dos dias mais felizes da minha vida, mesmo eu tendo dito que aceitava esperar até que ela estivesse pronta pra dar esse passo eu esperava era por aquele telefonema. Nem dois meses depois a gente já tinha juntado as trouxas e vindo pra cá, a escova de dente dela perto da minha. Não fizemos grandes reformas no apartamento por isso só demoramos o tempo da decoradora fazer seu trabalho de mobiliar e decorar. Desde então eu vivo em uma constante lua de mel. Ela botou a mesa como sempre fazia, usando os nossos melhores talheres, nossas melhoras xícaras e nossa melhor toalha, ela sempre fazia isso aos finais de semana. Da cozinha eu a observava ajeitar o pires com orgulho de homem completo, feito na vida, sucesso na carreira e sucesso na cama, eu havia deixado essa mulher escapar tantas vezes por entre meus dedos e agora ela arrumava a mesa com os itens que tínhamos gastado horas pra comprar juntos enquanto eu mantinha minha promessa de sempre cozinhar para ela. - Eu vou sentir saudades de você com mais tempo pra mim. – eu disse pra ela. - Eu vou sentir saudades do meu tempo. As aulas dela voltariam amanhã e por consequência ela voltaria à dupla jornada de aula e trabalho na agência. - Você diz isso, mas gosta de ficar atolada em trabalho. - Prefiro você. Botei o suco em cima da mesa e me sentei ao lado dela, me aproximei o suficiente para beijá-la. - Vamos ficar em casa o dia todo. – propus. - Eu tava pensando em ir ao cinema. - A gente pode ir amanhã, hoje a gente fica em casa. - E eu vou contestar o homem que enche meu bucho? Hoje casa, amanhã cinema. – botou um ponto final na história. - Falei com a Olívia ontem. – mudei de assunto me lembrando da conversa com a minha irmã no dia anterior. – Ela está chateada com essa situação com a Beca também. - Eu sei. – ela disse cabisbaixa. – Ela acha que a gente está se afastando. - O que você acha? - Eu acho que juntou tudo de uma vez só, sabe, depois de muitos anos juntas eu e a Beca deixamos de morar sozinha, estamos mais atarefadas do que nunca por conta do nosso trabalho e do mestrado, agora somos “casadas” também. É claro que não está tudo como era antes, mas é normal que não esteja. - Você sente falta de como era antes? - Eu gosto da vida que eu tenho hoje e continuo vendo a Beca do mesmo jeito, quando não sou eu que estou na casa dela é ela quem está aqui. - Mas de qualquer forma eu entendi que a Olívia estava dizendo sobre o grupo. - Claro, não tenho dúvidas de que aí que está o maior problema. Somos cinco, se dois estão com problemas todos os cinco tem um problema. - Se você está se perguntando tanto sobre o que fazer pela Beca, talvez aí esteja a resposta, no grupo. *** Beca A perda é mesmo implacável, você pode ganhar dez, mas se perder um é como se perdesse tudo. Eu perdi uma filha, mas me parece que toda minha vida foi perdida com ela. Por mais que eu me esforce a seguir em frente, fazendo o que as pessoas ao meu redor aconselham é como se tudo estivesse à deriva, enquanto eu sou levada pela correnteza para um lado, vejo o Murilo ser carregado para outro e mais além minha carreira bem distante de mim. Eu aceitei a perda da Mel mesmo que ainda espere por justiça, por isso nosso processo contra o hospital e contra os médicos, eu aceitei como um fato que aconteceu e não há nada que eu possa fazer para mudar isso, mas eu ainda quero que os responsáveis paguem por isso. Ter conhecido a Preta botou um sorriso de novo no meu rosto, nunca pensei que seria uma garotinha espirituosa que me faria voltar a sorrir. Mas ao meu redor é como se todos questionassem minha sanidade mental por conta do trauma que vivi, como se tudo que eu quisesse ou dissesse fosse resultado de uma Rebeca doente e carente pela perda. Claro que a Preta preencheria o vazio dos meus braços, mas mesmo se não houvesse vazio ela se faria indispensável na minha vida porque essa é uma qualidade dela. Meu maior problema era a Preta não estar no sistema de adoção. Ela havia perdido os pais, mas havia ainda parentes da mãe que iriam ser avaliados como opções para ficarem com a guarda dela. Muitos já haviam recusado ou sido descartados, mas não todos e pelo que eu sabia do histórico de problemas nessa família eu tinha certeza de que nenhuma das opções seria indicada pra cuidar de uma criança, não melhor do que eu. Isso era óbvio, mas como eu disse todo mundo questionava meus motivos e ao invés de me ajudarem eles me olhavam e tratavam como uma louca obsessiva. A campainha trouxe as companhias que ainda me faziam bem. Primeiro entrou a Vívia, minutos depois é que a Mandis apareceu na minha porta, morávamos no mesmo prédio agora e não mais no mesmo apartamento, mas era quase a mesma coisa, sempre que uma precisava já aparecia na porta da outra. - Só vocês pra me tirarem de casa em um domingo com um namorido carente em casa. – Mandis estava tão feliz com essa nova fase do relacionamento dela e do Davi que às vezes eu perguntava se era assim que eu deveria estar me sentindo. - Davi sabe que divide você com a gente, Dita. – Vívia a abraçava, mesmo sendo irmã do Davi ela tinha um laço mais forte com a Mandis por ela ser a prima mais nova. - Vívia disse que estava vindo pra cá, por isso te chamei também, Mandis. – expliquei. - Ainda bem que me chamou, aí de vocês se reunirem sem mim. - Sentem aí, eu fiz café, vou lá pegar. Fui até a cozinha enquanto as duas conversavam sobre qualquer coisa da semana delas. - ... Mas a Maria quer viajar no próximo feriado e aí não sei o que faço. - Vívia disse frustrada quando voltei à sala. - Como está a Maria? – me intrometi, coloquei as xícaras sobre a mesinha de centro e me sentei de frente pra elas. - Bem, muito bem. - Você precisa trazer ela aqui qualquer dia. - Vou trazer, mas ela está sempre tão atolada no trabalho. – reclamou. - E pra onde ela quer viajar? – perguntei. - Pra qualquer lugar, segundo ela. Mas eu tava dizendo pra Dita que eu tinha pensado em ir para Vila dos Anjos, só que ela quer muito viajar pra descansar. E a gente ainda não fez nada desse tipo. - Vocês duas deveriam ir para Lavras Novas, é pertinho daqui e ideal pra descansar a dois. – Mandis sugeriu. - Tudo que eu e o Murilo precisamos. – soltei. - E onde ele está por falar nisso? – Vívia perguntou. - Lá em casa com o Davi. – Mandis se adiantou em responder. - Como estão as coisas entre vocês dois? – Vívia se serviu do café e me olhou, sem se importar em mudar de assunto. - Difíceis. - Vocês têm conversado? - Mandis me perguntou dessa vez. - Não como devia, é como se a gente não se entendesse, não falasse a mesma língua. - Vocês estão discordando sobre a Preta? – Vívia questionava. - Basicamente isso. Eu não sinto como se ele confiasse nas minhas decisões mais. – meus olhos marejaram. – Como se eu fosse uma louca que precisasse de tratamento e eu momento nenhum ele parasse pra me ouvir de verdade. - Vocês se amam, Beca, vocês precisam se lembrar disso. – Mandis veio se sentar ao meu lado e segurou em minhas mãos. - Eu sei, mas eu preciso que ele me ouça. É como se a gente não fosse parceiros mais. - Ele está preocupado com você. – Vívia disse. - Eu sei, mas pra mim parece que ele está mais duvidando do que se preocupando. - Ele não quer adotar a Preta? – Vívia perguntou também se sentando ao meu lado. - Ele quer, ele quis muito. – comecei a explicar. – Saímos daquela casa com a mesma vontade de ficar com ela, a gente lutou juntos pra que ela passasse um final de semana com a gente aqui em casa e conseguimos. Ele estava tão feliz quanto eu, mas à medida que o tempo foi passando e nos garantiram que seria muito difícil conseguir a guarda dela ele foi desistindo e começou a questionar meus motivos. - E você está mesmo disposta a enfrentar essa batalha sem esperança? – Vívia me confrontava. - Claro! Murilo sugeriu que entrássemos no programa de adoção e adotássemos outra criança, mas eu não quero outra criança. - Mas e se esse tio conseguir a guarda dela? Querendo ou não ele é a família dela. – Mandis expôs meu maior medo. - Sabe quantas vezes esse tal tio foi visitar a Preta nesse tempo em que ela está naquela casa? Nenhuma. – completei. – Ele sabe que ela está sozinha nessa vida, ele sabe que ela perdeu a mãe e o que ele fez por ela até agora? Isso pode, no mínimo, dizer muito a respeito do caráter dele. Ninguém nunca vai me convencer que ele pode ser uma opção decente pra cuidar dela como uma filha. - Você acha que ele não tem condições de criar a Preta? – Mandis perguntou. - Tenho certeza absoluta. – respondi com convicção. - Então nós duas vamos te ajudar a provar isso, se você estiver errada você é quem vai mudar de ideia. Aceita os meus termos? – Mandis me desafiava e eu sorri radiante por ter a ajuda delas. - O que você está sugerindo? – perguntei antes de responder. - O que tiver de ser feito pra descobrir quem é esse cara e o que ele pode oferecer para a criação da Preta, mas só se você aceitar os meus termos. - Aceito, mas os meninos não podem saber. - Então vamos aos trabalhos.

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