Capítulo 31 : Rostos que Não se Reconhecem

1263 Words

Gabriel O silêncio dela me mata mais do que qualquer palavra de ódio já dita. Carol não grita mais. Não esbraveja, não me empurra, não me desafia. Ela apenas existe, arrastando os pés pelos cômodos da casa como um vulto de si mesma, como se não fosse mais carne, mas névoa. Invisível quando quer ser. Intocável quando tento alcançá-la. Desde aquele maldito encontro com o pai, é como se algo dentro dela tivesse morrido. E pior… algo que eu não sei se posso fazer reviver. Ela disse com todas as letras, diante de mim e do delegado arrogante, que escolhia ficar. Mas não houve convicção. Houve uma dor fria na voz. Um desespero oculto no olhar. Como se, ao dizer aquelas palavras, ela tivesse assinado sua própria sentença — uma prisão emocional que nem mesmo os muros do morro podiam conter. E

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