Oceanos

447 Words
Sonhei que me afogava. E enquanto tentava, com todas as minhas forças emergir, era puxada novamente para baixo. Era escuro, como se fosse o fundo de um oceano, sem vida. Observei os olhos de uma mulher que me encarava, tinha os cabelos dourados como os meus, eram olhos experientes, maduros. — Isabel? Abri os meus olhos e vi Christian, com os cabelos molhados, um sorriso pálido e as bochechas coradas com as covinhas que eu admirava tanto. — Está na hora de tomar seus remédios. — O que é? Ele pegou o frasco e direcionou a mim. — Vitaminas. Eu acho que vai ser bom, pra sua memória. — Eu não vou me lembrar de nada, Chris.— Lamentei, mas tomei os comprimidos mesmo assim. Christian suspirou e me entregou um copo d'água. — Por falar nisso... Sonhei com a minha mãe hoje. Christian arregalou os olhos. — E você critica minhas vitaminas? — ele brincou, arrancando um sorriso de mim, seguido por um toque leve repreensivo. — Não — Ri — Não foi bem uma lembrança. Mas eu a vi. Vi seu rosto cheio de expressões. Rochelly, uma moça de cabelos marrons entrou no quarto e deixou toalha e uma muda de roupas. — Obrigada — Disse, e ela retribuiu gentilmente com um sorriso. Eu me pus de pé e de repente minha visão ficou turva. Christian, que reparava eu me levantar, foi rápido o suficiente para me segurar quando meu corpo ameaçou desfalecer. — Você precisa ir ao médico para ver isso — Christian sugeriu, preocupado. — Eu estou bem — assegurei, enquanto minhas pernas traíam minha confiança, vacilando novamente. — Falo sério, Isabel. Diante da insistência de Christian, concordei em procurar um médico para avaliar minha condição. A fragilidade do meu corpo contrastava com a determinação que fervilhava em meu interior. No consultório médico, os exames tornaram-se uma extensão da minha rotina. Agulhas perfuraram minha pele, e máquinas emitiram sons monótonos. A espera pelos resultados era angustiante, e cada batida do meu coração ecoava a incerteza do futuro. Durante esse tempo de espera, Christian manteve-se ao meu lado, tornando-se o alicerce que sustentava minhas apreensões. Sua presença não só acalmava minhas ansiedades, mas também despertava emoções que eu m*l compreendia. Era como se cada olhar, cada toque, revelasse camadas mais profundas dos sentimentos que floresciam entre nós. Não demorou muito até que o Senador descobrisse e ficasse furioso por Christian ter me tirado da mansão. Observei os dois discutindo por fora do quarto do hospital, e no final, o Senador impôs as mãos nos ombros de Christian como se o compreendesse. Eu respirei aliviada por isso. O senador entrou no quarto logo em seguida.
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