Capítulo 14

1266 Words
***Dominique*** Minhas férias acabaram, mas eu ainda pude ficar um tempo no Brasil trabalhando de forma remota, Enrico me chamou para ir ao Caribe encontra-lo, e confesso que pensei muito nessa possibilidade, pensando pelo lado prático da coisa, não seria nada m*l, mas pensando racionalmente, é melhor me afastar de uma vez antes que eu me envolva mais. Na manhã antes de voltar de Angra dos Reis, ele estava no banho e seu celular ficou em cima do móvel da televisão, pude notar umas cinco notificações de mulheres diferentes no celular dele, não fiquei confortável, mas sempre soube onde estava me metendo, então, depois de muitas semanas pensando, acho que não vou levar isso até o casamento da minha melhor amiga, vou começar a me afastar e se lá tivermos alguma coisa, vai ser menos doloroso no final. Me mantive concentrada no trabalho, e aproveitando cada minuto com a minha família e amigos, me afastei do nerd gradativamente, para que ele não sentisse e não fosse r**m pra mim. - Ah Amora, você já está no Brasil há mais de dois meses e foi uma vez ao pub, de dia eu já desisti de te encontrar, aceita meu convite só hoje, sua chata – Léo ri do outro lado da linha. - Eu tô cansada, Leozinho, esse lance de estar aqui e trabalhar em fuso com quatorze horas a mais é estressante – falo desanimada. - Viu, mais um motivo, desestressar – respiro fundo com sua resposta. - Você é um chato, Leonardo – ele ri mais uma vez. - Passo aí nove e meia, não se atrase, tchau, Amora ácida! – não espera minha resposta e desliga. Sorrio colocando o celular de volta na carga. O Léo é uma boa companhia, um amigo de muitos anos, me levantei, tomei um banho e comecei a me arrumar, coloquei um vestido preto justo de alças finas e decote reto, saltos da mesma cor, fiz uma make um pouco mais pesada e deixei os cabelos soltos. - Wow, onde vai linda assim? – Meu pai pergunta assim que desço as escadas. - Vou ao pub com o Léo – sorrio indo até ele. - E aquele seu amigo, filho do Olavo, Enrico o nome dele, não é? – questiona me olhando. - É pai – sorrio – ele está fora a trabalho. - Então vai sair com o Leonardo? – diz curioso. - Sim papai, eu e o Léo somos amigos há anos, você sabe disso, e o Enrico também é só meu amigo – beijo seu rosto. - Amigos? – me olha com uma expressão confusa – tudo bem, prefiro não entender – ele ri. - Não precisa me esperar acordado, estou levando uma chave que a Lu me deu – escuto a buzina em frente à casa – boa noite papai – me despeço e saio. Cumprimento Léo quando entro no carro e seguimos para a boate, chegamos logo e a casa ainda não está muito cheia, entramos direto no camarote e Léo me levou até uma área exclusiva. - Pode me esperar aqui? Preciso resolver um probleminha no bar da pista, coisa rápida – o garçom traz uma taça com gin tônica e me entrega – os caras já estão chegando aí. - Claro, Léo – sento em uma poltrona – prometo não fugir – sorrio pra ele. - Não demoro, Amora – beija meu rosto e sai. Pego meu celular e abro o perfil de Enrico, tem um boomerang seu brindando com mais algumas pessoas, e pelo menos quatro daquelas mãos são de mulheres, mordo meu lábio reprimindo meus pensamentos. - Olha quem está por aqui! – Bernar, um dos amigos que Léo me apresentou aquela noite fala chamando minha atenção pra si. - Oi Bernar – sorrio me levantando para cumprimenta-lo. - Você está maravilhosa, Dominique – apoia a mão em minha cintura e beija meu rosto. - Obrigada – respondo me afastando. Em algumas horas a boate toda já estava bem cheia, eu ri, dancei e me diverti bastante com Leonardo e os amigos dele. - Seu namoradinho não veio hoje? – Bernar se aproximou por trás e falou em meu ouvido, me viro olhando pra ele. - Do que está falando? - O Ferraro, não é seu namorado? - Não – balanço a cabeça negativamente o fazendo sorrir. - Que bom – ele dá mais um passo em minha direção e eu recuo. - Viu o Léo? Vou me despedir, tô um pouco cansada e querendo ir embora. - Eu te levo – fala se aproximando novamente. - Melhor não, Bernar, você já bebeu, não quero desviar seu caminho – sorrio me afastando – até mais. Caminho pelo espaço e vejo Léo de longe. - Já vou, vizinho – digo o abraçando. - Já? O que aconteceu – beija meu rosto e se afasta para me olhar – Bernar tá te enchendo é? - Não – sorrio com a sua preocupação – ele até tentaria alguma coisa, mas escapei em tempo – pisco pra ele, Léo gargalha. - Qual é a sua e a do Enrico hein? - Não é – mostro a língua – a gente só se viu algumas vezes – dou ombros. - Sei – me olha desconfiado – de qualquer forma, o Bernar não é cara pra você, na verdade, você é muita areia pro caminhãozinho dele – faz uma careta. - Ótimo, obrigada por me avisar – respondo rindo – mas agora eu vou – beijo seu rosto – obrigada pela noite. Nos despedimos e eu vou pra casa. Na manhã seguinte, acordei cedo e saí com a Bella e a Luciana para uma volta no parque e depois passamos no mercado, combinamos de fazer um churrasco na casa do meu pai. Hoje minha mãe resolveu vir almoçar conosco, essa convivência que eles mantem é bem legal, tudo bem que não são melhores amigos, mas se respeitam e fazemos algumas coisas juntos, principalmente quando estou por aqui. - Você volta para Austrália quando, minha filha? – minha mãe pergunta. - Ainda não tenho data, mãe – digo terminando de fazer uma trança no cabelo da Bella – mas em alguns dias vou precisar viajar para a Europa. - Vai demorar muito a voltar, irmã? – Bella pergunta – queria que estivesse aqui no meu aniversário de seis anos – faz careta. - É só no meio do ano, amorzinho – beijo sua bochecha – prometo que vou tentar. Passamos a tarde juntos e fui pra cama cedo com a desculpa de fazer minha irmãzinha caçula dormir. Estava com o celular na mão atualizando um aplicativo quando recebo um direct de Enrico, abro e vejo fotos suas com uma mulher morena, solto o ar com força e em fração de segundos ele apaga as fotos, manda um “desculpa, pessoa errada” e fica offline. Poderia apostar um milhão de dólares que ele fez de propósito, eu só não consigo entender muito bem o porquê disso, tivemos dias incríveis, é verdade, mas paramos por aí, eu decidi me afastar e ele não procurou ou demonstrou qualquer sinal de que sentia falta ou algo do tipo, ele está de novo em uma ilha, e essa é um lugar turístico mundialmente famoso, quantas baladas, festas e mulheres bonitas tem ao seu redor? Se pra ele não tenho feito falta, por que continuar perdendo tempo? Sendo racional, essas fotos não me afetariam, mas como eu me deixei levar, elas me afetaram absurdamente. Respiro fundo, fecho os olhos e tento afastar qualquer que seja o sentimento que arde no meu peito.
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