Capítulo 6

1113 Words
Capítulo 6 BIANCA NARRANDO A tensão no carro era insuportável. Piloto dirigia sem dizer uma palavra, mas o jeito que ele segurava o volante, com os nós dos dedos brancos, deixava claro que ele estava putö. Já eu, por mais que tentasse parecer calma, sentia meu coração martelando no peito como se fosse explodir. Até agora eu não estava entendendo que porrä estava acontecendo e porque esse cara estava praticamente me sequestrando. Olhei pela janela, tentando entender onde ele estava me levando. Não era um caminho que eu conhecia, isso eu tinha certeza. A vista do morro passava rápido, mas o silêncio dele era ainda mais inquietante do que o cenário ao redor. Bianca — Onde você tá me levando? — perguntei, quebrando o silêncio. Ele não respondeu de imediato. Só respirou fundo e apertou mais o volante, como se eu tivesse dito algo que ele não gostou. Piloto — Você não precisa saber. Bianca — Olha, se isso é alguma brincadeira idiotä… Piloto — Corta esse papo, pirralhä — ele interrompeu, a voz firme, carregada de autoridade. — Eu não tenho paciência pra joguinho. Engoli em seco, mas continuei encarando ele. Bianca — Eu não sei qual é o seu problema, mas você tá me sequestrando, sabia? Piloto soltou uma risada seca, mas não desviou os olhos da estrada. Piloto — Sequestrando? Você tá no meu morro. Aqui eu faço o que eu quiser. Eu quis gritar, bater nele, abrir a porta do carro e sair correndo, mas sabia que nada disso ia adiantar. Ele era como uma parede intransponível, um homem acostumado a dar ordens e ser obedecido. E eu não queria morrer tão nova. O carro parou em frente a uma casa enorme, de luxo, completamente fora do padrão que eu imaginava ver no morro. Piloto saiu do carro primeiro, abriu minha porta com um puxão brusco e me encarou. Piloto — Desce. Bianca — Eu não vou entrar aí. Ele deu um passo à frente, a expressão séria. Piloto — Filha da putä, não me faz repetir. Ainda hesitei, mas o olhar dele era tão carregado de raiva que meu corpo acabou se movendo por instinto. Assim que entrei na casa, ele bateu a porta atrás de mim, trancando-a com um clique que ecoou no silêncio. Bianca — Qual é a sua, hein? Você já tá velho para esse tipo de atitude. — perguntei, me virando pra ele. Piloto tirou o boné, passou a mão pelos cabelos e me olhou como se eu tivesse acabado de dizer a maior besteirä do mundo. Piloto — Eu que pergunto, Bianca. Qual é a tua? E já vou avisando que muitas aqui querem esse "velho". Bianca — O que você tá falando? Ele deu uma risada curta, mas não havia humor nela. Piloto — Para de se fazer de sonsa. Eu vi você lá na quadra, toda cheia de risadinha pro Rafael. Fiquei sem acreditar no que tava ouvindo. Bianca — Tá de brincadeira, né? Você me trouxe aqui por causa disso? O que você tem a ver com isso? Piloto — Por causa disso? — Ele deu um passo na minha direção, a proximidade me deixando tensa. — Pirralha, eu mando nesse morro. Eu vejo tudo. E eu não gostei do que vi. Soltei um suspiro frustrado, cruzando os braços. Bianca — Escuta aqui, Piloto, eu não sou sua. E, sinceramente, não tô entendendo o que você quer. Ele chegou mais perto, até ficar a poucos centímetros de mim, o olhar dele queimando como brasa. E eu senti um arrepio estranho. Piloto — Eu quero föder você. É simples. Meu coração disparou, mas eu mantive o rosto firme. Bianca — Pois vai ficar querendo. Eu nunca ficaria com um cara idiotä e arrogante como você. A reação dele foi instantânea. Piloto segurou meu queixo com força, inclinando meu rosto pra que eu não pudesse desviar o olhar. Piloto — Quanto? Fiquei tão chocada que levei alguns segundos pra processar o que ele tinha acabado de dizer. Bianca — Como é que é? Piloto — Quanto você quer pra passar a noite comigo? A indignação subiu como um fogo em mim, e eu tentei puxar meu rosto, mas a mão dele não me soltou. Bianca — Você tá louco? Eu não sou esse tipo de mulher, seu babacä! Ele riu, mas a risada dele era carregada de desprezo. Piloto — Então devia agradecer que eu tô te oferecendo dinheiro. Não é como se você fosse tudo isso. Aliás você é bem fraquinha para o nível de mulher que eu gosto. O sangue subiu pra minha cabeça, e eu senti a vontade de esbofetear ele. Mas eu sabia que, com um homem como Piloto, qualquer reação minha podia ser perigosa. Bianca — Me solta e me deixa ir embora. Ele estreitou os olhos, segurando meu queixo por mais alguns segundos antes de finalmente me soltar. Piloto — Tá bom. Mas lembra de uma coisa, pirralha: aqui no meu morro, quem dita as regras sou eu. E se eu quero... eu vou ter! Bianca — Eu não tô nem aí pras suas regras — retruquei, ajeitando minha postura. — Me deixa ir embora agora. Piloto pegou o rádio preso ao cinto e chamou alguém. Piloto — Traga o carro. Agora. Eu não sabia o que ele tava planejando, mas meu corpo inteiro tava em alerta. Alguns minutos depois, ouvi o motor de um carro chegando. Ele abriu a porta e um dos vapores dele apareceu na porta. Piloto — Leva ela pra casa — ele ordenou, apontando pra mim. Bianca — Não precisa. Eu posso ir sozinha. Piloto me olhou com aquele sorriso irritante e prepotente. Piloto — Eu não tô perguntando nada pra você. Vai e entra no carro. Meu sangue ferveu, mas me obriguei a manter a calma. Andei até o carro, mas antes de entrar, olhei pra ele. Bianca — Você é doente. Ele sorriu, mas o olhar dele tava cheio de algo que eu não consegui identificar . Piloto — Não ... eu sou pior que isso. Boa noite, pirralha . Entrei no carro, sentindo o coração disparado e as mãos trêmulas . Enquanto o veículo descia o morro, só conseguia pensar no olhar dele, no tom autoritário, no jeito possessivo . E, mesmo que eu quisesse negär, a tensão que existiu entre a gente foi algo que eu nunca tinha sentido antes. E isso me assustava mais do que qualquer ameaça. Porque por mais estranho que pareça eu fiquei completamente excitadä, mas isso eu nunca admitiria e ninguém precisava saber . Até porque depois do que aconteceu, e como esse cara me tratou, eu só poderia estar louca .
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