Barbara narrando
— só vou até aqui — o taxista fala parando muito longe até da entrada onde normalmente param
Eu estava morrendo de dor, a vontade era de mandar ele tomar no cu. Mas eu respirei fundo e paguei a corrida e fui mancando e com a mão na costela em direção a favela. Eu estava sentindo muita pressão na costela, eu precisava ir pro hospital, mas primeiro eu tinha que ir dar aula para as minhas crianças
Assim que passei na barreira eu senti um clima estranho no morro, pesado, mais do que o comum. Todos estavam com medo de me olhar, eles ficavam olhando torto, como se tivessem curiosos sobre o meu estado mas não pudessem falar ou fazer nada. Eu caguei, sinceramente. Eu só segui direto pro centro de treinamento que era ali no pé da favela mesmo e nem em casa eu fui
— Bárbara
