Vamos numa viagem?
Estou naquele dia em que as coisas em minha volta começam a se mover de forma lenta. Hoje é o ultimo dia de aula antes das férias, era para ser mais empolgante. Aquele professor falando cada vez mais devagar ao meu ver e eu simplesmente não prestava atenção em nada, o tédio me dominava da cabeça aos pés. ´
- Sr. Shio, poderia me dizer o que há de tão interessante no nada?
- Hum... me desculpe professor
- Você é um aluno promissor Tatsuo, não se distraia!
- Claro, novamente me desculpe...
E ele continua a dar sua aula como se nada tivesse acontecido, escuto cochichos e começo a tentar entender o que dizem
- Se até o nerd não está prestando atenção, o dia está realmente um tédio!
NERD;significa uma pessoa muito dedicada aos estudos, que exerce atividades intelectuais muitas vezes inadequadas para sua idade; eu já estava tão acostumando a ser chamado assim que já encarava até mesmo como apelido carinhoso, mesmo entendendo que não tinha um significado tão bom para o resto das pessoas. Volto a me concentrar no nada, esta manhã está tão quente e abafada que eu até mesmo me sinto dentro de uma estufa cheia de plantas, me sinto tonto.
Sou tirado novamente dos meus pensamentos pelo meu melhor amigo, Kai Daisuke, o maior me cutuca e logo em seguida me entrega um pedaço de papel, ele não queria que o professor nos visse conversando e reclamasse, encontrei finalmente alguém mais coreto do que eu. Começamos a nos comunicar por aquele amassado pedaço de papel, parecia até mesmo o kakaoTalk primitivo.
" Vamos sair nessas férias "
" Não, quero ficar em casa "
" Você sempre fica em casa, vamos variar "
" Não Kai, você sabe que eu odeio festas "
" E eu mencionei que iríamos em festas? "
" E o que você sugere? "
" Meus pais tem uma casa de campo no interior, lá tem um lago muito bonito, vamos por favor! Vamos fazer algo diferente! Podemos ver um filme depois se quiser... "
Olho para o lado e Kai fazia gestos implorando com um fofo bico em seus enormes lábios, como ele consegue ser assim
" Tudo bem, mas se eu não gostar do local eu nem saio do quarto "
" COMO VOCÊ QUISER! AI COMO ESTOU FELIZ! ESTÁ COMBINADO ENTÃO, NEM PENSE EM DESISTIR! "
" Não vou dar pra trás, chato! "
Deixo uma risada escapar dos meus lábios antes de entregar o papel quase rasgado para Kai novamente, o maior sorri e joga o papel no lixo à distancia, como uma "cesta".
O movimento "cesta" é quando uma bola é arremessada em cheio na denominada cesta no basquete, basquete... como eu odeio esse esporte, não só porque sou r**m nele, mas porque ELE é simplesmente o melhor jogador do colégio.
Myoga Hiroshi, não há como esse nome sair da minha cabeça, simplesmente o garoto mais bonito do colégio, o mais atlético, ele somente perde um título, o de aluno mais inteligente, que o mesmo perde para mim. Uma vez as notas dele em coreano estavam horríveis e como eu sou o "nerd" fui mandado pela diretora que ajudasse Myoga, só eu sei o quanto fiquei nervoso diante do mesmo, minhas pernas tremiam e eu até mesmo esqueci como explicar determinada regra de gramática, ele deve pensar que eu tenho problemas. Ele não foi rude comigo, mas foi desinteressado, sinceramente fiquei bem frustado, não tinha vontade de continuar, mas aquele era meu dever e Hiroshi foi a maior nota da sala naquele bimestre depois da minha. Eu ainda perguntei, em um surto de coragem se Myoga queria ajuda novamente ou em outra matéria, o maior apenas deu de ombros dizendo que conseguia se virar. Será que ele não gosta de estudar ou não gosta de mim?
Sou acordado do meu hiper-sono mental novamente pelo barulho do sino que soava de forma irritante, alertando á todos que as aulas acabaram, rapidamente a sala estava vazia, com apenas duas pessoas, eu e Daisuke. Arrumávamos o material ainda conversando sobre a tal casa de campo.
- Imagina que legal vai ser!
- Não estou tão empolgado...
- Sua empolgação está sempre assim ultimamente, onde está aquele Tats que ama "aventuras"?
- Você fala como se eu tivesse 6 anos!
- As vezes eu acho que tem
Começamos a rir enquanto eu tento alcançar o maior que sai correndo após a provocação, os corredores daquele amplo espaço estavam vazios, todos com certeza já estavam em casa, estava anoitecendo então provavelmente seria o que eu e Kai faríamos também, eu nunca saio para lugar nenhum mesmo, não sou muito sociável.
- Tats, eu já vou indo Estou cansado e ainda tenho que estudar mais
Kai mesmo sendo mais descontraído que eu, tinha a cabeça mais afundada nos livros do que os que vos fala, Daisuke estudava tanto que me assustava, as notas dele não são ruins, ele fica em segundo lugar sempre, apenas naquela vez Hiroshi ficou na frente dele, mas Kai estava doente e por suas falta o descontaram pontos, ele perdeu o atestado, só lembro da cara de decepção do maior ao ver a nota, ele é alguém extremamente dedicado.
- Tudo bem, vê se não explode o próprio cerebro!
O maior sai pelo portão gargalhando. Corro meus olhos até meus pulsos para ver as horas, mas para minha surpresa meu relógio não estava ali, eu deve ter deixado ele na sala. Não sou acostumado com relógio, mas levo quando o celular descarrega, vivo o tirando por me incomodar e acabo esquecendo de colocar novamente, é tenho andado realmente muito distraído.
Ao voltar para a sala e não o encontrar finalmente lembro, eu deixei ele em cima da estante do quarto, não cheguei a traze-lo hoje. Que lerdo Tatsuo!
- HEY! Cuidado por onde anda! - Dizia Jinja
- Não tem olhos não - Dizia Hiroshi com certo tom de raiva
Ao sair da sala esbarro em Jinja Yasu-o e... Myoga Hirsohi, hoje eu estou com muito, muito, muito azar, eu preciso urgentemente voltar para casa antes que algo pior aconteça. Meu coração batia rápido em sua presença, eu apenas queria ser invisível.
- Me desculpem... com licença
- Eu te conheço! Shio Tatsuo não é? O garoto que me ajudou em coreano?
- Si-sim, sou eu
- Sabia que o conhecia de algum lugar... bom, tchau !
O ruivo dizia enquanto caminhava com Jinja até a quadra, com certeza iriam jogar, eu até mesmo iria para vê-los, mas sinceramente, estou longe de ser uma fã girl do Hiroshi, bem longe.
Ignoro todo o meu plano de ir para casa de trem e resolvo ir a pé, já estava escurecendo e sou obrigado a admitir, que a cada pessoa suspeita que passava por mim por aquelas calçadas estreitas, vazias e pouco iluminadas um medo terrível me possuía e a vontade de sair correndo em desespero me consumia de forma descomunal.
Depois de um longo caminho perturbador, chego em minha casa, tudo em ordem como sempre, cada um em seus afazeres, e como não sou de incomodar resolvo ir para o meu quarto direto. Ao chegar no quarto me dispo e tomo um banho quente bem relaxante, ao sair da minha doce imersão escuto batidas na porta, o que é algo incomum sendo que nesse momento minha mãe estaria ocupada demais pintando para me dar algum tipo de atenção.
- O que houve mãe?
- A mãe do Daisuke ligou e falou sobre você e o Daisuke irem para a casa deles no interior durante as férias
- Ia falar com a senhora sobre isso praticamente nesse momento
- Tudo bem, como suas notas estão boas eu irei deixar, acho que será bom você relaxar um pouco
- Obrigado mãe
- E tambem porque terei que fazer uma pequena viagem para expor minhas obras
- Vai para onde?
- Los Angeles
- LA é visto como uma pequena viagem para a senhora?
- Enfim, como não estará em casa não sentirá minha falta...
- Tudo bem, espero que se divirta, pretendo ir dormir agora...
- Está bem, boa noite filho
- Boa noite mãe
Fecho a porta e em seguida me jogo naquela cama quente e fofinha, puxo meu celular do carregador que eu havia posto na comoda e o ligo. Logo vejo notificações de Kai no kakao talk ordenando que eu arrumasse as malas que passaria aqui em casa de manhã de carro para me buscar, não tive tempo de responder antes de cair em letargia.
- Na manhã seguinte
Acordo me sentindo mais leve, não sei porque, mas me sinto confiante para essa viagem, nem sei quanto tempo irei ficar por lá, mas me sinto feliz por não precisar ficar em casa
Abro novamente o chat do kakao e vejo 38 mensagens de Kai, porém somente uma realmente me chamou a atenção
- PEGA O ARMÁRIO INTEIRO, A GENTE FICARÁ AS FÉRIAS INTEIRAS LÁ!
AS FÉRIAS INTEIRAS? Um Mês? Não que eu não queira, mas tem horas que enjoou e quero voltar para casa, é terei que aguentar, eu prometi ao Daisuke não dar pra trás, afinal vai ser divertido, dois idiotas, um lago lindo e filmes a noite inteira, o sonho de uma adolescente mimada e sua melhor amiga.
Olhei para meu celular novamente e lá havia uma ultima mensagem de Jin.
- Vou te buscar 7:30, esteja pronto!
Olho para o relógio e qual foi a minha surpresa ao ver que já era 6:45 e eu demoro muito para arrumar mala
E é nesse momento que é possível se ver um Tatsuo correndo contra o tempo, tacando, literalmente, tudo que achava necessário em duas malas grandes e isso tudo variava entre roupas, aparelhos tecnológicos até cosméticos. Se eu deixar eu levo o quarto inteiro comigo, e eu acabei por seguir o conselho de Kai, levando quase todo meu armário, é isso está muito pesado.
Após arrumar tudo corro até o banheiro ao ver mais uma mensagem de Kai
- Estou saindo, me espere no portão
Tomo o banho mais rápido da história, eu deveria ir para o Guinness book por esse banho. Ponho a primeira roupa que vejo, como manhãs em estradas é normalmente frio e estou indo para um lugar de ar úmido, resumindo, mais frio, resolvo colocar um casaco creme que vai do queixo ate o umbigo de mangas e listras da esquerda para a direita azuis, uma calça comprida preta e um tênis qualquer. Penteei meu s cabelos como se ele já estivessem muito bem escovados, o que não estavam, pego minhas malas e corro para o andar debaixo. Quando chego na sala para pegar as chaves há um bilhete encima da mesa de centro da sala.
" Filho estou indo para o aeroporto, não esqueça de nada, cuidado! Espero que se divirta, tirarei fotos e comprarei coisas para você em LA.
_ Beijos, mamãe
P.S. TE AMO "
Um sorriso surge em meu rosto, não achei que ela realmente se importaria em me deixar sozinho ou até mesmo fazer uma viagem " sem um adulto ", essa mensagem pode não ser nada, mas realmente significou muito para mim.
Saio dos meus devaneios emocionais ao escutar uma buzina conhecida, pego as malas, as chaves e saio da casa, a trancando logo em seguida, entro no carro e lá estava Kai, com um sorriso enorme de orelha à orelha. O hyung trajava roupas despojadas, apenas uma blusa abotoada azul e bermuda branca, oculos de sol pretos e chinelo, ao ver minhas vestes o maior se põe a rir.
- Que roupas são essas Tatsuo?
- Muito "produzido" ?
- Até demais, tem noção de que ficaremos quatro horas dentro desse carro, vai fazer calor na hora que o sol começar a bater, tu não vai se sentir bem vestindo isso não!
- AHHHH, então espera aqui rapidinho
- O que você vai...
Saio correndo com as chaves para dentro de casa, subo até meu quarto tirando minhas roupas na velocidade da luz. Pego uma blusa branca leve de mangas, short preto e chinelos , os visto de qualquer forma e desço, encontrando um Daisuke impaciente com a minha demora.
- Finalmente - ele diz como quem diz " aleluia "
Após por minhas malas no banco de trás e me sentar ao lado de Kai e finalmente damos inicio há tão esperada viagem.
Começa a tocar uma música na rádio e lá fomos nós, eu, Kai e nosso show para todos que passam e escutava a gente berrando a música dentro daquele carro.
" DON´T GO HOME - GD&T.O.P "
Já se passaram uma hora e contínuavamos cantando como se não houvesse amanhã. Se passou duas horas e apenas as músicas que não conhecíamos tocavam e eu apenas olhava destraído pela janela, encarando a paisagem, já era possível ver o verde das montanhas lá longe no horizonte, deixando todo aquele concreto e prédios da cidade pra trás.
Do nada o rádio é abaixado, o que me fez olhar o maior que me olhava como se quizesse contar algo, mas estivesse com vergonha de falar.
- Kai, eu te conheço fala logo!
- OK! Lembra do começo do ano? Fiquei doente e 2 meses nessa casa de campo que estamos indo
Foi quando tive que ajudar Hiroshi com os exercícios de coreano, como esquecer...
- Sei...
- Bom, eu acabei conhecendo um homem, mais precisamente meu vizinho, ele é estudante de medicina e me ajudou com meus problemas em má alimentação, o nome dele é Tsukumo Kei e...
- ...e você se apaixonou por ele?
- O que? Não! Eu ia dizer que senti atraído por ele! Só isso...
- ATA KAI SAIDUKE! Eu te conheço e não é de hoje! Mas porque queria tanto me contar isso?
_ Só se por acaso a gente esbarrar com ele sabe, afinal ele é meu vizinho e moramos muito, muito perto...
Dizia Kai tentando mudar de assunto, mas algo me diz que não é bem assim, tem algumas por trás disso...
- Alguma coisa dentro de mim me diz que não é só isso Daisuke...
- Ihhhh, você está delirando! Olha só, eu amo essa música!
Eu nem mesmo conhecia essa música que tocava na rádio, apenas as palavras de Kai sobre esse tal vizinho flutuavam em minha mente, será que eu o conheço Tsukumo Kei Acho que nunca ouvi falar... Será que isso foi medo que eu me apaixonasse por esse rapaz, Kai sabe que eu nunca o trairia a confiança! De forma alguma! O que será que ele me esconde?
Mais três horas naquele carro e eu já não aguentava mais, as músicas, o sono, ficar sentado todo esse tempo, minha paciência já tinha ido para as cucuias. Mas quando olho para Kai a expressão dele é de uma criança indo para um parque de diversões, eu ainda estava com sono isso justificaria meu mau humor. Fico encarando o rádio por um tempo, com certa raiva, queria desliga-lo mas não queria acabar com a felicidade de Kai. Até que vejo a mão do maior desligar o rádio.
- Por que desligou? Você estava gostando da música!
- Eu pensei que você estava gostando, mas estava encarando o rádio com tanta raiva que eu achei que ele explodiria por força do pensamento
Começamos a rir igual a dois retardados, e o tempo foi passando mais rápido enquanto Daisuke me contava piadas horriveis, somente risadas eram escutadas daquele carro. E então, finalmente, após cinco divertidas, as vezes tediantes e completamente exaustivas horas chegamos na casa de campo. A casa tinha aquele ar tempero de família, eu diria que à noite deve ser uma casa bem assustadora, no estilo do filme "a morte do demônio". Daisuke espreguiçava após sair de dentro do carro, um sorriso brilhante dominava seu rosto, era como se ele tivesse, literalmente, chegado no paraíso. A casa branca, há riacho pequeno na parte de trás da casa, a vizinhança era vazia, aparentava ter ninguem em praticamente toda cidade, somente o canto dos passaros era possivel se escutar e aquela grama molhava entregava que a noite anterior choverá muito. Entro na casa depois de admirar aquele lugar por um tempo, eu só pensei em uma coisa - onde está a casa do tal Tsukumo Kei - subo a pequena varanda de madeira, a porta rangia quando aberta, me arrepiando pelo silêncio daquele lugar aparentemente mágico, sombrio e absurdamente curioso em todos os aspectos possíveis.
Kai já estava no andar de cima, arrumando suas roupas dentro do armário, havia somente dois quarto naquela casa enorme. O qual íamos dormir e os dos pais de Kai, que ele nem ousará mencionar ficar no mesmo. Havia uma enorme janela no lado da minha cama - sim, haiva duas camas no quarto, o quarto é no estilo suíte, janelas enormes, banheiro, um grande armário e duas camas de casal, imagino que a casa foi construída e mobílhada no intuíto de receber visitantes; vulgo, amigos de Kai;. Por essa enorme janela podíasse ter uma linda visão da paisagem rural, casas simples e é aí que eu finalmente pude ver uma presença humana naquela peníçula que não fosse a nossa, um casal de campistas conversando de frente à própria casa com sacolas de compras, devem ter voltado agora. Começo a olhar cada ponto daquele delicado cenário, pensando como minha mãe ficaria feliz em pintar cada detalhe deste vasto campo aberto.
- É lindo não é? - apenas assenti com a cabeça, completamente encantado pelo novo tom de amarelo do céu, que eu simplesmente não conhecia - Eu amo esse lugar
O maior dizia se jogando em sua cama e fechando os olhos, permanecendo em silêncio.
Volto a observar destraído aquelas casas, todas pintadas em tons pastéis, é uma vila realmente encantadora. Finalmente consigo visualizar uma casa estranha azul clara ao meu ver, ela estava no mesmo quintal que a de SeokJin, porém, o terreno é tão grande que eu nem mesmo consegui ver aonde o mesmo terminará, e então em pouco tempo suponho - Esta é a casa de Kei! Tenho certeza... mas porque estou tão curioso em descobrir quem é Tsukumo Kei? Porque sinto que conheço esse nome de algum lugar? -
- Quebra de tempo, horas depois -
O dia foi daqueles classicos da televisão antiga, arrumamos nossas roupas, conversamos sobre coisas em comuns, sobre o colégio, faculdade, família, no meio da tarde fomos no riacho atrás da casa de Kai. Ao chegar lá o maior encarava a casa azul clara como se esperasse que algo acontecesse, começo a olhar na direção que o mesmo olhava, e quando finalmente me desconcentro o suficiente para mover meus lábios e perguntar o porque de ficar "secando" aquela casa, Kai me empurra com tudo fazendo com que eu caia dentro da água, o riacho não é tão fundo assim, mas a água estava praticamente congelando de tão fria.
_- Eu te mato Daisuke! - exclamava um pouco correndo atrás do maior ameaçando jogar água no mesmo
Após algum tempo brincando na água, eu já estava completamente encharcado e morrendo de frio, Kei sugere que entremos, afinal acabariamos por ficar gripados no final de toda aquela balburdia. Quando estamos quase entrando escutamos um barulho absurdamente alto, era como se um carro de som invadisse toda nossa serenidade. Toda aquela poluição sonora vinha dos fundos, atrás do riacho, vinha daquela casa azul, logo após esse pandêmonio tomo coragem e por fim pergunto quem é o polêmico ser que mora na casa azul.
- O Kei que mora lá, mas ele me contou que não recebe visitas - o maior dizia desconfiado olhando pela janela da minha temporária cama depois de ter trocado a roupa molhada
- Ficaram tão íntimos que já sabe até quem frequenta a casa ?- eu dizia indo até o banheiro para trocar de roupa, sendo notado um tom divertido em minha voz
- Esse barulho foi causado por um carro... e tem bastante gente dentro desse carro... - ele dizia incrédulo
- Deve ser uma festa - eu dizia voltando já vestindo uma roupa seca e quentinha
- Não, pouca gente para uma festa... na verdade uns quatro garotos... - senti um tom enciumado na voz do maior
- Devem ser amigos então... como nós dois! - eu dizia tentando tranquiliza-lo
- Você deve ter razão! - Kai dizia fechando a janela e indo até a sala no andar debaixo, o sigo e vejo o mesmo pegar um filme de comédia e um saquinho de pipoca de micro-ondas
- É oficial, eu te amo Hyung! - corri até ele o abraçando, pego o DVD de suas mãos, logo ligando a televisão e o dvd player
- Tambêm me amo, quem não amaria Eu sou incrível! - dizia fazendo uma pose como de um rei
- Daisuke, vai fazer a pipoca logo convencido! - Daisuke vai até a cozinha rindo enquanto eu fico encarregado de colocar o filme
Logo a pipoca já estava pronta, já haviam passado vinte minutos do filme e nós riamos muito, como se fosse um show de comédio no estilo stand up. Jin havia apagado as luzes, pegado um cobertor bem grande, estávamos como naqueles filmes de melhores amigos, onde ficam por horas vendo filmes no meio da noite. Já havia se passado metade do filme quando escutamos batidas na porta, Daisuke me olha com uma cara de " não faço a mínima ideia de quem seja ", o maior se levanta indo em direção a da porta, apenas observo tudo do sofá, infelizmente, não há um olho mágico para sabermos quem está na porta antes de abri-la. Vejo Kai abrir a porta de madeira e logo em seguida ficar branco, mais que o normal, os olhos se arregalaram um pouco e daquela posição não saiu. O olho esperando uma reação e nada, apenas escutei uma voz masculina vinda do lado de fora da porta.
- Oi Daisuke, há quanto tempo!
É uma voz rouca e aparentemente atordoada, seja quem for o dono dela concerteza está bebado.
- O-oi Tsukumo...
- Já disse para me chamar apenas de Kei não disse?
- Cla-claro
Meu melhor amigo precisa ser salvo, nunca o vi agir assim, isso é de longe a reação do Daisuke que conheço. Me levanto do sofá indo até a porta, dando de cara com um ser de aparecia atrativa, madeixas rosas e curtas, roupas estilo gangster e o mesmo segurava óculos de sol amarelos, como se tivesse acabado de tira-los.
- Daisuke... está tudo bem? - Eu perguntava um pouco preocupado por sua estática - ele apenas assenti um pequeno sim com a cabeça logo sorrindo nervoso em resposta mais fervorosa -
- Me deculpe a intromição... mas quem é voce? - perguntava o rosa claro em minha frente
- Me chamo Shio Tatsuo e eu sou o melhor amigo do Daisuke Hyung - eu dizia me sentindo uma barreira, o irmão mais velho que protegeria este Kai vulnerável emocionalmente
- Ah sim, sei quem é, Kai me contou muito de você - ele dizia sorrindo passando suas mãos por seus cabelos, aparentava muito nervosismo
- Mas o que veio fazer aqui Kei ? - Jin finalmente pergunta com um ponto de interrogação enorme em sua testa
- Eu vi quando vocês chegaram mais cedo e pensei em convida-los para ir até minha casa, comer ou beber alguma coisa... chamei alguns amigos, pode ser divertido - dizia Tsukumo empolgado
- Eu acho melh... - sou interrompido imediatamente por Daisuke - Nós adorariamos, só vamos nos arrumar e já estamos indo - ele dizia simpático enquanto eu olhava incrédulo para o mesmo
- Ok, não demorem!
Logo Kei desaparece por onde veio e Daisuke fecha a porta empolgado, ele me olha como se tivesse ganhado na loteria e eu apenas olhava para ele com raiva, ele sabia que eu não gostei do que fez e que eu não iria
- POR FAVOR TATS!
- PODE ME CHAMAR DO APELIDO QUE FOR DAISUKE! EU NÃO VOU E PONTO FINAL!
Nós berravamos pela casa, eu me joguei no sofá e então Hyung se senta ao meu lado implorando, um por favor atrás do outro. Depois de muitos pedidos e apelos emocionais da parte do maior decido ir, afinal, eu sou o melhor amigo e melhores amigos fazem coisas do tipo de blábláblá.
Após nos arumarmos, mesmo eu estando muito emburrado, decido por um sorriso em meu rosto, Uso uma blusa preta de manga, uma calça comprida desgastada azul clara e tenis pretos. Kai usava uma calça justa preta, um tenis preto e uma blusa larguinha rosa claro; a cor favorita dele.
Ao chegarmos no resinto, escutamos algum tipo de música, só que tocada em um violão, música ao vivo, o que fez eu me tranquilizar. Não havia ninguem na fachada da casa, então decidimos seguir o som daquele violão. Chegamos então em um quintal bem amplo, onde tinha uma fogueira e cinco garotos em volta dela. Ao prestar atenção em cada detalhe da fisionomia daqueles garotos um me chamou a atenção e eu finalmente entendi da onde eu conheço o nome Tsukumo Kei.
Uma pequena viagem no tempo, me faz lembrar das polêmica gripe de Daisuke, eu ensinava coreano ao Myoga Hirsohi até que o menor atende o celular e acaba me contando que um de seus amigos, Tsukumo Kei, estava ocupado e não poderia ir para a casa do mesmo, por isso tive que dar aulas particulares ao menor no final de semana, nunca fiiquei tão feliz com a idéia de um Kai doente. Novamente olhando aqueles quatro, belos, rostos chego a uma preocupante conclusão, um dos rostos ali presentes se denominava Myoga Hiroshi.
Durante uma calorosa conversa entre eu, Kai e Tsukumo ignorei completamente a existencia dos outros quatro garotos.
- Bom gente, este é Daisuke e esse é Tatsuo
- Podem me chamar de Daisuke
- Oi Daisuke e Tatsuo. Eu me chamo Senju Eiji
- Me chamo Momo Yoshi
- Vocês já sabem quem nós somos - dizia Jinja, dono de um dos rostos ali presentes
- Yasu-o, não seja tão rude com eles - pedia o denominante Eiji que estava abraçado com Yasu-o, devem ser namorados
- E vocês quem nós somos - eu dizia me sentando novamente
- É verdade, eu sei quem vocês são Tatsuo, principalmente você - dizia Myoga com um tom tão ameaçador que dava até mesmo duplo sentido para a frase
- Conhece bem é? - ironizava o denominado Yoshi
- Sim, ele me ajudou em coreano - o mesmo olhou para mim - valeu novamente
- Tudo bem, não precisa agradecer
Nossa noite começou a se transformar em madrugada, quando já era 2 da manhã, eu já estava com sono, Yoshi, Daisuke e Kei pareciam eletricos, Hiroshi estava lendo, Yasuo dormia enquanto Eiji estava quase sempre caindo no sono nos braços do anteriormente citado.
- Vamos contar histórias! - disse Yoshi se sentando ao meu lado
- Hiroshi é otimo nisso - dizia Kei se sentando ao lado de Daisuke, Kai estava aparentemente bêbado, era possivel ver rubor nas bochechas do meu hyung pela aproximidade
- Não me lembro de nenhuma - falava Hiroshi chegando perto de Eiji e Yasuo
- Nada de terror, senão o Eiji não dorme a semana toda - dizia Jinja assustando a todos por pensarmos que o mesmo estava dormindo
- Eu tenho uma história perfeita, minha avó me contou quando eu era pequeno é sobre um rei, feitiços e uma flor mágica.
- Contos de fadas? Serio? - dizia Hiroshi rindo
- Não zomba da história da vovó! - repreendia Yoshi - diz a lenda que há muito tempo atrás existia um rei que reinava sobre essa vila, e o rei era tão bonito que atraía os olhares de todas as mulheres, ate mesmo menininhas. Até que uma bruxa se apaixonou por ele, porém o rei não acahava a feiticeira bonita o suficiente, a recusando de cara. Após ter seu amor negado por um mero detalhe a jovem bruxa teve o coração despedaçado. Depois de alguns meses em toda vila era possivel se escutar boatos que o rei se encontrava com uma plebéia de familia pobre, porem a moça era uma das mais belas do reino...
- Momo essa história é muito chata! - dizia Myoga fazendo cara de tédio fingindo dormir
- SILÊNCIO! Se não gostou conte uma melhor! - disse Momo encarando Myoga que revirou os olhos e voltou a fingir domir - perfeito! Onde eu estava... Ah sim!... A bruxa criou uma flor, linda, com um arroma suculento e enlouquecedor para qualquer ser humano e essa flor tinha a função de fazer com que a pessoa que inalasse o perfume se apaixonaria pela primeira que visse, a bruxa trabalhava no castelo como florista e por parte do plano plantou centenas dessas flores para que abrissem, mesmo ela nunca sabendo quando chegaria esse tão esperado momento. Após falhas tentativas ela começou a escutar murmurinhos pelos corredores do castelo que o rei se casaria com a tal plebeia. Porem o rei tinha ido expairecer naquele mesmo jardim das flores, no dia em que a bruxa não havia ido checar se as flores finalmente abririam, mas justamente naquele dia em que o fato aconteceu. Ao chegar atrasada no jardim se deparou com o rei cheirando a flor e ao encontrar com a ardilosa mulher o mesmo fez juras de amor lindas que nem mesmo shakespeare teria creatividade para escrever tal romance.
Olho em volta, Daisuke estava prestando atenção como se um filme passase de frente a seus olhos, Kei estava praticamente caído de tão bêbado, Eiji estava hipnotizado pela história, olhando para o céu enquanto a escutava, Hiroshi largou um pouco a ignorância para escutar e Yasuo... aparentemente dormia.