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Dessa vez, ele não tocou a campainha. Nem precisou. Davi chegou com dois carros pretos. Um deles encostou na frente da casa dos meus pais, o outro ficou a poucos metros, na esquina. Todos os homens que desceram vestiam roupas escuras, olhares duros, postura de quem não está ali por acaso. Ele saiu do carro com calma, como se estivesse visitando velhos amigos. Como se a rua fosse dele. Como se a nossa vida fosse dele. Meu pai o viu primeiro. Estava no quintal, regando as plantas, tentando manter alguma normalidade em meio ao colapso emocional que consumia minha mãe lá dentro. — Que p***a é essa? — ele murmurou, jogando a mangueira de lado e caminhando até o portão. Davi sorriu. — Pai. — Você não tem o direito de me chamar assim. — Mas continuo sendo sangue do seu sangue. — ele re

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