Bárbara narrando Eu não sei em que momento a gente parou. Não sei que horas o corpo cedeu ao cansaço ou que instante meus olhos finalmente se fecharam. Desde que entramos naquele quarto, a sensação era de que o mundo tinha sumido, que só existia eu e ele. Foi na cama, na varanda, dentro da banheira, no banheiro, na parede fria — cada canto carregava um pedaço de nós dois. Era como se tivéssemos deixado nossas marcas impregnadas no quarto inteiro, como se a intensidade daquilo fosse capaz de redesenhar o espaço. Nunca tinha sentido nada parecido. Era bruto e ao mesmo tempo cúmplice, era desejo e ternura, era fome e entrega. Eu me entendia com ele em cada toque, cada olhar, cada gemido arrancado da minha boca. O encaixe era perfeito, a conexão absurda. Eu estava completamente viciada, lou

