Marcos “Sombra”
O morro nunca dorme. Ele apenas finge. Esconde o caos em silêncio abafado e deixa os sussurros carregarem os segredos pelos becos. E eu, Marcos — ou como todos preferem me chamar, Sombra — sou aquele que escuta os sons que ninguém escuta. Que enxerga quando os outros só veem escuridão. E desde que aquela garota, Carol, cruzou o portão da casa do chefe, alguma coisa me incomodava.
Não que eu não confiasse no julgamento do Gabriel. Mas confio mais nos meus instintos. E eles berravam desde o primeiro dia que aquela mulher não estava ali só por submissão. Havia algo nos olhos dela... resistência. E mulher que resiste demais, cedo ou tarde, trai.
Gabriel estava cego por ela. Não admitia, claro. Dizia que era só controle, que precisava dela ali por causa do acordo, do nome, da
