Barbara narrando Eu achei que não ia aguentar. De verdade. Tinha um momento ali, no meio da luta contra o Mike, que eu sentia a visão embaçar de um jeito que parecia que eu tava afundando dentro d’água, as luzes do galpão piscando distantes, e o som dos gritos virando um zumbido insuportável dentro da minha cabeça. Cada vez que ele acertava um soco no meu corpo, eu tinha certeza que uma costela minha ia se partir. O lado direito do meu peito queimava, ardia, doía até pra respirar. A costela, eu jurava por Deus, tava rachada. Eu me perguntava, entre um golpe e outro, o que eu tava fazendo ali. Por que caralhos eu tinha metido meu corpo naquilo. Mas era só lembrar do Coringa com o fuzil na cara da minha mãe, do meu irmão chorando na cadeira de rodas, do tapa que ele me deu — e a dor vira

