Eu não sabia que o medo tinha som até ouvi-lo respirar comigo. Era um som fraco, ofegante, constante. Um som que saía do fundo do meu peito mesmo quando minha boca estava fechada. Um som que dizia: você não vai sair daqui. O tempo era uma coisa morta naquele lugar. Eu já não sabia se era manhã, tarde, noite. A lâmpada oscilava sempre do mesmo jeito, como um zumbido de insanidade pendurado no teto. Minhas pernas doíam. Os braços formigavam. O chão gelado já fazia parte da minha pele. Os homens não voltaram por um tempo. E isso era pior. Porque o silêncio deixava espaço pra minha mente correr. E ela corria pra lugares que eu não queria visitar. Se ninguém me encontrar? Se Kayle não sobreviveu? Se Jace nunca souber? Fechei os olhos, tentando lembrar da voz da minha mãe. Do riso do meu

