Gabriel A Rocinha pulsa com uma vida própria, uma melodia única que ecoa por suas vielas e becos. Não é apenas um aglomerado de casas; é um organismo vivo, com um coração que bate forte e ritmado. E quando esse coração se agita, quando seu ritmo se torna frenético e descompassado, não é por alegria ou festa. É um sinal. Um aviso. Um presságio de que a violência está prestes a irromper, de que o sangue está prestes a manchar as ruas e vielas. A aceleração desse batimento cardíaco é um prenúncio de conflito, um lembrete sombrio de que, por trás da fachada vibrante e colorida da Rocinha, existe uma tensão constante, uma linha tênue que separa a paz do caos. Naquela madrugada abafada, o morro acordou diferente. O ar estava pesado demais. O silêncio, denso demais. Os becos... pareciam prender

