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DOM: Liberdade e poder

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Manuela tem 18 anos. Sua vida virou do avesso quando o atual frente do morro determinou que, a partir daquela noite, ela seria sua fiel. Ela, virgem, estudiosa e sempre ajudando o pai na mercearia da família, era uma menina dedicada e cheia de sonhos, mas naquela fatídica noite sua vida mudou. Manuela estava prestes a enfrentar o maior desafio de sua vida.Picolé assumiu o comando do morro enquanto Dom, o verdadeiro dono, estava em missão por um ano. Desde então, a ganância e a soberba tomaram conta de Picolé, transformando-o em um monstro, uma pessoa que todos temiam dentro da comunidade.

O que Picolé não contava é que, nesse dia, o verdadeiro dono do morro iria voltar. E ele não concordava com nada do que Picolé estava fazendo na sua favela. A partir daquele momento, muita coisa mudaria, principalmente a ordem de Picolé sobre Manuela.Dom era o chefe de vários morros no Rio de Janeiro, além da Providência. Um homem frio, que não dava a******a para ninguém. Durante esse ano em missão, ele se envolveu com algumas mulheres, sempre de forma descompromissada, porque, como dizia, nasceu para ser livre. O que ele não esperava era que seu retorno à Providência lhe reservasse uma grande surpresa, que mudaria completamente a sua vida.Em um confronto por poder, por amor e por honra, Dom enfrentará, ao lado de Manuela, o maior desafio de suas vidas. Esse amor à primeira vista será o que os impulsionará a superar cada obstáculo que se apresentar.

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Capítulo 01
Manuela narrando Hoje o dia foi cansativo, chegou mercadoria aqui pra pensão, e meu pai tinha exames pra fazer, então eu fiz tudo sozinha, estou mega cansada Aqui nós servimos almoço, lanche, também temos cervejas, petiscos, temos de tudo um pouco, e trabalhamos em três pessoas, mas essa parte de recebimentos só eu ou meu pai podemos resolver Eu tô exausta, ainda bem que hoje não tenho curso porque a única coisa que eu preciso é de um bom banho e da minha cama, não quero nem estudar, só quero esticar as minhas pernas Eu tô com a cabeça a milhão, quando o meu pai sai para esses exames ele leva o dia todo, eu geralmente vou com ele, mas hoje não teria como por conta da pensão, e eu fico super preocupada porque eu tenho medo dele passar m*l, ou dar alguma alteração nos exames dele - fim de dia minha linda ?- tomo um susto com o picolé entrando na pensão e dou um pulo colocando a mão no peito - Aí picolé, que susto- eu falo recuperando o fôlego - você precisa de algo ? - eu pergunto a ele- já fechamos mas se você precisar de alguma coisa eu preparo - ofereço gentil a ele - Quero saber quando você vai tomar uma cerveja comigo ?- ele pergunta e eu n**o - Você sabe que eu não bebo, mas se você quiser eu pego uma cerveja pra você - falo e ele n**a - Já vai pra casa ? - ele me questiona - vou te deixar lá, já tá tarde pra você subir sozinha - ele fala e eu concordo - Ai eu vou aceitar sua carona so porque eu estou muito cansada hoje - eu falo e ele sorri como se tivesse ganhado na loteria - vou só finalizar as coisas aqui e já vamos - eu falo e ele concorda e se senta me esperando O picolé é meu carrapato, ele tá sempre comigo, nós somos muito amigos mesmo, ele sempre me protegeu, mesmo depois de entrar pra essa vida bandida, nós estudamos juntos boa parte da nossa vida, até ele abandonar os estudos quase no final, eu até tentei convencer ele a continuar, mas aí ele embarcou de vez no tráfico e eu me afastei dele um pouco porque eu não queria esse futuro pra ele, e como nós sempre fomos muito amigos eu cobrava muito dele, queria que ele seguisse uma vida honesta, até trabalho aqui meu pai ofereceu pra ele, mas ele fez a sua escolha e coube a nós respeitarmos Com o tempo nós voltamos a se falar normalmente, ele tentou se justificar pra mim falando de dinheiro, e eu decidi manter a minha amizade com ele, sem falar nada sobre tráfico ou sobre essa vida dele que eu não concordo, e assim seguimos, porque ficamos um bom tempo afastados quando ele de fato entrou para essa vida Eu nunca fui muito próxima dos meninos do movimento, apesar de falar com todos eles, de zoar com a maioria por eles frequentarem muito aqui a pensão, e ter um pouco desse convívio, mas não tenho amizade mesmo com nenhum, principalmente porque toda vez que um deles começa a se aproximar muito de mim eu vejo que as intenções são outras e o picolé logo arruma confusão, ele sempre foi meio protetor, muito ciumento Nós já brigamos várias vezes, porque quando eu estava ficando com um menino da faculdade o picolé queria me cobrar e cobrar o menino como se fosse meu pai, ou até mesmo meu namorado, e eu não aceitei isso, tanto que ele me busca todo dia no pé do morro, me trata como uma irmã de verdade, ele conta tudo de mim pro meu pai, tá sempre com a gente, me dá um monte de presente, nós somos muito unidos, independente da vida errada dele, eu amo demais ele, sem dúvidas ele é meu anjo da guarda Eu tenho uma vida muito agitada, muito cansativa, e com esse problema do meu pai eu fico ainda mais alerta em tudo, picolé que sempre me dá forças, ele até deu uma parte do tratamento do meu pai que ficou muito caro, eu sou muito grata a ele por isso e sempre serei - escuta, amanhã você tá de folga, eu também, nós poderíamos ir pra praia né ?- ele chama a minha atenção quando eu pegava o dinheiro do caixa e guardava na minha bolsa pra poder levar pra casa - Não vai dar, eu preciso estudar, vou ter um seminário pra apresentar, você sabe que eu não posso dar mole para tá não perder a bolsa da faculdade- eu falo com ele que revira os olhos e se levanta vindo na minha direção - Você nunca aceita nenhum convite meu, você só estuda, trabalha, pelo menos um dia cara, não vai te matar pegar uma praia não - ele fala bolado - daqui a pouco tá precisando tomar remédio porque não bota a cara no sol um dia - ele fala revoltado - Não sei, se der eu vou - eu falo e ele me dá o dedo do meio - Amanhã cedo eu tô na tua casa e tu vai nem que eu te arraste pelos cabelos - ele fala me puxando pelo cabelo de leve e eu dou um tapa no seu braço fazendo ele me soltar - Vai rolar a carona ? - eu tento tirar o foco do assunto - até amanhã de manhã eu penso se vou ou não com você - eu falo me fazendo de sonsa e ele me dá um se liga e vamos pra moto Saímos da pensão, eu fecho tudo e subo na moto com ele, fomos subindo a viela e ele foi fazendo várias gracinhas com a moto me fazendo segurar nele e encher ele de tapas ao mesmo tempo, porque eu morro de medo dessas palhaçada e ele sabe bem disso - obrigada pela carona tá, até amanhã - eu falo dando um se liga nele que me puxa de volta - Amanhã cedo eu tô aqui, e se tu não tiver pronta eu te levo do jeito que estiver - ele fala e pisca pra mim como se me ameaçasse - Chato demais, se tu levar p**a que tu come aqui, eu vou chamar algum contatinho também, sabe que eu não suporto essas tuas p**a que ficam me afrontando a troco de nada, sabendo que eu sou só sua amiga - eu alerto ele que revira os olhos - Viaja não, vai só nós dois po, amanhã eu tô afim de paz, nunca saí com p**a, e muito menos que tu vai levar outro pra sair com nós, tá usando droga tu - ele fala bolado comigo e seu celular toca na hora - Vou ter que vazar, até amanhã minha gatinha - ele fala pegando o celular e vejo que sua expressão ficou aflita, ele ficou nervoso quando o celular dele tocou e logo saiu correndo Eu não entendi muito bem sua reação , achei estranho, ele ficou muito nervoso, mas não falei nada porque eu não me meto no trabalho dele, entrei em casa e meu pai ainda não estava aqui, vi que tinha mensagem dele falando que já estava chegando e fui tomar um banho pra relaxar um pouco Picolé vai todo dia na pensão, faz todas as refeições lá, ele é sozinho, quando não tá com os meninos da boca ele tá com as putas, mas família mesmo ele não tem, todos viraram as costas pra ele quando ele entrou pra boca só ficou eu e meu pai próximo a ele Eu não conheço o dono daqui, a não ser de vista, dizem que ele saiu em missão, outros dizem que ele tá preso, mas uma coisa que todos falam é que o verdadeiro dono daqui é maluco, que todo mundo morre de medo dele, e que ele não aceita erro de ninguém, que ele é psicopata de verdade, e eu sou muito curiosa sobre ele Faço faculdade de psicologia, então eu tenho muita atração por esses casos, mas eu nem posso perguntar muito pro picolé que ele já fica todo ofendido, falando que eu não tenho que saber nada de bandido, e aí pra evitar discussão eu me calo - tá sabendo do babado ?- recebo uma mensagem da vitória - estão falando que o dono do morro vai voltar, ninguém sabe quando, mas ele tá voltando, picolé chegou aqui na boca bolado, já tá quebrando tudo lá dentro - ela fala e agora eu entendo o porque o picolé ficou nervoso aquela hora Vitoria é uma amiga minha, que eu também me afastei porque ela faz corre pros meninos da boca, então nós somos amigas só não somos mais grudadas como éramos antes, mas eu já livrei ela muitas vezes na pista quando estava saindo da faculdade e ela quase foi presa na minha frente Já passei muita luta com todos eles mesmo não sendo envolvida, essa é a realidade de muitos que vem da favela, nós sempre vamos ter uma história mesmo que indireta com alguém do tráfico, não tem muito pra onde correr O dono do morro voltando o picolé perde o status dele, porque mesmo ele sendo apenas frente do morro ele age como dono, e se o Dom voltar mesmo o picolé perde tudo, e ele não vai aceitar isso, o ego do picolé e a coisa mais perigosa que tem nele porque ele perde sempre a cabeça com essas coisas Eu já presenciei muitas brigas dele por isso, até por minha causa, foi por isso que nos afastamos tantas vezes também, esse cara voltando pro morro vai dar merda das grandes eu já tô até vendo Eu vi o dono daqui já algumas vezes, ele é sempre sombrio, anda pelos cantos, não fala com ninguém, sempre fechado, só veste roupa preta, todo tatuado, até no rosto, nunca o vi com mulher nenhuma, sempre muito bem armado, cheio de seguranças, eu nunca sequer ouvi a voz daquele homem, dizem que ele é super ignorante, até a vitória morre de medo dele, não fala com ele, o picolé também não tem nem o número do cara, parece que só quem consegue contato com ele é o irmão, que estava de frente daqui antes do picolé, e que saiu do nada também, que ninguém entendeu nada quando ele saiu do morro e deixou o picolé de frente Claro que eu fiquei feliz pelo meu amigo, por ele ter subido de cargo, mas que os donos daqui são super esquisitos eles são, isso não tem como negar E esse dom é dono de vários morros daqui, ele nem mora aqui, ele mora em outra favela, mas tá sempre por aqui, quem mora aqui mesmo é o irmão dele, que é fechado também, mas ainda se ve mais ele pelo morro, até frequentar a pensão ele frequenta, sempre muito educado, muito sério, e não parece ser tão sombrio quanto o tal dom que as pessoas tem pavor só em escutar o nome desse homem Mas uma coisa eu preciso admitir, eu nunca troquei uma palavra com ele, sou virgem e tudo mais, só que eu não sou cega, é das poucas vezes que eu o vi, eu achei ele um gato, mas Deus me livre né, dizem que o cara é um monstro, então deixa ele bem longe de mim que é mais seguro, quase um ano que ele tá fora do morro e voltando agora ? Ele deve estar ainda mais bonito… - ai Manu, teu m*l é sono, vai dormir, enquanto o picolé tá lá surtando você tá pensando que o homem é um gato, pelo amor de Deus - eu falo sozinha na cozinha - oi filha - meu pai fala comigo - trouxe uma fatia daquela torta que você ama - meu pai fala e eu vou abraçar ele e pego a torta - e os exames pai ? O que deu ?- eu pergunto a ele que suspira chateado As notícias não são boas e eu confesso que isso me deixou muito abalada, meu pai é a única pessoa que eu tenho, e meu único laço sanguíneo, se eu o perder o que será de mim, eu não posso ficar sem meu velho, ele é meu Porto Seguro Fui deitar super chateada, seu coração tá crescendo, o médico falou que o tratamento não está indo como o esperado, e isso e preocupante, mesmo não querendo demonstrar meu pai também estava arrasado, pois nós só temos um ao outro e sempre fomos muito unidos, isso acaba com a nossa estrutura Eu chorei a noite toda, dormi já era quase de manha, e acordei estourando de dor de cabeça, meu pai já não estava mais em casa e deixou um café da manhã na mesa pra mim - não se preocupa comigo e nem me trate como coitado, eu odeio isso, curte a sua folga, não quero nem te ver no morro, ou vamos ter uma briga feia, te amo meu doce de coco - eu vi seu bilhete e aí que eu chorei mais ainda, mas decidi seguir o seu pedido

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