Bárbara narrando Eu tava preocupada com ele. Preocupada porque eu sabia que ele não tinha comido nada desde cedo, e mais ainda porque o morro todo estava sob toque de recolher. Isso significava que não tinha nem onde arrumar alguma coisa para a gente comer. O segurança dele me deixou em casa, mas antes da gente subir a favela de volta, eu pedi pra parar numa padaria do lado de fora. Como eu estava acompanhada pelo segurança pessoal dele, consegui sair numa boa, sem chamar atenção. Entrei, comprei pão fresco, batata palha, tudo o que precisava pra fazer um cachorro-quente reforçado. Aproveitei e levei também alguns refrigerantes. Era o que dava pra improvisar naquela hora. Quando cheguei em casa, encontrei minha mãe e meu irmão na cozinha. Ele estava sentado na cadeira de rodas, comendo

