KEYLA
Mano, tô ficando maluca nessa gaiola de dourada. Quatro dias trancada nessa casa do Ben, que mais parece um bunker do que um lar. Vidro blindado, grades em tudo que é janela, porta com três trancas. Até o ar que eu respiro aqui dentro parece controlado por ele. E o pior: sem notícias do Douglas. O bloqueio no aplicativo de mensagens ainda tá lá, toda mensagem que mando pro meu filho fica com um checkzinho cinza, me encarando feito uma acusação.
Hoje de manhã, olhei pela janela dos fundos que dá pro quintal. Os dois vapô que o Ben colocou pra me vigiar estavam distraídos, fumando um baseado e rindo de alguma bobeira.
Era minha chance.
Abri a janela silenciosamente — pelo menos essa não tinha alarme — e pulei. Meu coração tava batendo tão forte que eu achava que iam ouvir.
Caí no chão de terra, sujei o vestido todo, mas não importava. Levantei e corri em direção ao muro dos fundos. Mais uns metros e eu tava livre.
Livre pra... pra onde, Keyla?
Não sabia.
Só sabia que precisava sair dali.
— Ei! Para aí, tia!
A voz veio de trás.
Girei nos calcanhares e vi os dois vapô correndo na minha direção. Um deles, o Magrão, já tava com a pistola na mão.
— Por favor, me deixa ir — implorei, recuando.
— Não pode, dona Keyla. O Ben mata a gente. — o outro, o Juninho, falou, segurando meu braço com força.
Nesse momento, o radinho do Juninho apitou. A voz do Ben veio cortante, cheia de um ódio que fez até os dois vapô se arrepiarem.
— O QUE TÁ ACONTECENDO AÍ? ELA TENTOU FUGIR DE NOVO?
— É... é, chefe. Pela janela dos fundos — o Juninho gaguejou, apertando o botão do rádio.
— p***a! SEGURA ELA AÍ. JÁ TÔ INDO. SE ELA ESCAPAR, EU ACABO COM VOCÊS TODOS!
Em dez minutos, o carro do Ben chegou cantando pneu na frente de casa. Ele desceu, a cara uma máscara de fúria. Pegou meu braço com uma força que ia deixar marca roxa e me arrastou pra dentro.
— VOCÊ É LOUCA, KEYLA? LOUCA MESMO, NÉ? - ele gritou, me jogando contra a parede da sala. — Você não entende o perigo lá fora? O Douglas sumiu com CINCO FUZIS! CINCO! A gente não sabe o que ele tá armando! Ele pode ter feito aliança com qualquer facção rival! Se você pisa na rua, é alvo fácil!
— E ficar trancada aqui é o quê, Ben? É viver? — gritei de volta, empurrando o peito dele. — Tô me sentindo uma rata presa! Prefiro morrer na rua do que sufocar aqui dentro!
— Ah, é? — ele revidou, segurando meus pulsos. — Então você prefere morrer e deixar o Douglas órfão de vez? Porque é isso que vai acontecer!
— Para de usar o Douglas como desculpa! — dei outro empurrão, batendo os punhos contra o peito largo dele. — Você me prende aqui por egoísmo! Porque não aguenta a ideia de me perder!
Ele me agarrou com uma força bruta, e me prensou contra a parede, segurando meus dois pulsos acima da cabeça com uma mão só. A outra mão agarrou meu queixo, forçando meu rosto pra cima.
— É claro que não aguento! — ele rosnou, o hálito quente na minha cara. — Você é minha, Keyla! MINHA! Desde aquela primeira vez! E ninguém, nem o Douglas, nem o Matemático, nem a p***a toda, vai te tirar de mim!
E aí, a raiva dele se transformou.
Vi nos olhos escuros dele a chama mudar de ódio pra desejo. Uma coisa primitiva, possessiva. Ele cravou a boca na minha num beijo que era quase uma violação.
Não era doce, não era carinhoso.
Era pura afirmação de posse.
Sua língua invadiu minha boca, dominando, marcando território. Eu tentei me debater, mas com meus pulsos presos e seu corpo forte contra o meu, era inútil.
Suas mãos soltaram meus pulsos e rasgaram meu vestido num puxão. O tecido cedeu facilmente, e eu fiquei só de sutiã e calcinha, encostada na parede fria. Ele quebrou o beijo por um segundo, os olhos percorrendo meu corpo como se estivesse vendo pela primeira vez.
— Você é tão linda quando tá com raiva — ele sussurrou, rouco. — Toda tremendo, me odiando... mas seu corpo ainda me quer. Ainda é meu. Só meu Keyla!
Ele arrancou o sutiã, e meus s***s saltaram livres. Ele abaixou a cabeça e pegou um dos m*****s na boca, chupando com uma força que beirava a dor, mas que, p**a que pariu, me deu um calafiro de t***o. Minha b*******a inchou instantaneamente, traidora. Minhas mãos, agora soltas, se enterraram nos cabelos dele, puxando, não sei se pra empurrar ou pra puxar mais perto.
Ele desceu, ajoelhando na minha frente, e puxou minha calcinha com os dentes, igual tinha feito da primeira vez. O tecido rasgou, e ele jogou o resto longe. Sua boca encontrou meu centro sem cerimônia.
Dessa vez, não foi uma exploração.
Foi uma devoração.
Ele chupou minha b*******a com uma fome selvagem, sua língua encontrando meu c******s e fazendo círculos rápidos e brutais. Um gemido escapou da minha garganta, alto e sem minha permissão. Meu corpo arqueou contra a parede, minhas pernas tremeram. Ele me fez gozar em segundos, um orgasmo violento que me deixou tonta e escorrendo na sua boca.
Antes que eu pudesse recuperar o fôlego, ele se levantou, abriu o zíper da calça e soltou o p*u. Já tava latejando, duro pra c*****o. Ele me virou de frente pra parede, puxou meus quadris pra trás e entrou em mim num movimento único, profundo, me preenchendo completamente. Um grito saiu da minha boca quando ele atingiu o fundo.
— É isso, grita mesmo. Grita pro seu macho. — ele rosnou no meu ouvido, suas mãos agarrando meus quadris com força, suas coxas batendo na minha b***a a cada estocada. — Grita que é minha. Que essa b*******a gostosa pra c*****o é minha.
E eu gritei.
Não de dor, mas de puro êxtase perverso. Cada metida dele era um "é meu", cada roçada no ponto certo dentro de mim era uma afirmação. Era errado, era doentio, mas meu corpo respondia com uma entrega total. Ele me possuía ali, contra a parede, e eu me deixava possuir. Era a única linguagem que sobrava entre a gente. Minhas mãos se agarravam na parede, meus dedos tentando encontrar apoio enquanto ele me fodia com uma intensidade que ameaçava me quebrar ao meio.
— Keyla... minha Keyla - ele gemeu no meu pescoço, o ritmo acelerando, ficando mais descontrolado, mais quente, mais bruto.
Eu senti ele ficar ainda mais duro dentro de mim, senti as contrações chegando.
— Vem comigo, Ben - gemi, me entregando completamente. — Vem... goza comigo.
Ele deu uma última estocada, profunda, e gemeu meu nome, o jorro quente dele me enchendo por dentro. Meu próprio orgasmo veio junto, um tremor que começou no meu centro e se espalhou por todo o corpo, me deixando fraca, escorregando pela parede até o chão, com ele ainda dentro de mim.
Ele caiu de joelhos comigo, nos abraçando no chão frio da sala, os dois ofegantes, suados, cheios um do outro. O cheiro do sexo no ar era pesado, doce.
Ele enterrou o rosto no meu pescoço.
— Não tenta fugir de novo — ele sussurrou, a voz agora quebrada, vulnerável. — Por favor. Eu... eu não sei o que eu faço se eu te perder, Keyla.
E eu, ali, no chão, com as pernas abertas e o corpo marcado por ele, só consegui fechar os olhos. Eu não tinha fugido. E talvez, no fundo, eu nunca quisesse. Porque nessa prisão dourada, pelo menos eu era desejada.
Pelo menos, aqui, eu existia.
E naquele momento, depois da tempestade, era a única verdade que me restava.
ADICIONE NA BIBLIOTECA
COMENTE
VOTE NO BILHETE LUNAR
INSTA: @crisfer_autora