Capítulo 22

1401 Words

Muralha narrando Eu não conseguia acreditar em cada palavra que saía da boca dela. Era como se cada vírgula viesse com um soco na cara, um estalo de realidade tão c***l que nem nos becos mais sombrios das favelas eu conseguia imaginar. Parecia surreal demais. Mas quanto mais ela falava, mais tudo fazia sentido. Tudo se encaixava. Eu não tinha como duvidar. Porque eu já vinha ouvindo coisa demais sobre o Coringa. Já vinha sentindo o cheiro da podridão se espalhando. Mas ouvir da boca dela… olhar nos olhos daquela mulher, tão forte, tão guerreira, e ver a dor, ver a humilhação, ver a revolta… isso me rasgava por dentro de um jeito que eu não sei descrever. O Coringa é um verme. Um lixo. Um covarde. Um homem de verdade jamais encosta numa mulher, muito menos tenta arrancar dela o que não

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