Preparativos.

1276 Words
De manhã bem cedo, Lucas me acordou beijando minha testa. Quando finalmente consegui abri os olhos, ele afastou as cortinas e o sol queimou meu rosto. Franzi a testa. Lucas já estava arrumado para o trabalho, ele definitivamente era alguém mais matinal do que eu. Logo em seguida, me levantei em busca de tomar uma ducha gelada para terminar de acordar, e depois tomar café da manhã e pegar meu carro para ver o salão da recepção e o pessoal da decoração. Quando pequena, eu sempre sonhei em ter meu casamento de princesas, aqueles com véu e grinalda, se pudesse, até chegaria de carruagem. Filas de pessoas se emocionando pois éramos o casal mais lindo e apaixonados de todos. Sonhava que eu meu vestido fosse ainda maior que 2 metros de cumprimento, e que eu usasse luvas cumpridas e uma penteado pomposo, como aqueles em que eu assistia em filmes. Eu cresci e mudei um pouco o meu ponto de vista. Ainda sonhava em me casar, mas pensava em algo mais íntimo, mais nosso, mais secreto, mais fiel. Parte disso é porque quando eu cresci, cresceu também a noção de responsabilidade. Casamentos podem custar muito caro. E eu preferia esbanjar na lua de mel, já que usufruiríamos daquilo melhor. Mas Lucas discorda. Ele tem um sonho grande de se casar, parecido com o que eu tinha quando era apenas uma garotinha sonhadora. Ele prometeu à sua mãe que iria lhe permitir essa honra de entrar junto a ele ao altar, já que sua outra filha, Manoela, já se casou apenas no civil.  Mas tudo bem, por ser um sonho dele, não custa realizar. Além disso, este é o único o qual eu preciso fazer um mínimo esforço para que aconteça. Todo o resto ele faz por mim e acho que isso conta. O amor está nos detalhes. — Bom dia, amor. — Disse ele, enquanto bebia um gole de café.  — Bom dia, coisa linda. — Respondi, com a toalha amarrada no cabelo na intenção de faze-lo secar mais rápido. — Quer que eu te busque hoje a tarde na faculdade? — Perguntou. — Se você quiser, sim. Mas se for muito contramão para você então não precisa... Além disso, eu vou me encontrar com a Susana para conversar sobre algumas coisas. — Que coisas? — Indagou, sorrindo. Nervoso, diria. — Coisas de menina. — Respondi, brevemente. — Também quero saber se ela têm visto a mamãe e o Tony, se eles estão bem, sabe? Ele concordou. — A mamãe não diria para mim se as coisas estivessem difíceis porque eu sei que ela não me preocupar. — Continuei. — Entende? — Claro, amor. Faça isso. — Lucas disse, depositando um beijo na minha nuca. — Queria que pudéssemos visita-los mais vezes. — Eu também. — Concordei. O motivo pelo qual não visitávamos muito nossa família era óbvio: muito trabalho e estudo. Não dá para largar tudo e a viagem não é tão curta para ir e voltar no mesmo dia. Pelo menos não sem desfalecer no final.  Finalmente terminei de me arrumar e fui ao encontro do pessoal da recepção de festas. Ao chegar lá, a menina me disse que eles tiveram um problema. Na verdade, um m*l entendido. Todas as locações para aquele dia já haviam sido alugados, mas por causa de um erro no sistema, eles nos passaram a informação errada.  — Você gostaria de remarcar? Temos vaga para o dia seguinte. — Ela se apressou em dizer, claramente m*l com toda a situação. Não queríamos remarcar. Foi o que mais conversamos antes de decidir o resto. Queremos aquela data específica pois também era o dia em que nos conhecemos, o dia em que finalmente nossas vidas se encontraram. Liguei rapidamente para o Lucas, que atendeu no segundo toque? — E aí? O que eu digo para ela? — Questionei, ao telefone. — Nossa, não acredito que isso esteja acontecendo. — Respondeu. — Não sei, Mari. A gente quis tanto essa data. — Eu sei, amor. — Precisa de festa? Eu gargalhei no momento em que ele me perguntou isso. — Lucas!  — Que foi? — Quem dá um casamento como esse que nós planejamos, e não faz um buffet depois? — Perguntei, ainda segurando o riso. — Não sei... Nós vamos casar na praia. Não acho que a recepção depois disso tenha que ser tão grande, afinal, não vem muitas pessoas para a cerimônia. Isso é algo que concordamos. Fomos bem seletivos quanto aos convidados. Cada um foi chamado sempre prezando o bem-estar coletivo. Então acabou que deixamos de fora alguns parentes inconvenientes. Tudo bem. Podem nos julgar. Mas a gente não queria que nada estragasse nosso momento. — Então? O que me diz? — Ele retomou. — Podemos dar um jantar íntimo na sua casa. — Sugeri. É óbvio que ele adorou a ideia. Todos adoramos, exceto a dona do estabelecimento de recepções, que esperou por meia hora eu terminar a ligação, para eu finalmente dizer que não iria mais precisar do seu serviço. A praia que escolhemos era perfeita. As ondas parecia que dançavam, e eu conseguia ouvia uma melodia harmoniosa saindo delas. Era tudo perfeito. De repente, sinto um frio na barriga inundar meu corpo. Estava tão perto de se tornar realidade. Mais tarde eu iria para a prova de vestidos. Liguei para a Susana que fez questão de vir e escolher comigo. Eu não contei ao Lucas que seria o dia da prova porque se não era capaz dele aparecer e estragar a surpresa. Não podia arriscar isso. Algumas horas depois, entrei na loja, e comecei a provar. Provava um e depois outro, mas nenhum desses me deixava totalmente feliz e satisfeita. Foi então quando a moça me trouxe um tomara que caia e sua saia mais pareciam plumas. Era leve, elegante, alvo mais que a neve, cinturado e longo. Nunca vi vestido que se comparasse àquele. Susana ficou boquiaberta quando eu provei-o e eu obviamente também havia amado. — Você está linda! — ela declara. — É este!!! — Obrigada, amiga. Eu estou me sentindo linda também — Sorri, emocionada e Susan também cai sorri com os olhinhos brilhando. — Estou muito feliz que esteja aqui. — Não haveria de estar em nenhum outro lugar. Por hoje era só. Já tínhamos o local, e agora, o vestido. Mais para noite escolhi a decoração, ou quase, e as meninas foram muito atenciosas comigo, depois disso vem a prova do bolo e bufê, e daí acabamos praticamente tudo, finalmente. Como escolhemos nos casar na praia então não poderíamos optar por muitas coisas. Era um casamento simples então não precisava dar trabalho. O casamento seria dia 1 de Agosto. E já estamos em 17 de Julho.  Ou seja, faltavam apenas 13 dias. Em 13 dias, eu seria dele.  Em 13 dias, minha vida mudaria para sempre. As horas foram se passando e eu me encontrei com Lucas para a prova do buffet. Admito que aproveitamos a oportunidade para encher a barriga. Eu mesma estava faminta! Depois, quando tudo finalizou, Lucas nos levava de volta para casa. Enquanto dirigia eu passava a mão nos seus cabelos sedosos.  —Eu te amo! — gritei com Lucas de repente no caminho. — Bom, não ama mais que eu. Eu te amo, Mariana Wilde! — Ele gritou de volta. — Eu te amo! — Eu te amo! - ele retornava a gritar. E assim foi o dia de preparativos para o casamento mais esperado do ano. Bem, pelo menos por mim.
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