Muralha narrando Acordei já no meio da noite, ainda meio zonzo, e a primeira coisa que me veio foi a lembrança de tudo o que tinha rolado: eu e a Bárbara tínhamos transado em cada canto da casa — na piscina, na sala, no corredor, no quarto, no banheiro. Até pararmos ali, na nossa cama, exaustos, suados, nus, com a respiração pesada. O corpo dela ainda estava colado no meu, e, pela primeira vez em dias, a minha mente parecia um pouco mais leve. Mas leve não quer dizer tranquila. Porque, no fundo, tudo continuava girando dentro de mim como uma tempestade sem fim. Era estranho, pesado e confuso. Eu questionava tudo e todos: o papel da minha mãe nisso tudo, até que ponto ela sabia e se calou, o que o meu pai escondeu, se a Mariana é mesmo um segredo que ele deixou pra trás ou se foi minha

