Barbara narrando Sabe aquele momento em que você olha para alguém e enxerga, nitidamente, o chão se abrindo sob os pés dessa pessoa? Foi exatamente isso que vi diante de mim. O Diego não conseguia mais raciocinar, estava perdido dentro de um turbilhão que eu mesma não sabia como controlar. Ele queria respostas, queria correr atrás da verdade, mas a verdade, naquele instante, ainda era um buraco escuro e incerto. Entramos no carro e eu percebi o quanto ele estava trêmulo. As mãos grandes apertavam o volante com tanta força que os nós dos dedos ficaram brancos. Ele girava a chave, mas não conseguia dar a partida. Respirava fundo, arfava, e parecia que o peito dele ia explodir. — Diego, deixa que eu vou dirigindo. — pedi, com voz calma, tentando puxá-lo para fora daquela vertigem. Ele n

