Ela tentou lutar, um último surto de dignidade contra a avalanche de emoções que Bryan representava. Seus punhos se cerraram contra o peito duro dele, os músculos tensionados numa resistência fútil. Mas seu corpo, o traidor mais eficiente, já havia capitulado. Cada célula, cada nervo, respondia à energia selvagem e desesperada que ele emanava, uma força primal que falava diretamente com a loba dentro dela, com Mika, que uivava de reconhecimento e submissão. Ele não estava ali para diálogo ou explicações; sua presença era uma tempestade de pura necessidade, e Mia era o único porto seguro capaz de contê-lo.
Algo estava profundamente errado, quebrado dentro dele, e essa percepção a inundou com uma onda de desorientação ainda maior. Ela queria entender o que o havia levado àquele estado, qual demônio ele tentava exorcizar com o corpo dela, mas ele se mantinha um forte inexpugnável, revelando apenas a fumaça, nunca o fogo.
O quarto afundou em um silêncio pesado, denso como algodão molhado, quebrado apenas pelo som áspero e sincronizado de suas respirações. O peso do corpo dele sobre o dela era ao mesmo tempo uma âncora e uma prisão. Um arrepio percorreu sua espinha, mas não era apenas de medo ou repulsa; era o choque elétrico do reconhecimento, da pertença distorcida que ainda os unia. Uma parte minúscula e proibida dela se questionava se, naquele caos, não havia um fio de verdade crua, algo além da dor e da confusão, algo que sua mente racional ainda não era capaz de decifrar.
Quando os lábios dele encontraram os seus novamente, a intensidade era diferente. Não era o beijo frio e controlado de outrora. Era quente, desesperado e úmido, um beijo de afogado que a usava como o último gole de ar. Era como se ele tentasse se encontrar, se reconstruir, através do sabor e do calor dela. Mia, ainda nadando em um mar de confusão, correspondeu ao beijo, sua própria boca se movendo por vontade própria, enquanto a sensação de estar perdida e sem controle a consumia por dentro, uma rendição doce e amarga.
Ele estava ali não por desejo, mas por pura necessidade. Ela sabia disso, sentia essa verdade amarga em cada fibra do seu ser. Era um remédio amargo, um curativo sujo para uma ferida que ela nem mesmo conhecia. Mas, naquele instante, ela cedeu. Cedeu à dor que latejava, ao desejo que sempre queimara por ele, e à necessidade latente e esmagadora de finalmente tê-lo de volta, mesmo que fosse apenas um bálsamo temporário para a angústia evidente que o devorava.
Ela não queria ser apenas o seu consolo, o refúgio para as suas mágoas. Queria ser o seu sol, não o seu analgésico. Mas naquela hora, permitiu-se sentir o toque dele, sabendo, no fundo da alma, que a forma como ele a via ainda não era a que ela tanto almejava.
Ele a despiu com uma mistura de urgência e reverência, até que ela estivesse completamente nua sob ele na vasta cama do resort. Cada centímetro de pele que ele expunha queimava sob seu olhar intenso, como se fosse marcada a fogo pela sua atenção. Suas mãos, ásperas e famintas, percorreram seu corpo com uma posse que beirava o animal, mas cada toque, por mais brusco que fosse, era pontuado por um tremor quase imperceptível, uma vulnerabilidade que ele não conseguia totalmente esconder.
Ele subiu sobre ela, seus olhos azuis agora selvagens e vidrados, refletindo uma tempestade interna. Quando ele abocanhou um de seus s***s, não foi com violência, mas com uma ferocidade possessiva que arrancou um gemido longo e gutural de Mia. Seu corpo se arqueou involuntariamente em entrega total, uma resposta primal que a envergonhou e excitou ao mesmo tempo. Sua mão livre achou o centro úmido e latejante dela, e os dedos hábeis e impacientes a fizeram gritar alto, seu próprio corpo traindo qualquer resquício de resistência. Suas mãos se enterraram nos cabelos louros dele, puxando-os com uma força igual, num duelo silencioso de entrega e dominação.
E então, sua boca iniciou uma peregrinação lenta e deliberada pela sua pele, um ritual de adoração e reconquista. Ele a saboreava como um homem faminto prestes a morrer de inanição. Sua boca desceu pelo vale de seu abdômen, uma trilha de fogo líquido que levava direto ao seu epicentro, àquele núcleo íntimo que pulsava em antecipação agonizante. Quando seu hálito quente finalmente encontrou o centro dela, um gemido gutural e compartilhado ecoou no quarto, uma sinfonia primal de dois corpos se reencontrando.
Ele a saboreou com devoção absoluta, e Mia gritou, um som puro, incontido e arrancado das profundezas da sua alma. Sua respiração tornou-se ofegante, um ritmo acelerado ditado pela dança hábil e implacável de sua língua. Cada movimento era uma tortura deliciosa, uma exploração íntima que a fazia arquear-se contra os lençóis, as pernas tremulas, as mãos crispadas nos cabelos dele.
Enquanto isso, suas mãos não ficaram ociosas. Palmas calosas subiram para se encontrar com seus s***s tensos, onde os m*****s estavam rigidamente eretos. Ele os rolou entre os dedos, um jogo c***l de pressão e prazer que era o contraponto perfeito à devoção oral, levando-a a um estado de sensibilidade quase dolorosa.
Soterrada entre as próprias pernas, a voz rouca, possessiva e quebrada dele surgiu como um trovão, carregada de um desejo puro e de uma angústia raw: — p***a, como eu senti falta do seu sabor. Como senti falta de você.
E então, sem conseguir se aguentar mais, Mia explodiu. Seu corpo tremeu e convulsionou debaixo dele, um tsunami de prazer tão intenso que apagou o mundo por alguns segundos. Um grito abafado contra o próprio braço foi a única coisa que a impediu de gritar seu nome para todo o resort.
Sem mais demoras, como se não pudesse esperar um segundo sequer, ele a penetrou profunda e completamente, preenchendo cada espaço vazio que a ausência dele havia criado. As estocadas eram rápidas, fortes e necessárias, um ritmo ditado pela urgência e pelo desespero de se reconectar, de se fundir, de apagar os dez meses de solidão. Ele rugia de prazer, sons guturais e animalescos escapando de sua garganta, enquanto Mia gemida em resposta, um dueto de sons primitivos. Cada estocada dele dentro dela era profunda e forte , ele se enterrava nela reivindicando oque lhe pertencia.
Ela sentia que estava próxima do clímax novamente, seu corpo hiperssensível se contorcendo a cada investida. Selvagem, incansável, ele continuava dentro dela, sua boca agora sugando um de seus m*****s com uma fome insaciável. E ela não aguentou. Com um urro abafado e rasgado de puro êxtase, ela sentiu seu corpo explodir novamente debaixo dele, desta vez mais forte, mais profundo, como se estivesse sendo despedaçada e remontada ao mesmo tempo.
Quando a última onda de prazer os atingiu, ele desabou sobre ela, o corpo pesado, suado e tremendo. O silêncio que se seguiu foi súbito e absoluto, quebrado apenas pelo som de dois corações batendo em frenesi, tentando se acalmar.
Ele rolou para o lado, puxando-a consigo, e ela o olhou nos olhos. E no fundo daquele azul tempestuoso, além da embriaguez, além da raiva, além da dor, ela viu. Viu a essência pura da conexão deles. Viu a entrega total. O amor que estava lá, não como um reflexo do coração dela, mas como uma força própria, crua, assustadora e inegável, tão real quanto as marcas que seus dedos deixaram em seus quadris.
Ele precisava falar. Ele estava entregue, exposto, vulnerável de uma forma que ela nunca vira. E ela... ela também estava. Completamente.
Ele deitou ofegante ao lado dela e a puxou para um abraço, não possessivo, mas desesperado. Ele se enterrou em seu pescoço, como uma criança assustada procurando conforto, e sussurrou contra sua pele, a voz rouca, quebrada e carregada de uma vulnerabilidade devastadora:
— Você nunca vai me deixar, Mia. Tá me ouvindo? — não era uma pergunta, era uma súplica, um pacto, um grito de desespero do menino assustado por trás da armadura de Alfa. — Eu não sobrevivo a isso. Não quero ficar mais nenhum dia sem você, nunca mais! Não me deixa... por favor.
Os braços dele a envolveram com uma força quase dolorosa, desesperada, como se ela fosse a única tábua de salvação em um mar revolto. Ele enterrou o rosto no pescoço dela, e ela sentiu—uma lágrima quente e única—umidade contra sua pele. A confissão final de um guerreiro quebrado.
Ela ficou imóvel, o coração partido em mil pedaços, cada um queimando com uma emoção diferente. Odiando-o por tê-la reduzido àquela montanha russa emocional. Odiando-se por encontrar um conforto perverso e profundo naquela demonstração crua de posse doentia e dependência. Ele não a amava de uma forma saudável e tranquila. Ele a precisava de um jeito que era asfixiante, consumista e tóxico.
E naquela quietude pós-tempestade, com o gosto salgado de suas lágrimas em seus lábios e as marcas de seus dedos em sua pele, Mia entendeu a profundeza abissal do seu vínculo. Ela era amada de uma forma perigosa. Era possuída por uma paixão que podia destruir ambos.
E a parte mais aterrorizante de tudo era que, depois de dez meses de solidão gelada, o inferno caloroso dos braços dele parecia infinitamente melhor do que o vazio.