Toque Proibido

1582 Words
BEN Mano, o mundo tá sempre tentando te fuder. É a única certeza que tenho. Você acha que tá no controle, que é o rei da p***a toda, aí o universo lembra de te dar um tapão na nuca só de zoas. E o pior? As vezes ele não manda um tiro, um facão, uma treta de tráfico. Não. Ele manda uma mulher. A mãe do seu melhor amigo. Essa merda não saía da minha cabeça desde aquele dia na ladeira. Aquele choque. Aquele olhar. Aquele fogo que brotou do nada e decidiu que ia fazer um churrasco na minha mente. A Keyla. Eu, o cara que não sentia p***a nenhuma há meses, o zumbi de olho vazio, tava agora com a cabeça cheia de um calor que não devia. Cada vez que fechava os olho, via a boca carnuda dela, os p****s marcando o vestido, o susto e o t***o misturado naqueles olhos pretos. E meu p*u, aquele desgraçado traidor, que não tinha reagido a nenhuma daquelas minas patricinhas do bar, agora dava sinal de vida só de eu lembrar daquela cena. Uma tortura do c*****o. A promessa? A Luana? Tudo parecia uma história de outro mundo, um conto de fadas bosta que alguém tinha me contado e que eu, como um o****o, acreditei. Como que eu ia manter uma promessa de virgindade pra uma mina que me largou, quando a mãe do meu parceiro me deixava com o corpo todo em choque com um simples toque de mão? Era uma piada de mau gosto. — Ben, mano, cê tá mais na lua que o habitual, tá ligado? — Douglas tinha me achado na laje, eu encostado no parapeito, olhando o morro mas sem ver p***a nenhuma. — É nada, brother. Treta da boca de fumo na Árvore Seca. Tô resolvendo na cabeça. — Mentir pra ele era fácil. A voz saía grossa, neutra. A máquina do "chefe" funcionando perfeitamente, mesmo por dentro eu tava todo fudido. — Ah, sim. Esses vacilão tão precisando de um coro. — ele falou, confiante. — Falando nisso, a véia mandou eu ir lá em casa buscar uns documento. Ela esqueceu de me dar. Tô indo lá agora.Depois a gente se fala, suave? — Suave. — eu disse, sem virar. A "véia". A Keyla. Tava em casa. Sozinha. A ideia entrou na minha mente como uma bala perdida, aleatória e perigosa. E ficou lá, plantada. Não dei moral. Desci pra dentro do barraco, aquele silêncio pesado de sempre. A casa era limpa, mobiliada com o básico, mas era um lugar vazio. Só eu e meus demônios. E agora, o fantasma quente da Keyla. Precisava de um banho. Precisava lavar aquele dia de merda, o suor, a poeira, e, com um pouco de sorte, lavar a lembrança dela da minha pele. Era mentira, eu sabia, mas era o que eu tinha. Deixei a roupa suja no cesto e entrei no box. A água gelada – porque o chuveiro elétrico tava pifando de novo – bateu forte nas costas, e por um segundo, ajudou. Só por um segundo. Porque aí eu fechei os olhos e, p**a que pariu, ela tava lá de novo. Dessa vez, na minha imaginação, o vestido colado não era de suor, era de água. E eu tirava ele dela. Abri os olhos rápido, me sentindo um merda. Um lixo. Aquela era a mãe do Douglas. O cara que tava comigo desde sempre. Eu devia era proteger ela, não ficar com essas ideia errada. Mas como proteger de mim mesmo? Saí do banheiro com o corpo ainda pingando, uma toalha enrolada na cintura. Não tinha levado roupa, ia me vestir no quarto. O corredor que levava até lá era escuro, a lâmpada tinha queimado fazia tempo e eu, na minha p***a da solidão de rei, nunca lembrava de trocar. A escuridão era minha amiga, escondia o vazio. E foi no escuro que o universo decidiu me fuder de vez. Eu ouvi a porta da frente rangendo. — Douglas? É você, filho? — a voz dela. A voz da Keyla. Macia, um pouco rouca, e agora, cheia de uma preocupação de mãe. Coração acelerou. Porra. Ela não devia estar em casa? O Douglas tinha acabado de sair pra lá. Merda. Ele deve ter ido pra outro canto e ela veio atrás. Eu não respondi. Fiquei paralisado no corredor escuro, um metro e oitenta de músculo tenso e água escorrendo, tentando me tornar uma sombra. Os passos dela vieram na direção do corredor. Leves, rápidos. — Ben? Tem alguém aí? — ela chamou, mais baixo agora, hesitante. Ela entrou no corredor escuro. Eu senti o cheiro dela antes de ver. Aquele mesmo perfume suave, misturado com o cheiro de mulher. Meu corpo todo ficou em alerta, cada nervo cantando. Ela não me viu. O escuro era muito denso. E ela veio na direção errada, em direção a onde eu estava parado, estatelado. Foi rápido. Um passo em falso. Um pequeno tropeço. E então, o mundo explodiu. O corpo quente dela esbarrou no meu. Macio. Muito mais macio do que eu imaginava. E as mãos dela, as mesmas mãos que tinham me dado o choque dias atrás, voaram pra frente, buscando apoio, e se espremeram contra o meu peito nu, ainda molhado. Puta. Que. Pariu. O choque não foi só uma memória. Foi real. De novo. Mais forte. Uma corrente elétrica, pesada e quente, que saiu do peito onde a mão dela estava colada e disparou direto pro meu p*u, que engrossou na hora, latejando contra a toalha, um animal acorrentado e faminto. O ar saiu dos meus pulmões com um som rouco. E o dela também. Um suspiro afiado, cortante, que cortou a escuridão. A mão dela não saiu do meu peito. Ficou lá. Quente. Palma aberta, dedos levemente curvados, grudada na minha pele como se estivesse queimando. Eu conseguia sentir cada linha da mão dela, cada batida do meu coração violento ecoando contra a palma quente. A gente ficou assim, congelado no escuro. Dois corpos colados por um toque proibido, a respiração ofegante da gente era o único som no mundo. Eu conseguia sentir o calor do corpo dela através da roupa. Conseguia sentir o suave tremor que vinha dela. E o cheiro… meu Deus, o cheiro agora era intoxicante, perto demais, doce e proibido. Meus olhos se acostumaram com o escuro o suficiente para ver o contorno do rosto dela, os olhos arregalados, a boca entreaberta. Ela estava paralisada, assustada, mas a mão… a mão ainda estava lá. Não era um toque de susto. Era um toque de… reconhecimento. E aí, a coisa saiu do meu controle. A voz saiu de mim antes que eu pudesse pensar, baixa, um rosnado que não soou como o Ben chefe, nem como o Ben da Luana. Soou como um homem com fome. — Cuidado onde pisa, tia. — sussurrei, a voz tão áspera que quase não saiu. A peteca "tia" saiu por inércia, uma tentativa patética de colocar uma barreira onde já não existia mais p***a nenhuma. Soou como uma piada de mau gosto, uma provocação. Ela puxou a mão como se tivesse pegado fogo de verdade, finalmente. Um movimento rápido, e um arrepio percorreu o corpo todo dela, eu consegui ver. — Des… desculpa. — a voz dela saiu trêmula, um fio de som. — Eu… vim buscar o Douglas. A porta estava aberta, os vapô me deixaram entrar... — Ele não tá. — eu disse, ainda imóvel, sentindo o lugar no meu peito onde a mão dela tinha estado agora frio, mas queimando por dentro. — Saiu faz uns minutos. — Ah… certo. — ela falou, e deu um passo pra trás, esbarrando na parede do corredor. Parecia estar tentando se afastar do abismo, mas o abismo era a gente. — Eu… eu vou então. Ela não se moveu. Eu também não. A atração era um ímã, um campo de força que a gente tinha criado naquela ladeira e que agora explodia naquela escuridão. O ar estava pesado, carregado de t***o, de medo, de uma tensão que dava pra cortar com faca. Eu sabia que devia me afastar. Dar espaço. Fazer alguma coisa. Mas meu corpo não obedecia. Eu estava duro pra c*****o, a toalha na cintura era uma piada, e a vontade de empurrar ela contra a parede, sentir aquele corpo todo contra o meu e devorar aquela boca era tão forte que doía. No escuro, eu senti o ar sair dos pulmões dela — e soube que não era só medo. Era o mesmo desejo que me deixou duro na hora. Era o mesmo fogo. E a gente tava os dois jogando gasolina nele, parados ali, sem coragem de apagar ou de deixar queimar tudo. — Ben… — ela sussurrou, e o meu nome na boca dela não soou como um alerta. Soou como uma pergunta. Uma confissão. E aí, eu fiz a única coisa que meu corpo, traidor e faminto, permitiu. Dei um passo pra frente, fechando a pequena distância que ela tinha criado. Agora, a gente estava a um suspiro de distância de novo. Eu conseguia sentir o calor do corpo dela na minha pele molhada. E fiquei ali. Esperando. Desafiando. Oferecendo. O rei de olhos vazios tinha encontrado algo que o preenchia, mesmo que fosse um pecado. E pelo jeito, a rainha-mãe tava disposta a pecar junto. ESSE LIVRO É UM SPIN OFF DO MEU LIVRO: FILHA DO MEU PADRASTO ADICIONE NA BIBLIOTECA COMENTE VOTE NO BILHETE LUNAR INSTA: @crisfer_autora
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD