bc

Aos Poucos

book_age18+
56
FOLLOW
1K
READ
forced
actor
like
intro-logo
Blurb

Lara Pinheiro sentiu o chão sendo arrancado de seus pés quando sua melhor amiga/irmã foi diagnosticada com câncer em estado avançado. Estudante de jornalismo, e empregada doméstica, Lara não tinha a menor condição de ajudar no tratamento de sua amiga. Por isso quando uma proposta absurda surge, ela se vê obrigada a dizer sim. Rafael Nero viveu a vida para sua carreira. Um cantor de sucesso, amado por seu público e invejado pelos concorrentes, ele faz de tudo para permanecer no auge, até mesmo mentir sobre a sua sexualidade. Consciente de que seu público cairia fortemente caso sua homossexualidade viesse a público, ele segue a vida fingindo ser o sexy hetéro que todos pensam. Mas seu mundo é abalado quando sua nova namorada contratada aparece em sua vida. Lara faz Rafael repensar sobre tudo que ele conhece sobre o mundo e principalmente a si mesmo. O amor pode tardar, mas ele sempre chega. Às vezes, ele vem de repente, mas em outros casos, ele vem aos poucos...

chap-preview
Free preview
A Proposta - Parte 1
Sai do HC com o corpo em espasmos. Fiquei firme diante de Poly, tentando mostrar a ela que aquilo não era um bicho de sete cabeças e que nós iríamos dar um jeito nisso, mas sinceramente eu não acredito em nada que eu falei e tentei mostrar. Sentei no banco da praça, em frente ao hospital e não consegui conter o choro que explodiu da minha garganta. Não pensei no ridículo que eu com certeza estava me expondo chorando daquele jeito em público, eu só pensava no sorriso da minha amiga que provavelmente em alguns meses não existirá mais. Se existe mesmo um Deus, porque ele permite que coisas assim aconteçam? Por que pessoas más como Lorena Max Field, continuavam com sua saúde de ferro e pessoas boas como Poly, desfalecia em camas de hospitais? Aquilo não entrava na minha cabeça. Poly nunca fez m*l a ninguém, era o tipo de pessoa otimista que enxergava o ponto positivo em tudo. Até mesmo doente como está é capaz de tentar fazer piada. "Pense pelo lado positivo, Lara, você já viu como meu médico é gatinho?" Ela disse "Aposto que depois de vê-lo você ficou morrendo de inveja de mim", ela brincou. Ah Poly, você não sabe o que eu daria para estar em seu lugar, e não é por conta de um médico bonito não, se bem que o Doutor Carter é muito bonito mesmo, mas é apenas pelo fato de não aguentar vê-la daquele jeito. Apenas um fantasma do que já foi um dia. Olho para o meu celular que vibra em meu bolso, tocando a música preferida da Poly. "I wish you were here" de Avril Lavigne. Uma sombra de um sorriso aparece em meu rosto quando ouço a música, mas desaparece imediatamente quando vejo o nome na tela. _ Senhora Max Field? _ Atendo, tentando controlar a voz de choro e principalmente a irritação. _ Onde você está Lara? Eu chego em casa mais cedo e percebo que minha empregada que com certeza deveria estar arrumando os quartos a essa hora, não está! Posso saber onde a senhorita se encontra no seu horário de trabalho? Afasto o telefone do ouvido,solto um xingamento e respiro fundo mais uma vez em busca de um pouco de controle, sinto como se pudesse matar um exército hoje. _ Minha amiga acabou de ser diagnosticada com câncer, eu vim visitá-la no hospital, avisei a Graça. _ Falei com um falso respeito. _ Ah então é a Graça que paga seu salário para que vá dar satisfações a ela? _ Vaca! _ Não senhora, mas como a governanta é a responsável pelos funcionários, em sua ausência achei que deveria me dirigir a ela, em vez de incomodá-la com questões supérfluas. _ Venha imediatamente para cá, tem vinte minutos ou esqueça que tem emprego. _ Ela grita, já completamente sem paciência. Ela odeia quando eu dou explicações validas sobre meus "erros". Pego minha bolsa que estava jogada na grama, e coloco o celular dentro, enquanto caminho até o ponto de ônibus. Essa droga de vida não me permite sequer ver minha amiga à beira da morte sem que a bruxa venha me importunar? O ônibus lotado, nem me irrita mais, por mais que eu odeie o cheiro podre que vem da axila do homem atrás de mim, a raiva da droga do destino ocupa mais os meus sentidos. Assim que chego na mansão, olho no relógio surpresa ao ver que cheguei em vinte e dois minutos. Mas claro que os dois minutos a mais do que o ordenado, implicaram uma bronca daquelas! _ Lindo, Dona Lara, de novo desobedecendo a ordens, gostaria de saber que espécie de 'moral' a senhorita acha que tem nessa casa. _ Ela me aborda assim que abro a porta da mansão. Pietro seu filho mais velho está sentado na sala, mexendo no celular de cabeça baixa, ele é único que geralmente me tira dessas, mas pelo visto, hoje o dia não é para mim, pois ele nem se quer levanta o olhar. _ Desculpe pelos dois minutos de atraso senhora, é que o ônibus estava andando um pouco devagar hoje. Mas pode descontar os dois minutos do meu salário se assim lhe agradar. _ Respondo de cabeça baixa, meu sarcasmo espero que tenha sido evidente apenas para Pietro, já que vejo um sorriso surgindo em seu rosto. _ Pode apostar que não apenas esses dois minutos, mas as horas que você passou fora serão descontadas do seu salário, veja sua amiga moribunda fora do seu horário de expediente da próxima vez. _ Dito isso ela sai da sala, subindo as escadas com toda sua classe. Reviro os olhos e me sento no sofá. Maldito dia de merda! _O que aconteceu com a Poly, ouvi a mãe falar sobre uma amiga doente. _ Pietro larga o celular de lado enquanto olha para mim. Ele é tão diferente, quando se fala de personalidade do restante da família que se não fosse pela sua aparência, eu diria que é adotado. _ Ela foi diagnosticada com câncer. _ Respondo sem conseguir evitar que uma lagrima rolasse de meus olhos cheios. Ele se aproxima de mim me abraçando. _ Ah Larinha, eu sinto muito, mas ela vai ficar bem, qual tipo de câncer? _ Ele me pergunta e eu me afasto um pouco dele, se dona Lorena vê-lo me abraçando eu vou ser expulsa dessa casa hoje mesmo. _ Ela está com Linfoma de Hodgkin em estado avançado. O pavor de hospital que a Poly tem, fez com que a gente negligenciasse os sintomas comuns, levamos ela para o hospital apenas quando surgiram o nódulos no pescoço. Eu estou com tanto medo Pietro. Ele acaricia minha mão, já entendendo o motivo de eu ter me desvencilhado de seu abraço. _ Fica tranquila, pelo que eu soube, o linfoma de Hodgkin é famoso pela alta taxa de cura, mesmo no estado avançado, e a Poly é forte, imagina se ela vai deixar uma coisinha como um câncer derrubar ela. _ Sorri. _ Mesmo assim. Os remédios e exames são caríssimos e se ela for esperar pelo tratamento público, a gente pode esquecer, a lista de espera pelos remédios é sem fim. Imagina se os pais dela, ou até mesmo eu vou ter dinheiro para custear um tratamento como esse? Ele parece ficar pensativo por alguns momentos, e depois olha para mim, parecendo ter uma solução e ao mesmo tempo ter vergonha da mesma. _ Olha, talvez eu possa te ajudar, o meu chefe pode te contratar para um serviço, que vai te ajudar a custear o tratamento da Poly e até mesmo te livrar da minha mãe. Mas você vai ter que me prometer que não vai ficar brava comigo depois de ouvir a proposta. Meu sexto sentido se alarma imediatamente e eu recuo um pouco, me afastando do Pietro. _ Que tipo de proposta é essa? Eu não terei que ser p**a de ninguém não, não é Pietro? _ Pergunto ofendida. _ Não é nada disso Lara, eu não posso te explicar direito, você pode faltar à faculdade hoje? _ Você sabe que eu odeio faltar à faculdade. _ Eu sei, mas tem algum seminário, prova, teste ou algo que seja imprescindível a sua presença? _ Na verdade não, mas... _ Então tudo bem, você não precisa aceitar Larinha, você só precisa ouvir e colocar na balança se os sacrifícios valem à pena. _ Não tem como me adiantar nada, não? _ curiosidade e desconfiança me definem. _ Não. Eu não saberia te explicar e nem sei se poderia. Vou falar com eles e qualquer coisa te falo, se vista bem bonita, mais do que você é. _ Ele levanta me dá um beijo no rosto e sai da sala discando algo no celular, deixando-me em cólicas de curiosidade. *** Olho no relógio em meu pulso e são oito e dez da noite, meu coração está acelerado, sem saber o que esperar essa noite. Pietro me avisou durante a tarde que o encontro hoje à noite estava de pé, e disse que oito e vinte viria no meu quarto me buscar, já avisando que seria um jantar em um restaurante chique, portanto eu deveria me vestir a rigor. Fiz um penteado no meu cabelo escuro, deixando-o meio preso com as pontas enroladas. Procurei fazer uma maquiagem mais elegante, esfumando os olhos de marrom e colocando um batom coral nos lábios. O vestido vinho de mangas compridas, tem um decote alto, deixando a parte da frente bem recatada, enquanto um decote em V, deixa boa parte de minhas costas à mostra. O cumprimento, passando um pouco do meio das coxas, o deixa sensual sem que haja qualquer vulgaridade, preservando a elegância que o Pietro tanto frisou. Coloquei um sapato de salto alto azul marinho, e usei a única bolsa carteira que eu tinha, uma preta fosca que a Poly me deu, Precisava de um toque dela esta noite para que me lembre do meu objetivo. Como se fosse possível esquecer. Abri a porta do meu quarto, quase caindo para trás de susto ao ver Pietro pronto para bater. Ele me olha de cima abaixo, como se estivesse surpreso. Reviro meus olhos, em seu meio deve ter visto tantas mulheres muito mais arrumadas do que eu, que devo parecer uma acompanhante de luxo para ele. Que por sinal conseguiu ficar ainda mais bonito do que é. Usa uma camisa social preta, por cima da calça jeans, sua já comum barba frisada foi retirada e seus olhos azuis parecem ainda mais evidentes contrastando com o cabelo preto. _ Uau, quando pedi que se arrumasse, não imaginava isso tudo! _ Tentei me vestir para impressionar, consegui? _ Perguntei dando uma voltinha. _ Mais do que qualquer probabilidade. Você está lindíssima. _ Muito obrigada Pietro, não só pelo elogio, isso também, mas por estar me dando qualquer que seja essa oportunidade. _ Espero que você me agradeça depois do jantar. _ Ele parece tenso e eu me preocupo de imediato. Não pode ser coisa boa, já que ele está tão preocupado assim, só de pensar minha pele já se arrepia, não passam boas possibilidades em minha cabeça. Longe disso. Graças a Deus, não encontrei com dona Lorena, vestida assim tenho medo de suas interpretações. Encaro isso como um sinal do universo de que esse dia de merda vai começar a melhorar. Espero. No caminho para o restaurante, minha mente vagueia sobre as possibilidades de emprego que o chefe do Pietro pode me dar. O chefe dele é Rafael Nero, um famoso cantor em todo o país, sua voz parece de um anjo e sua aparência de um deus. O Pietro trabalha diretamente com ele, acho que é assessor do empresário, ou algo assim, não sei direito. Mas não consigo imaginar que espaço teria para mim na equipe de um cantor. Principalmente um espaço que custeasse o tratamento da Poly.

editor-pick
Dreame-Editor's pick

bc

A Princesa Prometida do Mafioso

read
1.6K
bc

Uma virgem em minha Cama

read
130.4K
bc

Fortemente quebrados

read
1.9K
bc

Obcecado pela irmã (MORRO)

read
65.2K
bc

Aliança com a Máfia - Herdeiros

read
32.0K
bc

Depois do seu Olhar

read
6.8K
bc

LÁGRIMAS DE SANGUE - MÁFIA

read
26.5K

Scan code to download app

download_iosApp Store
google icon
Google Play
Facebook