Barbara narrando Eu nunca vou esquecer daquele instante. Quando o Muralha desligou o telefone com o Lobo e eu puxei meu celular, comecei a correr os grupos da favela, os grupos das meninas do CT, tentando entender se era verdade. Foi quando uma notificação no Twitter me gelou inteira. Eu abri e vi a foto. A foto da cena. A cena não precisava de legenda. A imagem falava por si só. E naquele segundo eu não precisei trocar nenhuma palavra com o Muralha para saber quem tinha mandado fazer aquilo. Olhei pro lado e vi o homem que eu amo transformado em algo que eu nunca tinha visto. Os olhos dele estavam vidrados, a respiração pesada, e ele acelerava o carro de uma forma que me deixou com medo. Medo de verdade. Ele costurava entre os carros como um descontrolado, como se a vida dele não vale

