No entanto, falar sobre o seu passado parece quase impossível. Ele não compartilha essa parte dele. Nem comigo. Até, talvez, agora. Ou talvez não. Eu sinto isso fechando tudo que tínhamos avançado até agora. A sua expressão fica dura, embora eu juro que posso ver um lampejo de emoções raivosas se agitando dentro dele. — Bem, que pena. Ele me diz. Estreito os olhos e balanço a cabeça. — Foi você quem me obrigou a casar com você. Eu digo. — Eu mereço saber quem você é. — Você pode não gostar do que vai ouvir. — Talvez eu não goste. Concordo com a cabeça. — Essa é uma possibilidade clara. Mas posso entender mais do que você pensa. — Como isso é possível? Ele pergunta. — Você tem tanto desprezo pelo meu mundo. — Porque, como você disse, também é o meu mundo. Eu nasci em um. Eu cresci

