O MELHOR AMIGO 2

Eu sou Mariana e já passou cinco meses desde que Lucas me pedira em casamento, se eu aceitei? Lógico. Se você não leu nossa história, de como tudo começou, por favor volte e leia, é importante que você me conheça antes de mais nada. E saiba como eu vim parar aqui. Enfim, cá estou eu de novo, Mariana Colins e a minha história morna e sem sal, mas não são tão maldosos comigo. Se tem uma coisa que aprendi nessa vida, é que sempre tiramos lições de histórias nada a ver. E eu aprendi muito ano passado. Depois que Lucas me pediu em casamento naquela festa, nós fomos para casa, e teve uma "lua de mel" adiantada, era como se tudo fosse perfeito ao lado dele. Como vezes, tudo o que eu pensava era em como a vida tinha se encaixado de repente para nós dois. De manhã os beijos são os melhores, e ao entardecer tudo  o que eu quero é tomar um chocolate quente do seu lado. — Senhorita, Mariana Colins? — Meu professor chama minha atenção na frente da turma. Hoje era mais um dia em que eu perdia nos próprios pensamentos. Mas eu ainda nem estava na metade dos períodos, estávamos em julho, e tudo o que eu mais queria era férias. Que claro, já estava chegando! Mas infelizmente quando se trata de faculdade, não tem mais tanto tempo quando antigo. — Senhorita Mariana Colins?! — Ele chama novamente, com um tom de voz irritado. — Sim, professor? — Finalmente olho e pergunto, tonta. — O seu trabalho, se você fez, venha recita-lo aqui na frente. Ele tinha passado um trabalho de redação, com um tema pensado "No que as crianças pensam quando estão com medo?" dentro do contexto de um livro de psicanálise, no dia em que recebi o tema junto com o livro, confesso que ficou assustado, mas relevei quando percebi que não era só eu. E depois de ler realmente todas as páginas, a gente percebe que não era assim tão assustador quanto pensei que fosse. — Sim, claro — Digo, indo até a frente da turma e me posicionando no centro da sala, coço a garganta e tento não tremer, eu já tinha apresentado outros seminários, mas sempre que ia até a frente da classe, eu gelava para apresentar. Sabe como os cantores dizem: É como se todo show, sempre foi a primeira vez. — "As crianças..." — Falava, lendo o slide projetado na parede e com o auxilio do papel conseguiu expressar tudo aquilo que eu queria na redação, e depois de deixar-o de lado, pois eu já tinha decorado e aprendido tudo quando estava em casa — "São diferentes, elas agem de forma diferente, consequentemente, também pensa não da mesma forma..." — Eu disse várias coisas que me renderiam um oito , ou nove talvez. Resolvi me sentar assim que terminei de ler, pois o olhar do professor após a nunca leitura foi tão agradável. De verdade, acho que consegui impressiona-lo pela primeira vez na minha história acadêmica. Eu fui para o meu apartamento, e recebi uma mensagem de Lucas dizendo que iria até lá. "Pizza Trago" — foi o que ele disse. Resolvo fazer uma faxina rápida em casa, pois apesar de apertadinho, estava tudo de cabeça para baixo, fez muito tempo que eu não parava para isso. Em cinco minutos varri a casa e em mais cinco passei pano, uma das vantagens de morar em um loft é que você não gasta tempo nem dinheiro com faxina. Dez minutos depois, ele chega, eu ainda estava no banho. Quando saí, vesti minha melhor roupa — ou seja, pijama — e abraço o Lucas quando o vejo. Depois de dias ricos como este, abraça-lo era a melhor coisa do meu dia. — Oi amor — Eu digo, beijando-o suavemente. — Oi linda, tá tudo bem? — Tá, só pelo fato do meu professor ser um tremendo, mas deixa pra lá — Brinco, e ele sorri. — Você tá cheirosa. — Analisa. — Obrigado, gatinho. — Respondi e ele deu um beijo na minha bochecha. Mesmo depois de todos esses anos, ela ainda fica corada quando ele me beija. — Sabe o que foi que eu descobri hoje? — Ele pergunta, pegando uma fatia de pizza e colocando-a no prato. - O que? — Indaguei, sentando no sofá e pegando outro pedaço. Lucas se joga no sofá também. — Descobrir que conheço um de seus amigos de infância, e ele mora aqui em BH, coincidência né? — Lucas sorri depois de dizer isso, e põe um pedaço de comida na boca. — Sério? Quem? — Quis saber. — Oliver Cooper, ele trabalha na mesma empresa que eu, você acredita? E eu não sei como não nos esbarramos em São Paulo já que somos da mesma ária e ele era de lá. Oliver Cooper? Fomos namoradinhos de minha infância toda na cidade de São Paulo e e agora ele reaparece? Em Belo Horizonte? Não é possível! — O Oliver? Nossa — Digo, escondendo o entusiasmo. — Ah, então você se lembra dele. — Observa. — É que dizem que amigos de infância a gente nunca esquecem. — O ditado verdadeiro é "o primeiro amor a gente nunca esqueceu" - Lucas corrige. Eu sorrio. Ele me puxa pela cintura, e cai por cima de mim no sofá. — Toma cuidado na vida, dona Mariana — Ele brinca. — Sim senhor! — Respondi. E então ele me beija, ah, seu beijo, tão doce quanto mel.  — Como vocês se conheceram? — Perguntei. — Sei lá, nem eu entendi. A gente se esbarrou no trabalho. Papo veio papo foi, acabou que eu citei você, ele disse que te conhecia. — Hum... — Murmurei. — Por quê? Achou r**m? — Questionou, comendo mais um pedaço. — r**m? Não, não. Estranho, estranho? Talvez, o que está fazer. — Falei. — Por quê? — Ah, sei lá. Pelo que eu lembro do Oliver ele pode ser bem invasivo quando quer. A mamãe não gostava muito dele. — Vai dar tudo certo. — Como assim vai dar certo? — Você vai ver. — Ele disse, simplesmente. E antes que eu pudesse perguntar mais alguma coisa, Lucas me cobre de beijos e cócegas.