Carol Estar dentro daquela casa era como viver à beira de um precipício. A qualquer momento, algo dentro de mim podia escorregar e me empurrar de vez. As paredes me observavam. As sombras cochichavam. E Gabriel... Gabriel era o centro de tudo. O caos que me atraía e me assustava na mesma medida. Desde a noite da tentativa de fuga, ele havia mudado. Não gritava mais. Não ameaçava. Mas o silêncio dele era ainda mais c***l. Não sabia o que esperar, e isso me corroía. Era como se estivéssemos travando uma guerra invisível. Um duelo onde ninguém atirava, mas os corpos já estavam caindo por dentro. Naquela tarde, desci para a cozinha na esperança de escapar de mais um dia sufocante. Encontrei Luciana organizando a bancada. Ela me lançou um olhar discreto, mas solidário. — Ele tá no terraço.

