Capítulo 29 : Portas Fechadas, Olhos Abertos

1173 Words

Carol A Rocinha parecia mais silenciosa que o normal naquela manhã. Um silêncio estranho, tenso, como se a favela estivesse prendendo a respiração. O vento trazia um cheiro de poeira e fumaça misturado ao perfume das flores que minha mãe cultivava no quintal da nossa antiga casa. Mas eu não estava mais ali. Agora, era a casa de Gabriel que me prendia, me cercava… e onde, mesmo em meio a tanto luxo e controle, eu me sentia mais sozinha do que nunca. Desci as escadas com o coração apertado, ainda vestida com o preto do luto. O cheiro de café invadia o ar, mas meu estômago revirava só de pensar em comer. Fazia dias que quase não tocava na comida. Desde a morte do Rafael, algo dentro de mim havia quebrado — e nada do que Gabriel fizesse parecia capaz de colar os pedaços. Foi então que perce

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