Carol Acordei antes do sol nascer, com o corpo dolorido e o coração ainda em estado de alerta. A noite anterior foi um borrão de sangue, fumaça e tiros. Gabriel quase morreu. Eu quase enlouqueci. E agora, deitada no chão frio do quarto, com a cabeça encostada na beirada da cama dele, tudo parecia um pesadelo m*l resolvido. Mas ele respirava. E isso era o que importava. Me levantei devagar, as costas reclamando da noite m*l dormida. Gabriel estava imóvel, os olhos fechados, o braço enfaixado, e a respiração profunda. O rosto dele, geralmente tão firme, tinha agora uma paz estranha — daquelas que a gente só vê em quem está lutando contra a própria dor. Aproximei-me e passei os dedos suavemente pela barba rala. Ele não se mexeu. — Dorme mais um pouco, Gabriel… porque a Rocinha, hoje, é

