Ferraz narrando - continuação
Traguei o cigarro até o fim e amassei a bituca na janela, sentindo o cheiro do tabaco se misturar ao ar quente do México. Era louco pensar em como as coisas tinham mudado. Se esse ataque no hospital tivesse dado certo, agora eu teria a Manuela na minha mão, o Dom e o Germano no fundo do poço. Mas a sorte não virou pro meu lado dessa vez.
Bebi outro gole de whisky, enchi o copo de novo, porque hoje eu não ia parar de beber. Precisava desse anestésico pra engolir a raiva. Aquela imagem do hospital em chamas na TV, a reportagem falando de invasão criminosa, e nada de Manuela capturada.
— Maldita sorte. — murmurei, sentindo o gosto amargo do whisky no fim da língua. — Mas não acabou. Vão ver quem é o Ferraz.
Amanhã, quando a Maithe chegar, vou exigir detalhe
