Ele ficou sem jeito apreensivo, perguntou ao outro se não deveria falar com o patrão antes, para evitar b.os, ele disse que era só levá-la a escola, bem de boa, todo perdido com medo, Magrinho se aproximou dela
- Então, tem como chamar o seu pai lá, fazendo o favor, pra eu troca uma idéia rápidão.
- Sou novo aqui e não quero fazer mer... nada de errado.
- Não posso vacilar, entende?
Ela ficou séria o olhando irritada
- Deixa, ele me leva. Já que você não quer!
- Eu não mordo tá.
Ele ficou mais nervoso ainda
- Não é isso pô, eu quero.
- Mas nem sei pra onde é.
Ela sorriu sutilmente
- Então aprende.
Foi voltando para casa, gritou ainda do quintal
- Paiiiii, vem aqui. Rápido!
- Ele não quer me levar.
Começou rir o vendo ficar nervoso, Vila foi saindo rápido
- O que aconteceu? Qual foi ai?
Ela começou rir
- Pai, ele quer sua autorização pra me levar, porque é novo e não confia na minha palavra.
Vila começou rir
- Porr a magrinho, desse jeito vou te dar outra promoção.
- Na Valery você pode confiar, na Venessa nem fude ndo.
- Você vai levar e buscar ela, porque não é fichado, nem tem cara de bandido.
- Tem habilitação? Não vai bater meu carro em.
Ele disse que tinha, agradeceu pela confiança, Valery mostrou as chaves
- Vou te ensinar o caminho, entra aí.
Entraram no carro, ela foi dirigindo
- Presta atenção, só vou te mostrar uma vez.
Ele disse " beleza ", estava nervoso com a responsabilidade, ela já tinha reparado na roupa dele, bermuda, camiseta e tênis, mexeu no som ficando sem jeito
- Qual o seu nome?
Ele respondeu ainda sério, só olhando o trajeto
- Magrinho.
Ela silenciou, quando parou na rua da escola, disse que ele poderia ficar esperando, algumas horas, mandou um áudio avisando o pai, Magrinho continuou calado só concordando, ela deu tchau e desceu do carro, sabia que todos tinham medo de se aproximar, conversar, ela mesma não ficava com ninguém de lá, por causa do pai.
Foi para a aula sem saber se ele estava afim ou não, se estressou com brincadeiras sobre a formatura, estavam falando sobre os pais de algumas pessoas não irem, por causa da polícia, quando saiu ele estava sentado em uma praça quase na frente, se levantou ao vê-la, ela ficou encostada no carro esperando, ele destravou as portas
- Quer ir dirigindo patroa?
Ela foi entrando no lado do passageiro, não disse nada, estava séria, colocou os fones de ouvido, ele a achou estranha, diferente, logo perguntou se estava tudo bem, percebeu que ela não ouviu, a levou para casa como deveria.
Ela desceu do carro sem falar nada, ele foi chamado para almoçar na cozinha, pode ouvir ela discutindo com o pai, reclamando da realidade deles, Vila raramente chamava atenção dela, mas se exaltou, jogando na cara tudo o que dava a ela, perguntou se ela queria ele morto, porque era o que iria acontecer, se ele quisesse parar e abandonar os negócios, de uma vida toda.
Nos dias seguintes ela não foi a aula, nem saiu de casa para nada, Magrinho foi morar sozinho, depois que virou " soldado - indivíduo responsável pela defesa e ataque bélicos, sempre armado e pronto para participar de qualquer confronto. Com direito até a salário fixo e trabalhando em esquema de plantões ", ele se arriscou em sair da casa do primo, Magrinho era confiável e eficiente, seguia as ordens do chefe, não perdia o foco com bagunças, ele despertava inveja entre os demais colegas até, vários estavam a mais tempo lá e com menos benefícios.
Ele saiu da cada de Vila, foi ficar com outras funções, entre elas, proteger O Jogador e o Vila, quando precisavam sair do morro, não demorou muito para o pouco de normalidade daquele moço do interior, ir embora e dar espaço ao comportamento de mar.ginal.
Em semanas ele fez muitas tatuagens, começou ficar com qualquer uma, as tratava como pu tas, fo dia com força, as via como um passa tempo atoa, nem perdia tempo investindo, era só s*x o casual pra se aliviar.
No primeiro mês como soldado derrubou todo tipo de inim.igo e virou o cão de guarda deles, qualquer perreco era resolvido por ele, toda vez que alguém queria levar alguma treta pras ideias ou tribunal, ele era solicitado.
Cortava a quebrada de fora a fora diariamente, ele ouvia a todos como um advogado, era uma comédia as vezes, tinha briga de vizinho, traição, briga casal, tudo era tratado com a sua devida importância e respeito, até que o tiravam do sério, as vezes ele era um pouco ignorante.
Outra coisa que não demorou pra acontecer, foi a mudança no agora relacionamento sério da Venessa, ela queria sempre estar no meio de bagunça e o Jogador não gostava, tinha ciúmes dela, estava ficando com fama de corno, ele nunca a proibiu de nada, mas a castigava pelas ações, a ignorando, as agres.sões verbais vindas dela, eram frequentes e sempre na frente de outras pessoas.
Vila ajudou o Jogador a fazer um super aniversário para Venessa, chamaram mcs, fecharam as ruas, colocaram até decoração, um bolo enorme, ela estava animada, quase obrigou o Jogador dar uma aliança de ouro e a pedir em noivado, no meio da festa.
Fizeram em uma quadra fechada, naquela semana, Venessa e Valery se pegaram saindo no tapa, por causa de um vestido, Valery encomendou para a formatura, e sua irmã pegou para usar no aniversário, Vila ignorava as duas as vezes, não tinha paciência para as mesmas brigas de sempre.
Valery estava incomodada na festa, porque foi obrigada a ir e ainda teve que ver Venessa com o seu vestido, ela foi de calça pantalona preta, croped de paete prata, frente única, papete preta e prata, maquiagem forte, com bastante brilho nos olhos, batom nude.
A maioria dos caras estavam chapados curtindo, um dos últimos a chegar foi o Magrinho, estava virado do avesso, de m*l humor, porque teve problemas na biqueira, arrebentou a mão batendo em um cara, foi todo arrumado de roupas novas, calça jeans, camiseta Polo verde, tênis Nike, boné da oakley, o perfume que agora era seu, importado.
Valery estava fazendo sua bebida, não pegava nada da mão de ninguém, sempre desconfiada, ele se aproximou cabisbaixo, pegou um copo, encheu de vodca, estava bem ao lado dela e nem falou oi, logo ouviu ao dar as costas
- Magrinho?
- Oi né?
Daquele jeito nada amigável ele voltou para trás
- E aí, só de boa patroa?
- Tem que pagar a bebida?
Ela se aproximou séria, colocou na mão dele uma sacolinha com gelo dentro
- Não né, toma.
- Sua mão tá toda machucada.
A muito tempo ninguém era tão gentil espontaneamente, foi inesperado como um tapa na cara, ele agradeceu desconcertado, saiu andando bebendo e foi sentar, ela o observou bebendo, fum.ando, olhando pra ela a noite toda, sério.
Quando ela estava indo embora ele saiu correndo atrás, foi fazer a escolta, dispensou o cara que ia levá-la, foi andando ao lado dela meio sem jeito
- Não curtiu a festa?
- Tá cedo ainda.
- Qual foi poo, num vai me dá uma moral?
Ela continuou andando séria
- Não sei, você não gosta de conversar comigo, tem medo.
Ele começou rir levemente alterado bêbado
- Se pá né, fazer o que.
- Nem todo mundo tem a mesma sorte que você.
- De poder escolher a dedo.
Ela sorriu surpresa
- Não entendi.
Ele esticou a mão para a ajudar com um degrau
- Você é a princesa do gueto, se destaca sempre no meio das outras.
Aquilo foi mais agradável de se ouvir que as batidas do pancadão que estava estralando, os dois começaram rir, ele disse que estava devendo a ela, Valery já começou observar o caminho, pensando em quem estava olhando os dois a sós
- Magrinho porque está andando atrás de mim em?
- Vai devolver o gelo?
- Foi de graça, relaxa.
- E eu não preciso de escolta.
Ele estava armado como sempre, começou rir todo simpático
- Não pô derreteu tudo, vim agradecer na moral, valeu.
- Você é muito gente boa!
- Fica de boa, tem escolta particular num lugar r**m desses e ainda reclama, que isso princesa?
Ela começou rir, percebeu que ele estava diferente bêbado
- Então tá, o que acha de me falar seu nome?
- Me conta o que aconteceu com a sua mão.
Ele parou de rir pensativo
- Ah não. Deixa pra lá.
- Depois que entrei nisso, perdi tudo, meu nome, família, mas não tô reclamando. Eu gosto!
Ela não gostou muito, ficou confusa, estavam chegando na casa dela, ele falou que a carga preciosa, estava entregue, ela entrou sem dizer nada, ele nem voltou pra festa, foi dormir pensando nela, a achava inacessível, porém rolava um interesse.
No dia seguinte a festa continuou, Vila saiu cedo, Venessa estava adorando ser o centro das atenções, fez o pai quase obrigar a irmã dela ir, já estava passando o horário de almoço, Magrinho estava de plantão na casa do Vila, quando a Valery estava saindo de casa distraída mexendo no celular, com uma amiga junto, ouviu logo atrás
- Oooo patroa, bom dia pra nóis, trás um almoço ae pra mim.
- Cê tá me devendo mesmo. Te fiz uma escolta fora do meu plantão.
Ela se virou para trás rindo
- Fez porque quis, eu não pedi.