Capítulo 02

2560 Words
Coringa narrando Assim que eu chego de volta na boca, dou logo de cara com o Lobo. Tá lá de braço cruzado, cara fechada, aquele ar de juíz de moral que ele adora fazer. Parecia que tava só me esperando. Ele me olha e solta, seco: — Tinha necessidade disso? Falou bolado, com o cenho franzido, como se fosse meu pai me chamando atenção. Eu reviro os olhos, respiro fundo só pra não mandar logo um “vai se f***r” na lata dele. O Lobo não queria que eu tivesse ido lá cobrar. Não queria que eu encostasse na velha. Queria que eu resolvesse tudo direto com a Bárbara. Mas, sinceramente? Eu não queria nem saber. Eu sei muito bem como funciona o coração dessa mulher. Pra chegar nela, é só apertar a família. Ela é transparente, fácil de ler, e isso facilita meu jogo. — Vai tomar no cu, Lobo. Não fode — respondo com o tom carregado de deboche, dando de ombros. — Quer regular meus esquemas por quê? Vai caçar b****a pra comer, c*****o. Cadê meus recolhes ? Já fez? — pergunto, mais irritado ainda, só pra provocar, e ele apenas me encara, sobe na moto dele sem dizer mais nada e me larga ali. Chato pra c*****o. Se acha tão certo, tão reto, tão bandido “de princípios”, que chega a me dar ânsia. Ele não entende que eu sou frente dessa p***a há anos. O comando me confiou essa favela há muito tempo, e eu administro tudo direitinho, mando o lucro deles sem falhar e tiro o meu, do meu jeitinho discreto. Meu caixa dois tá maior do que qualquer boca da região, mas ninguém vê. Enquanto eu vou tirando dinheiro do bolso dos outros, reforçando o meu, é mais b****a que eu como. Pra mim, tudo é lucro. Eu sou cria daqui. Nasci e fui moldado nesses becos. Assumi o morro quando o antigo dono morreu e a família dele não quis nem saber de continuar. O comando precisava de alguém de confiança, e eu já era gerente geral, junto com o babaca do Lobo. Só que ele sempre foi o bandido mais certinho que eu já vi. Quando comentei do esquema do caixa dois, ele se afastou, disse que não queria se envolver, que se essa merda explodisse, era pra eu jamais mencionar o nome dele, que ele ia fingir que nem sabia. Mandou eu nunca mais abrir a boca sobre isso perto dele. É um o****o, né? Porque enquanto ele anda aí todo cheio de honra, o meu bolso tá três vezes mais gordo que o dele. Problema é dele. Eu durmo tranquilo, com dinheiro e mulher me aquecendo. O Lobo também não aceita covardia com morador. Mas pra mim, se morador tá devendo aluguel ou droga, vai pagar de qualquer jeito. Eu não perco dinheiro por dó de ninguém. Dinheiro aqui não sai, só entra. Quando peguei a caderneta de anotações e vi o nome da velha lá, devendo três meses, me deu um prazer danado começar a apertar ela. Cada dia era uma desculpa nova, uma mentira diferente, até que hoje eu enchi o saco e fui eu mesmo resolver. Fui lá cobrar sem pena. E não me arrependo nem um pouco. Eu lembro bem do moleque dela ficar tetraplégico. Naquela época, eu ainda era vapor, bem novo, moleque mesmo, tava até crente que ia virar pastor, porque era vapor na porta da igreja. Foi uma invasão sinistra do BOPE. Eu mesmo caí nessa. Pegaram geral, me botaram na tranca por quatro meses. Mas o comando me bancou, arrumou um advogado brabo e eu saí rapidinho, voltei pra pista como se nada tivesse acontecido. Hoje não sou procurado, nem foragido. Sou neutro no nome. Mudei meu visual, alterei até o sorriso, não sou mais aquele pivete magrelo que foi preso. Só me pegam por DNA. E quando vou pras invasões, é só de balaclava, pra não ter risco de me reconhecerem. Mas o mais f**a é que posso passar batido em qualquer lugar… menos nos olhos dela. A Bárbara me enxerga de um jeito diferente. Ela é meu sonho de consumo desde sempre. Acho que já comi essa favela inteira, mas ela? Ela não. Ela foge, n**a, se esquiva, inventa desculpa. Já chegou até a ficar com o Lobo só pra não ter que ficar comigo. Eu vi quando ela agarrou ele na frente de uma novinha que ele tava pegando, só pra me afrontar. E o Lobo ficou todo sem jeito, porque sabia o motivo real daquilo. Bárbara faz de tudo pra escapar de mim. Mas agora, ou ela paga esse aluguel, ou vai ter que me dar, pelo menos, uma noite. Uma chance. Porque eu quero. Essa mulher é o sonho de todo vagabundo aqui dentro. Linda, perfeita, gostosa, lutadora, sinistra. Eu amo quando tem campeonato aqui no morro. Quando ela organiza aquelas competições e principalmente quando ela mesma luta. c*****o. Pensa numa mulher boa de porrada. Já tentei até fazer aula com ela, mas até isso ela me negou. Chata pra c*****o na porradaria. Ela treina até os menor da boca, ensina disciplina, bota ordem. E não tem ninguém melhor que ela. É joia rara do nosso morro, que ainda vai brilhar mais do que já brilha, e vai ser na minha cama, me dando uma chave de b****a gostosa. Quando entro na minha sala eu largo o rádio na mesa a arma também, e aciono logo quatro putas pra vir me satisfazer. Preciso extravasar. Preciso aliviar essa tensão. Enquanto isso, penso na Bárbara. Em como seria finalmente ter ela pra mim. A Bárbara sentando pra mim. É isso que me faz ficar doente. O resto é só distração até o dia que ela não tiver mais como correr. Porque uma hora, eu sei, ela vai ter que escolher: ou paga a dívida… ou se entrega. E quando esse dia chegar, eu vou ter muito mais do que uma noite. Vou ter a mulher mais desejada dessa favela debaixo de mim, do jeito que eu sempre sonhei. Caralho… eu fico remoendo na cabeça aquela cena como se fosse um filme passando em loop. O tapa que eu dei na cara dela. O jeito que o maxilar da Bárbara virou pro lado, o orgulho dela estalando por dentro, mas sem cair, sem se abalar. Aquele olhar me fode. Me deixa duro só de lembrar. Porque ela me enfrentou de novo. Olhando no fundo dos meus olhos, como se não fosse nada. Como se eu não tivesse com um fuzil entalado no peito dela. Ela me afronta. Me tira do eixo, me deixa com o sangue fervendo, mas de um jeito que eu só consigo traduzir em t***o. Eu penso naquela morena sentando pra mim. Não com aquele jeito mandão, dona de si. Mas toda entregue. Destruída por dentro, sem ter mais pra onde correr. Imagina ela montada em mim, com a cara vermelha do tapa, a boca entreaberta gemendo meu nome? Imagina a Bárbara, tão cheia de pose, pedindo pra eu não parar? Eu quero quebrar ela por dentro. Quero ver até onde vai o orgulho dela quando estiver com a minha mão no pescoço e o meu p*u metendo tão fundo que ela chore. É isso que me alimenta. É isso que me faz crescer por dentro das calças. Eu sou bandido. Sou monstro. Mas essa mulher me faz ser pior do que eu já sou. Enquanto penso nisso, ouço a porta abrir. As putas chegaram. Quatro. Todas que eu já comi umas cem vezes cada. Mas hoje, elas iam me servir como nunca. Entram rindo, já peladas por baixo dos vestidos curtos. Eu aceno com o dedo pra uma fechar a porta. Jogo o fuzil num canto, puxo uma delas pelo cabelo e tasco logo um beijo agressivo, mordendo o lábio dela até sair sangue. — Tira a roupa direito, p***a. Mostra pra mim o que eu tô pagando — mando, com voz grossa, e elas obedecem na hora, se despindo ali mesmo, com pressa, quase competindo. Eu me sento no sofá, abro a bermuda, deixo meu p*u pra fora e fico só assistindo enquanto elas começam a se tocar. Duas se ajoelham e se beijam, a mão de uma descendo direto pra b****a da outra, que já tá escorrendo. As outras duas vêm pra cima de mim. Uma monta na minha coxa e esfrega a b****a nela, gemendo, enquanto a outra já abocanha meu p*u sem dó. — Chupa direito, p***a… até engasgar — eu seguro a cabeça dela e forço mais, vejo o olho marejar. Adoro isso. Olho pras outras duas no chão, já se chupando, a boca de uma lambendo o g***o da outra, dedos entrando fundo. — Vai, mete nela. Enfia o dedo até o talo, quero ouvir ela gritar — ordeno, e vejo a p*****a engrossar. Elas obedecem, gemem alto, se contorcem, trocam beijos lambuzados. Puxo a que tá no meu p*u, boto ela sentada virada pra mim e enfio sem avisar. Ela dá um berro. Eu seguro firme na cintura e começo a meter com força, sem parar. A outra sobe em cima do sofá, me dá a b****a na cara. Eu meto a língua sem pena, mordo o g***o dela até ela me segurar pelos cabelos. Enquanto isso, continuo observando as duas no chão, uma montando no rosto da outra, gemendo alto, esfregando o peito, gritando meu nome. — Vocês são só brinquedo. Fica bem claro isso — eu falo ofegante, apertando a b***a da que tá sentada em mim e batendo forte. A outra segura minha cabeça, gemendo toda manhosa, implorando pra eu chupar mais. Eu só dou uma risada baixa. Troco as posições, boto a que tava sentada pra mamar meu p*u agora, pego a que tava no chão e viro de quatro no braço do sofá. Enfio de uma vez só, do jeito bruto que eu gosto, batendo forte, vendo a b***a dela quicar. Seguro o cabelo, puxo pra trás, faço ela olhar pras outras que tão chupando e se pegando no tapete. — Olha pra elas. Vê como elas tão lindas se comendo. Isso que eu gosto. p*****a servindo p*****a — falo no ouvido dela e dou uma mordida na nuca. Ela só geme, toda molhada, sem resistência. Troco de novo. Boto todas elas de joelhos na minha frente. Elas revezam chupando meu p*u, lambendo minhas bolas, enquanto uma outra me beija e esfrega a b****a na minha perna. Eu tô suado, respirando pesado, só pensando na Bárbara, em como seria ter ela no lugar dessas quatro. Mas a Bárbara não é qualquer uma. Não é como essas. Por isso eu quero tanto. Por isso meu p*u fica mais duro do que nunca só de imaginar a cara dela molhada de choro e g**o ao mesmo tempo. Uma hora, essa p***a vai acontecer. E aí eu quero ver se ela vai ter coragem de me encarar do jeito que encara hoje. Quero ver se não vai implorar pra eu meter mais forte. Termino gozando na boca de uma delas, puxando pela garganta, ouvindo ela se engasgar toda e limpar depois com a língua, lambendo meus dedos como boa c****a. Jogo todas pro chão, mandando continuarem se pegando, e acendo um cigarro, nu, largado no sofá. Fico só observando elas se comerem, pensando em como tudo isso ainda é pouco perto do que eu quero de verdade. Porque meu verdadeiro prêmio, meu troféu mais cobiçado, é a Bárbara. E é questão de tempo até ela pagar a dívida dela do jeito que eu escolher. Eu ainda tava largado no sofá, fumando meu cigarro, quando senti o calor das quatro putas de novo se aproximando. Elas estavam excitadas, olhos brilhando de t***o, o corpo todo suado daquela suruba que eu tinha acabado de comandar. Uma delas subiu no meu colo sem pedir permissão, esfregando a b****a na minha coxa enquanto me chamava no ouvido, com aquela voz melada: — Ai, amor… deixa eu montar de novo no teu p*u, vai… tô toda molhada pra você… A outra já veio por baixo, segurando meu p*u com as duas mãos, lambendo a cabeça, descendo a língua grossa pela veia, até abocanhar de novo. Fechou os olhos, gemendo, quase implorando pra eu gozar na boca dela de novo. — Chupa direito, p***a, engole essa p***a toda… — eu rosno, puxando o cabelo dela, sentindo a outra se esfregar ainda mais em mim. Enquanto isso, a terceira me beijava. Um beijo quente, lambuzado, cheio de língua, apertando meu rosto com as duas mãos como se fosse minha mulher. Ela me chamava de amor o tempo inteiro, gemendo contra a minha boca, mordendo meu lábio. A quarta se juntou lambendo meu pescoço, subindo a mão pro meu peito. Era b****a, boca, língua, cheiro de sexo e cigarro misturado. Eu tava no meu paraíso particular. Segurei a nuca da que chupava meu p*u, enfiei com força garganta abaixo, ouvindo ela engasgar e adorar, e mordi a boca da que me beijava tão forte que saiu sangue. — Vocês são minhas putas… minhas piranhas… — eu falo entre dentes, sem fôlego, a mão apertando a b***a da que se esfregava no meu colo. — Fala quem manda aqui. — Você, amor… só você… — elas diziam quase juntas, numa sinfonia suja, gemendo, rindo, se pegando entre si enquanto me chupavam e montavam. Eu tava quase gozando de novo quando, do nada, a porta se escancara e a voz dele ecoa tão alta que parece que o mundo parou. — VAZA AGORA! ISSO AQUI É PUTEIRO? NÃO TEM TRABALHO NÃO? Era o Muralha. O chefe. O homem que manda nessa p***a toda. A sala ficou em silêncio num estalo. Até o som das putas gemendo morreu. Meu coração deu um pulo no peito. Eu arregalei o olho, larguei o cigarro na hora. A que tava no meu p*u tirou a boca, quase caiu pra trás, e a que tava me beijando se afastou correndo, botando a mão nos p****s. A cara delas era de puro pavor. Muralha entrou com o corpo pesado, o olhar assassino. Parecia que ia matar alguém só no grito. A mão dele tava no cabo da Glock, batendo no coldre do jeito impaciente que ele tem quando tá puto. O olhar dele veio direto em mim, e eu senti o gelo subir pela espinha. — Tão surdas, c*****o? VAZA, p***a! — ele gritou de novo, e as quatro saíram tropeçando, correndo quase nuas, pegando as roupas pelo caminho. Eu fiquei ali, ainda nu, sem reação por uns segundos. Só então fechei a bermuda, me recompus, passando a mão pela cara. Merda. O Muralha nunca dava as caras assim do nada. Se ele entrou, é porque a bronca era séria. E eu sabia que ele não ia gostar nada de me ver gastando o tempo dele, e o dinheiro do morro assim, cheio de p**a, enquanto podia estar resolvendo problema de boca ou de guerra. Quando voltei o olhar pra ele, vi que o semblante não tinha mudado. A carranca dele tava pior que nunca. Olhei pra porta o lobo estava ali também e meu sangue ferveu, esse merda nem pra me avisar, que ódio Eu respirei fundo, tentando disfarçar o susto, mas por dentro eu tava completamente travado. Porque quando o Muralha chega, ou você treme… ou morre.
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