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Véu de Sangue

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Blurb

Eu fui ensinada a sorrir mesmo quando sangrava. A obedecer mesmo quando doía. A chamar de amor o que me destruía devagar. Meu nome é Elisa Valença, e o mundo acha que eu tenho tudo — mas ninguém sabe que o homem que segura minha mão é o mesmo que deixa marcas nela quando as portas se fecham. Na noite em que fugi, eu não procurava amor. Procurava ar. E encontrei Dante Moreau — o homem que mata por dinheiro e vive fugindo dos próprios fantasmas. Ele devia me entregar. Mas decidiu me esconder. Decidiu me ensinar o que é lutar. Decidiu me fazer sentir o que é viver no inferno e ainda assim querer ficar. Agora, somos dois pecados tentando se redimir no mesmo fogo. Ele, com as mãos sujas de sangue. Eu, com o coração coberto de véus. “Entre o que fomos e o que nos tornamos, só restou o amor — e ele também sabe matar.”

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O Noivo Perfeito
POV Elisa O vestido é leve. Mas eu sinto como se carregasse o peso do mundo costurado em cada renda feita a mão. As flores da mesa são brancas, caras e sem cheiro — como tudo o que me cerca. O salão está cheio. Gente bonita, algumas pessoas eu nem conheço, as taças cheias, música alta e ensaiada. Eu sou a única coisa viva tentando parecer morta. Meu pai, Antônio Valença, brilha entre empresários e políticos, contando piadas que ninguém entende, mas todos riem. Ele ergue a taça: — Ao futuro da família Valença. E todos brindam. Por um segundo, o som das taças me parece vidro quebrando. Ou talvez seja só a minha cabeça, que já se quebrou há muito tempo. Ao meu lado, Caio Ferraz segura minha mão. Os dedos dele são frios. Firmes demais. Sinto o anel pressionar a pele — um lembrete bonito de que não existe volta. Ele sorri. O sorriso que as câmeras amam. O mesmo sorriso que me observa até eu esquecer quem sou. A plateia suspira. — Casal perfeito. — Amor de novela. — Ela é tão sortuda. — Parabéns ao casal do ano. Sortuda. A palavra gruda na garganta como vidro moído. As pessoas me cercam com elogios que soam como sentenças. — Que vestido lindo. — Vocês nasceram um para o outro. — Ele é maravilhoso, Elisa. — Seus filhos serão lindos. Eu sorrio. Não porque quero. Mas porque aprendi que sorrir é a única forma de sobreviver. O jantar segue. Risos. Brindes. Fotógrafos. Tudo calculado. Até o ar parece ensaiado. Por dentro, meu coração lateja. A lembrança de outro nome, outro rosto, outra voz: Rafael. Aquele que me fazia rir de verdade. Que me chamava de amor como se o mundo fosse só nosso. Que prometeu lutar por mim. E mentiu. Meu pai encosta o copo na mesa. — Elisa, querida, brinde ao seu noivo. Levanto a taça. Os olhos de Caio se fixam nos meus. Azuis. Frios. Cheios de posse. — Ao amor. A taça treme na minha mão, mas ninguém percebe. Ou prefere não perceber. A hipocrisia é a gravata social que todo mundo veste sem reclamar. Caio beija minha mão. Lento. Calculado. As pessoas aplaudem. — É linda. — Ele é um homem de sorte. — Perfeitos um para o outro. Mas ninguém vê o jeito que o polegar dele aperta meu pulso. Nem a dor fina que sobe até o ombro. É um toque discreto, imperceptível — mas dentro de mim, tudo grita. — Relaxa, amor — ele sussurra. — Todo mundo está olhando. E sorri. Porque ele é bom nisso. Em parecer o homem que o mundo quer ver. E eu, o retrato da mulher que o mundo quer que exista. O jantar termina. As luzes abaixam. Os convidados saem com promessas vazias e parabéns automáticos. Minha mãe se despede rápido, com os olhos baixos. Elise, minha irmã gêmea, não apareceu. Talvez por se sentir culpada — tanto faz. Quando o salão esvazia, o ar muda. A música some. Mas o silêncio… o silêncio grita. Caio me guia até o carro. A mão firme nas minhas costas. O toque dele não era de carinho. É comando. No banco de trás, o motorista pergunta o destino. Caio responde por mim. Claro. Eu não tenho voz — só aparência. A cidade brilha pela janela. Tudo parece calmo. Bonito. Ordenado. Mas há algo podre no silêncio entre nós. Ele segura minha mão de novo. O mesmo gesto. A mesma força. Forte o bastante pra marcar. Suave o bastante pra ninguém perceber. — Você é perfeita, sabia? Perfeita. A palavra é um veneno doce. — E vai continuar assim, não vai? Você é muito inteligente pra tentar mudar isso. Olho pra frente. Não respondo. Ele encosta o rosto no meu pescoço. O perfume dele invade tudo. O medo também. — Fala, Elisa. — Vou continuar. Ele sorri. Satisfeito. Vitorioso. A lua nos observa pela janela, testemunha muda da cena. Quando chegamos, a porta da mansão se abre sozinha. Empregados treinados. Olhares submissos. Subo as escadas sentindo o anel pesar mais do que deveria. O corredor parece longo demais. Cada passo soa como sentença. No quarto, o espelho me espera. Meu reflexo é uma estranha: olhos sem cor, lábios sem riso. Uma boneca vestida de gente. O barulho da porta se fechando atrás de mim é baixo, mas parece um trovão. Ele se aproxima. Devagar. O mesmo homem que todos chamam de anjo. O mesmo que me faz temer até o próprio nome. Ele tira o paletó. Afrouxa a gravata. Olha pra mim. — Está linda. A voz é suave, mas carrega algo escondido. Alguma coisa que aprendi a reconhecer: não é pedido. É exigência. Fico imóvel. Ele se aproxima, segura meu queixo. O toque é leve — quase terno. Mas o olhar é de dono. De alguém que mede, calcula, decide. Por um segundo, o mundo parece suspenso. Então ele beija minha testa e sussurra: — Amanhã começa nossa vida. E eu quero que ela seja do meu jeito. Sorriso. Beijo. Controle. Quando ele sai, o silêncio volta como avalanche. Fico ali, parada, encarando meu reflexo. O pulso dói. A marca é quase invisível. Mas eu sei que está lá. Sento na cama e respiro. O véu branco pendurado no canto parece me observar. Bonito. Limpo. Mortal. Fecho os olhos. Tento imaginar outro futuro. Um onde o amor não doa, o toque não machuque, e o nome Elisa ainda pertença a mim. Mas nada vem. Só o som distante do mar... e a voz dele ecoando: Perfeita. Sempre perfeita. Deito. O travesseiro é macio demais pra tanto peso. As lágrimas vêm, discretas, disciplinadas. Aprendi até a chorar sem fazer barulho. E no meio da escuridão, uma promessa silenciosa nasce: Um dia, eu vou fugir. Nem que seja pro inferno… contanto que ele não esteja lá. O relógio marca meia-noite. A cidade dorme. E eu acordo pra dentro. O amor não salva. Mas um dia… eu vou. EM BREVE...

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