O que aconteceu com SURI?

Preocupação e estresse.

A noite foi bizarra. Após o sonho, fiquei pensativa, mas Evan cuidou de mim. Ele me distraiu com histórias do trabalho e fez um confortável cafuné enquanto me envolvia em seus braços, fazendo-me sentir protegida. Assim, dormi em seus braços o resto da noite.

No entanto, no dia seguinte, acordei com uma forte dor na barriga. Preocupada, pois poderia ser algo relacionado ao bebê, olhei para o lado e vi que Evan já havia saído para o trabalho. Rapidamente, peguei meu celular e liguei para ele. Após várias tentativas, ele finalmente atendeu.

— Alô, meu amor. Desculpe a demora, eu estava em uma pequena reunião com o cliente responsável pelo caso da garotinha Suri. Está tudo bem?

Minha voz travou; a dor estava insuportável e o medo me sufocava. Tentei falar, mas minha voz saiu quase como um suspiro.

— Minha barriga... — Respirei fundo e tentei elevar um pouco a voz para que ele pudesse me ouvir. — Minha barriga está doendo muito. Eu não sei o que está acontecendo.

— O quê? Como assim? Vou para aí agora mesmo. Assim que eu chegar, vamos para o hospital. — A preocupação na voz de Evan era palpável.

Após vinte minutos, ouvi o carro de Evan parar em frente à casa. Rapidamente, ouvi-o entrando, abrindo a porta com pressa e fazendo um barulho alto. Ao chegar ao quarto, ele me viu com a respiração descontrolada, quase falhando. Minhas mãos estavam na barriga que tanto doía. Ele se aproximou, me pegou no colo e correu para o carro. Com cuidado, me acomodou no banco do passageiro e me levou ao hospital.

Evan chegou ao hospital com uma expressão de extrema preocupação. Após me deixar aos cuidados da equipe médica, ele foi se encontrar com o médico na sala de espera.

— Doutor, minha esposa teve um pesadelo h******l na noite passada e ficou muito nervosa. Além disso, há algumas semanas descobrimos que a irmã dela morreu, o que a afetou profundamente — explicou Evan, a voz carregada de ansiedade.

O médico ouviu atentamente e, após uma breve pausa, respondeu com um tom grave:

— O estresse intenso pode realmente afetar a saúde do bebê. No caso dela, a situação é ainda mais preocupante. O estresse prolongado pode ter sido transferido para o feto, aumentando o risco de complicações. Se não houver uma melhora significativa, pode ser necessário considerar um parto de emergência. Isso é algo que queremos evitar a todo custo, devido aos riscos envolvidos, especialmente considerando a condição dela.

Evan estava visivelmente angustiado. O médico continuou:

— Ela precisa de repouso absoluto e cuidados constantes. Devemos evitar qualquer situação que possa aumentar seu estresse. Vamos monitorá-la de perto, mas é essencial que ela esteja em um ambiente calmo e sem preocupações.

Ao ouvir isso, Evan voltou para o quarto, determinado a garantir que sua esposa permanecesse tranquila e em repouso.

Nossa jornada não tem sido fácil, e enfrentamos desafios que muitas vezes me fizeram questionar se conseguiríamos seguir em frente. Antes de nos casarmos, passei por duas gravidezes que terminaram em aborto espontâneo. Cada vez que descobri que estava grávida, sentia uma esperança renovada, mas também um medo profundo. A perda dessas gravidezes foi devastadora, e eu me sentia quebrada e desamparada.

Evan esteve ao meu lado durante esses momentos dolorosos. Apesar das dificuldades e da dor, ele nunca desistiu de mim. Sabia que ele também estava sofrendo, mas seu amor e sua persistência nunca vacilaram. Ele decidiu casar comigo, enfrentando todos os obstáculos que surgiram em nosso caminho, permanecendo firme e acreditando em nós e em nossos sonhos.

A decisão dele de não desistir e de continuar ao meu lado, lutando comigo, é algo que não consigo expressar completamente em palavras. O amor dele me deu uma esperança que eu pensava ter perdido. Agora, em meio a essa nova crise, sinto a mesma força e apoio que sempre recebi dele, e isso é o que me mantém esperançosa, mesmo quando tudo parece incerto.

Após falar com o médico, Evan entrou no quarto com uma expressão de determinação. Me encontrou deitada na cama, ainda com a respiração irregular, mas com um semblante mais tranquilo ao ver a presença dele.

— Amor, o médico disse que precisamos tomar muito cuidado — começou Evan, segurando minha mão com firmeza. — Vou ficar com você o tempo todo. Nada vai te perturbar enquanto eu estiver aqui.

Ele ajustou os travesseiros ao meu redor, garantindo que eu estivesse confortável. Meu olhar estava cheio de preocupação, mas também de uma força serena que tentava transmitir calma.

— Vamos fazer o possível para manter você relaxada. Você tem que se concentrar em ficar bem, e eu estarei aqui para cuidar de tudo.

— Como está nosso bebê? Me diga que está tudo bem! — perguntei, com o tom elevado por preocupação e angústia.

— Shhh! Se acalme, meu amor. Nosso bebê está bem, você está bem, e eu estou aqui a todo momento.

Evan pegou uma cadeira e se acomodou ao meu lado, passando a mão suavemente em meus cabelos e murmurando palavras de conforto. Ele estava focado em garantir que eu sentisse o mínimo de estresse possível. Ouvir que estava tudo bem me deixou tranquila, e eu suspirei de alívio, sorrindo com o carinho reconfortante de Evan.

Com o passar das horas, o ambiente ao nosso redor tornou-se mais calmo. A equipe médica fez visitas regulares para monitorar a situação, e a cada atualização, Evan mantinha-se ao meu lado, sempre com uma palavra de apoio e uma presença reconfortante.

O esforço de Evan para manter um ambiente tranquilo e relaxado foi evidente. Apesar das dificuldades, seu cuidado e dedicação ajudaram a criar uma atmosfera de calma e esperança durante o tratamento.

Passei a noite no hospital e, no dia seguinte, recebi alta. Eu e Evan fomos para casa, e ele decidiu trabalhar em casa naquele dia, para ficar me observando. Ele estava ainda mais protetor do que nunca. Por mais que eu precisasse me manter tranquila, não conseguia tirar o pesadelo da cabeça. Algo me dizia que era um sinal. Não sei explicar, mas sinto que talvez minha mãe tenha mentido sobre minha irmã. Pensei por semanas e semanas após o ocorrido, e estou cada vez mais certa de que ela está me enganando e que a verdade está dentro daquele baú que eu cresci vendo trancado e que ela nunca me permitiu conhecer.