Fazendo como nos velhos tempos.

973 Words
Resolvi que iria esquecer todas essas loucuras que minha cabeça criou —ou não — e deixar de ser convencida. Ele não estava dando em cima de mim, nem querendo insinuar coisa alguma.  Deixei Oliver sozinho na cozinha após aquele episódio e retornei até a sala, e ele me segue sentando-se ao lado de Susana. Ficamos por volta de cinco minutos em completo silêncio, e mesmo que nem Lucas nem a Susana fizesse ideia do que estava acontecendo, eu sentia como se eles soubesse o motivo da minha estranheza. Resolvi abrir a boca e quebrar o gelo: — E então, onde vocês se conheceram? — pergunto, tentando aliviar a tensão nas minhas costas.  — Em um evento. Foi muita coincidência sabe, há duas semanas atrás eu estava ajudando minha mãe com o evento de moda na cidade, nos conhecemos e ficamos amigos logo de cara! - Susana disse, sorrindo e olhando para ele, que concordava sorrindo também — ele me disse que trabalhava em uma empresa e eu lembrei que o Lucas trabalhava lá agora, mas acabou que eu não tive tempo de dizer ou acabei esquecendo. Quando o Oliver voltou para BH ele esbarrou com o Lucas sem ter ideia que nos conhecíamos. — É mesmo uma baita coincidência. — Concordei.  — É, aí quando eu voltei para a segunda semana do evento, a gente ficou falando sobre o final de semana, e ele falou que conhecia um Lucas que trabalhava na mesma empresa que eu, então percebi que se tratava do mesmo o qual eu havia conhecido. — Oliver concluiu olhando para mim. — Então foi aí que ele disse que te conhece, amor. — afirma Lucas, com as mãos apoiadas na minha cintura, enquanto eu estava no seu colo. — Uma coisa levou a outra, e quando mostrei uma foto nossa ele te reconheceu.  Ergui as sobrancelhas e assenti com a cabeça, em forma de sim. — Que história complicada! — comento sorrindo — mas que bom que vocês se conheceram, assim eu e Susana nos reaproximamos. — olhei para ela que fechou os olhinhos e sorriu. Susana pediu que fossemos ao quarto de Lucas pra podermos conversar sobre coisas de melhores amigas, como nos velhos tempos. Aquilo deixou meu coração muito alegre, era sinal que finalmente estávamos bem de novo. Antes a gente trocava algumas mensagens, mas eu me sentia tão m*l por tudo que tinha acontecido que ficava difícil eu me soltar. Mas ela estando aqui é diferente. Sinto nos olhos dela que ela me perdoou de verdade. — E então, ele não é ótimo? — ela deu saltos de alegria e perguntou imediatamente que entramos no quarto. — Sim, ele é — afirmo, sentando na cama, tentando parecer feliz.  Não me entenda m*l. Eu estava feliz de verdade por ela. Mas era muito difícil quando eu tinha ressalvas sobre ele. Não quero que a Susana se magoe novamente. — Anime-se, Má! — ela me pôs esse apelido quando tínhamos em volta de 14 anos, mas eu a pedi que parasse porque eu não era malvada, agora ele me caia muito bem — nós duas temos namorados lindos e ricos! — ela comemora, sorrindo. — E o melhor é que somos todos amigos em comum!  — Susana, você mesma disse que nem estão namorando — brinquei.  - Ai, Má! Vira essa boca pra lá, ele vai me pedir em namoro, logo logo, eu estou pressentindo, ele está esquisito ultimamente, eu acho que vai acontecer. — ela inspira e suspira, provavelmente perdida em seus pensamentos. Eu franzo o nariz. — Talvez você tenha que fazer isso primeiro - falo, sorrindo maliciosamente. — Pedir o Oliver em namoro? Tá louca? — ela arregala os olhos, desaprovando a ideia — isso está contra as regras! Deus me livre. — Sabe o que está contra as regras? — pergunto, e ela ergue uma sobrancelha — deixar os garotos conversando a sós na sala. — concluo, e Susan faz que sim com a cabeça. Descemos até a sala e vimos eles jogando videogame, totalmente concentrados, a gente até ficou com pena de atrapalha-los, mas a Susan acabou espirrando e eles olharam pra trás. — Ops! — diz, pondo a mão na boca. Eu ri e coloquei a mão na cabeça. — Por que estão se escondendo? — Lucas pergunta pausando o jogo. Cheguei perto dele e depositei um beijo na sua cabeça. — A gente achou bonitinho vocês ai, todos concentrados no jogo. — eu digo, e ele franze a testa. — Espera ai - Lucas se aproxima de mim — primeiro que, bonitinho é f**o três vezes — brinca ele, e eu reviro os olhos — e depois que, desde quando você se importa com meus jogos? Ele parecia mesmo contente e admirado com o que eu tinha dito, e eu sorri, me gabando da minha generosidade. Eu sabia que o real motivo da felicidade dele era porque estávamos todos juntos ali. — Eu tenho meus talentos escondidos, você não sabia? — o provoco, e ele gargalha. Susana nos olha e coloca o dedo indicador na boca demonstrando nojo e Oliver revira os olhos, ambos se abraçam, e começam a conversar entre si. Eu começo a rir também. Sento no colo do Lucas e também começamos a conversa sobre um assunto qualquer. Não fizemos de propósito, apenas aconteceu. De repente estavam todos conversando sobre assuntos aleatórios. — Tá bom, tá bom! Chega de sessão namoro! — afirmo, me levantando. Já se passava das 19 horas da noite e estava tudo começando a ficar escuro. Aqui não costuma escurecer tão cedo, mas hoje particularmente, sim. — Vamos ao cinema? — Susana sugere, animada.  Todos concordam na mesma hora, um cinema cairia bem agora mesmo e é um programa divertido. Quatro amigos, dois casais, seria o típico encontro duplo. Depois de tantas coisas que vivemos é difícil acreditar que estamos assim. E nesse momento, cruzei os dedos para que eu não estragasse as coisas. Era mestre em fazer isso: estragar tudo quando as coisas estão finalmente bem.  
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