Henrique O rádio da delegacia chiou. Depois, silêncio. A tensão ali dentro era um animal enjaulado. Desde que assumi a Rocinha, cada passo que dei foi cercado por cuidado, disfarce e medo. Mas nenhuma preparação do mundo me ensinaria a engolir o que ouvi naquela manhã. — Delegado Henrique… — o inspetor Batista se aproximou, engolindo seco. — Temos uma informação urgente. Confirmada por um dos nossos infiltrados: Marcos “Sombra” foi executado. Pelo próprio Gabriel. Meu sangue gelou. — Como? — Levaram ele no beco atrás da mercearia do Borel. Dois tiros na nuca. Execução limpa. Fechei os olhos. Respirei fundo. Sombra era mais do que uma peça na operação. Era o nosso elo. O único homem que podia garantir que entraríamos na Rocinha com intel o suficiente para derrubar Gabriel sem p

