Barbara narrando
Quando eu consegui fazer com que ela parasse de chorar, mesmo que por alguns minutos, falei que a gente precisava ir pro hospital. Ela arregalou os olhos como se eu tivesse acabado de dizer que íamos enfrentar uma guerra. E, de certa forma, era isso mesmo. Uma guerra contra anos de dor, silêncio, abandono, traumas… uma guerra que ela não precisava lutar sozinha mais.
— Não, minha filha… não precisa disso não. Eu tô bem, é só nervoso. Só um nervosinho que já já passa… — ela disse, encolhida no canto da sala destruída, com as mãos trêmulas apertando o próprio corpo.
— Você não tá bem. Você precisa de ajuda. Você precisa ver a sua filha, olhar nos olhos dela. E você precisa de cuidado também, exame, escuta, atenção. Isso tudo que você passou… não é coisa pouca. Não é fre
