Lobo narrando Eu tava muito puto. Não, “puto” não descreve o que eu tava sentindo. Eu tava cego de ódio. Eu nunca tinha ficado tão cego de ódio na minha vida como eu tava hoje. Se dependesse de mim, eu torturava aqueles velhos por dias, por horas, até não sobrar nada deles além de um monte de carne podre. Eu faria atrocidades que nem em pesadelo eles conseguiriam imaginar, mas nem isso aqueles merdas aguentavam. Eles desmaiavam antes, gritavam feito uns porcos indo pro abate. E cada grito deles só alimentava ainda mais a raiva que eu sentia. Mas por trás desse inferno, tinha uma coisa que martelava na minha cabeça: Thalia. Eu precisava ver ela. Não porque a gente já tinha tido alguma coisa – nunca tivemos nada. Zero. A gente nunca ficou, nunca rolou nada. Mas desde moleque, eu sempre a

