Muralha narrando
Corri até elas, puxei a Heloísa com força pelos braços. Ela resistiu no impulso, ainda tomada pela raiva, mas quando me viu, desabou. Chorando, gritando, completamente fora de si. Não estava errada. Em nada. Mas não podia mais continuar daquele jeito. Aquilo ali só colocava mais fogo num incêndio que já estava fora de controle.
Ela entrou no carro com o rosto todo manchado de sangue, os punhos ainda cerrados, os olhos marejados e encharcados de ódio. Manobrou o carro toda atravessada, cantando pneu, quase batendo na calçada. E partiu. Eu já mandei dois dos meus seguranças irem atrás, pra garantir que ela fosse direto pra boca, direto pro morro, sem desvio, sem perigo, sem chance de sumir. Porque agora ela era peça central em tudo isso.
E aí eu virei pra minha mãe.
E
