Sinto o carro diminuir a velocidade e acredito que já estamos chegando na casa,passamos por um portão onde há uma guarita e depois de alguns segundos posso contemplar a enorme mansão onde irei morar,ela é absolutamente deslumbrante mas não sinto o aconchego,e o calor de um lar de verdade,o carro para e as portas são destravadas,o segurança que foi me buscar desce do carro e abre a minha porta,confesso que fiquei lisonjeada com a cortesia porque fora meu pai e o Arthur nenhum outro homem havia aberto a porta do carro pra mim antes,antes de sair do carro nos entre olhamos e dou um sorriso de leve,sei que não posso ser grossa com ele pois o mesmo não tem culpa de nada e só cumpre ordens.
- Muito obrigada é,.......qual é mesmo o seu nome? - pergunto e ele prontamente responde.
- Bernardo senhorita Antunes. - ele fala me dando passagem.
- Por favor me chame apenas de Maria Fernanda ou apenas Fernanda. - falo e ele sorri,vou caminhando até as escadas da casa com ele atrás de mim enquanto o motorista pega a minha mala,confesso que não coloquei muita coisa apenas fiz por orgulho e pra demonstrar que eles não mandam em mim,Bernado abre a porta e então passamos por ela,assim que entro no roll fico parada de boca aberta pelo tamanho e a beleza do lugar,isso aqui parece mais um labirinto o que uma casa,ela é completamente moderna e decorada com muito bom gosto, sinceramente eles estão de parabéns.
- E então gostou. - levo um susto com uma voz vinda de um dos cômodos da casa,me viro e então vejo um homem mas velho um pouco mas novo que o meu pai,muito bem cuidado esteticamente e com as roupas muito bem alinhadas no corpo, ele se aproxima estendendo a mão e um sorriso que soa um pouco falso,um arrepio me percorre então dou um passo pra trás. - Como medo de mim Maria Fernanda? - ele pergunta me olhando dentro dos olhos.
- Desculpa mas não nos conhecemos,o senhor é.......? - pergunto e ele sorri sarcasticamente.
- Oton,Oton Montenegro o pai do seu futuro marido. - ele se apresenta com um sorriso irônico e então o cumprimento por educação,pois nesse momento não sei o que pensar, é muita informação para eu processar nesse momento,ainda mas com um casamento que eu se quer pude escolher a cor das flores.
- Prazer Sr.Oton a sua casa é muito bonita,mas devemos pular as apresentações pois pelo o que sei o senhor já sabe muito a meu respeito ao invés de mim que estou sendo obrigada a me casar com um homem ao qual não estou apaixonada. - fala e ele concorda com a cabeça.
- Receio senhorita Fernanda que amor não é o problema e muito menos vem ao caso,meu filho é um jovem rico, bonito e muitas mulheres dariam tudo para estar no seu lugar,amor é para os fracos com o tempo quem sabe.....- o interrompo.
- Se o amor é para os fracos eu sou uma tola então pois sempre sonhei em construir a minha família baseada no amor respeito e compreensão e não por dinheiro,e a propósito eu não sou todas as mulheres. - falo e dou as costas indo em direção as escadas.
- A propósito o jantar é as 19:00 em ponto e não se atrase. - ouço ele falar mas não paro e continuo subindo os degraus,com a ajuda de Bernardo chego até meu quarto.
- Pronto senhorita Antunes está entregue,este é seu quarto espero que goste,garanto que tudo o que precisar tem aí e não se esqueça o senhor Lúcio e o senhor Oton lhe aguardam as 19:00 para o jantar. - ele fala saindo do quarto.
- Bernardo espere um minuto. - ele para se virando para mim.
- Eu sei que o Lúcio pode ser um homem muito ocupado,mas por que ele mesmo não foi me buscar ou me recebeu aqui na casa já que tirando eu ele também é o maior interessado para esse casamento. - pergunto e ele para por um momento me olhando pensado no que dizer.
- Olha senhorita Fernanda eu acho melhor que o próprio Lúcio converse com a senhorita,eu....... é.......- desculpe eu preciso organizar algumas coisas. - ele fala saindo apressadamente e eu fico ali naquele quarto enorme olhando tudo a minha volta,de repente uma vontade enorme de chorar me atinge e eu me sento na cama debulhando em lágrimas por ter que viver uma vida que eu não escolhi pra mim,meus sonhos,meus planos foram todas destruídos por causa da ambição de duas pessoas,fico deita até pegar no sono com a mesma roupa que cheguei, algum tempo depois ouço alguém me chamando e então vejo uma moça que parece trabalhar na casa.
- Desculpe te acordar a senhorita mas é que já está na hora do jantar e como a senhora não desceu o senhor Oton me mandou ver se está tudo bem. - ela fala um pouco acanhada.
- Ah oi sim está tudo bem,acabei pegando no sono e perdi a hora mas pode,mas avisa ao senhor Oton que não irei jantar,depois de tudo o que aconteceu estou sem fome e por favor nada de senhorita me chame apenas de María Fernanda ou apenas Fernanda. - falo sonolenta e lhe dou um sorriso,ainda acanhada ela retribui.
- O senhor Oton pode não gostar da sua ausência. - ela fala preocupada e eu dou de ombros.
- Não dou a mínima para o que ele pensa,eu não vou jantar e pronto,ele já tem o filho querido para fazer companhia garanto que seu não descer não fará diferença alguma. - falo e ela sorrir discretamente.
- O senhor Lúcio não vem jantar,ele m*l chegou de viagem e já e se quer ficou dez minutos aqui,ele e o pai brigaram mas cedo,então ele saiu e não voltou até agora pelo visto não deve dormir em casa. - ela fala e eu a olho pesando aonde ele poça estar,não que eu me importe só não quero ter dores de cabeça sem ao menos ter casado,já basta me casar contra a vontade.
- É ele deve está se divertindo bastante,mas obrigada........- espero ela se apresentar.
- Jéssica. - ela fala e eu aceno a cabeça em afirmação e então ela se retira.
Depois que Jéssica sai do quarto decido tomar um banho e fico um tempo embaixo do chuveiro deixando enquanto a água vai sobre minhas costas,novamente uma vontade de chorar me atinge e eu fico ali deixando a água levar embora todo o meu sofrimento,raiva,angústia e muitos outros sentimentos que se misturam entre si,desligo o chuveiro,me enrolo na toalha e saio do banheiro para explorar o quarto em que será meu até amanhã eu acho,por depois irei dividir com outro ser,abro uma porta de correr e então me deparo com um closet enorme,no centro há uma puff muito macio por sinal,no canto direito uma penteadeira e próximo a ela uma poltrona e no lado esquerdo um closet com várias roupas e vestidos que eu acredito ser pra mim,exploro as gavetas e nelas contém lingeries,pijamas,baby Dolls,camisolas e até peças mas ousadas,não sei mesmo por que alguém teve o trabalho de por - las aqui,com certeza não irei usá-las com essa pessoa,olho para o lado e vejo uma estante cheia de sapatos,cada um mas lindos que o outro,pego um baby doll e me sento no puff olhando todo luxo ao me redor e respiro fundo balançando a cabeça em negação,mesmo diante disso tudo eu ainda preferia a minha vida de volta por que liberdade não se compra.
Visto o meu pijama e então abro a minha mala para pegar um livro que eu trouxe,me jogo no meio das cobertas macias e começo a ler,de repente alguém bate na porta e eu peço que entre então por ela passa a Jéssica novamente ,ela parece ser uma pessoa legal talvez eu consiga muitas informações com ela sobre essa família,coisas essas que meu pai e minha mãe omitiram de mim assim como esse casamento.
- Dona Fernanda tem certeza que não quer comer nada,eu vou me recolher mas se a senhorita quiser eu posso lhe trazer algo. - ela fala preocupada e eu dou um sorriso gentil.
- Eu agradeço muito mas eu não quero nada juro,essa situação toda me fez perder o apetite,eu estou bem obrigada. - falo e ela concorda com a cabeça.
- Sendo assim boa noite então,a senhorita parece ser legal,mas legal do que a senhorita Diana que o senhor Lúcio trás quando o pai dele está viajando,ela......- ela percebe que falou demais e então tapa a boca.
- Pode continuar Jéssica eu não ligo,esse casamento será apenas faixada mesmo,quem é Diana? - pergunto e ela hesita em responder.
- Olha senhorita Fernanda me desculpe as eu não tenho permissão para comentar desses assuntos,se a Célia sonhar que eu te contei isso ela é capaz de me dispensar e eu preciso muito desse emprego, tenho um filho pequeno pra criar e não posso me dar o luxo de ficar desempregada,a senhora entende né? - ela fala eu sou obrigada a concordar.
- Ah Jéssica só mas uma coisa, quem é Célia? - ela arregala os olhos.
- A senhorita ainda não a conheceu? - ela pergunta surpresa e eu balanço a cabeça em negação. - Bom a Célia é a governanta da casa ela que coordena tudo por aqui,mas isso até agora né por que com a sua chegada receio que a senhora irá comandar a casa,e a propósito ela está organizando todo o casamento conforme o senhor Oton mandou,e acredito que amanhã a senhorita irá adorar os doces,o bolo a decoração os........- corto ela.
- Bom já chega Jéssica eu realmente não estou interessada em nada sobre esse casamento,por mim seria apenas a cerimônia do cartório e mas nada,mas obrigada pelo seu entusiasmo me deixou bastante ansiosa. - dou um sorriso falso pra ela e então ela sai do quarto,retomo a minha leitura de onde parei e depois de um tempo meus olhos começam a pesar e eu pego no sono sem sentir,horas depois sou acordada com Jéssica segurando uma bandeja e uma outra senhora entrando no quarto com sorrisos de orelha a orelha.
- Bom dia senhorita eu me chamo Célia e preciso que a senhorita levante pois hoje é o seu casamento e daqui a pouco a cabeleireira e o maquiador estarão aqui para te arrumar. - olho de Jéssica pra a Célia, pego um travesseiro e o afundo em meu rosto já com os olhos marejados pois não esperava que seria tão rápido assim a minha nova prisão.