Capítulo 1

1132 Words
Valentina Narrando ... Saio da Faculdade e sigo direto pro meu carro, conforme eu aperto os passos, sinto uma sensação de estar sendo observada, não gosto dessa sensação, não me causa medo, eu simplesmente não gosto de ser refém de " Surpresas ". Mesmo que os vapores do meu pai estejam por perto, a sensação não passa. Abro a porta do carro e entro. Dou partida sentindo meu peito acelerado, sigo o mesmo caminho que eu faço desde de quando comecei a faculdade. Faço todo o percurso indo direto pro Morro do Vidigal, onde o meu pai comanda a mais de 20 anos, e também é chefe da CV. O meu pai faz jus ao vulgo até hoje, não tem quem não sente medo quando ele fica bolado com alguma coisa. Minha mãe é totalmente oposta, uma calmaria sem igual, claro que quando é necessário, ela sabe se impor. Um casamento que pra mim é exemplo, são o deles, até hoje dentro da nossa casa o meu pai honra a minha mãe, sendo somente o Bruno, e ela sabe como domar ele, o mesmo diz que não vive sem a Ruiva dele não. Eu o admiro muito, porque ele é diferente dos donos de morro que muitas vezes frequentam os bailes da comunidade, mas ao invés de levarem a esposa, eles levam as amantes, as famosas putinhas ou marmitas de bandido. Ou até traz a mulher, mas a trata m*l, humilha na frente das outras pessoas, sabe, meu pai não é assim não, isso eu garanto, ele não fica pagando de emocionado na frente dos outros, mas é notório ver que a minha mãe é prioridade na vida dele. Dos meus três irmãos homens, o Nicolas é o mais mulherengo de todos, ele já passou o rodo em todas as minhas amigas, eu ficava muito putä da vida, tanto eu quanto a Helô, porque tem garotas que só se aproximam da gente por causa dos nossos irmãos, sinceramente da muita raiva, eu já até desisti de ter muita amizade, prefiro continuar com as minhas primas e as garotas mas próximas que são do morro do meu tio Tenebroso. Agora falando sobre relacionamento, eu fico com um rapaz da faculdade, só que obviamente é escondido do meu pai, não porque ele não aceita que as filhas nunca se relacionem com alguém, mas é que ele impôs uma regra que a gente só pode namorar depois dos 25 anos, parece brincadeira? Parece, mas é a mais pura verdade. Não gosto de esconder as coisas dele, mas não vejo outra opção, eu gosto do Raul, ele me proporciona momentos incríveis, a gente nunca transou, mas eu anseio ansiosamente por esse dia, talvez, seja na resenha que vai ter na casa dele no sábado e eu tô super ansiosa pra ir. Mordo meus lábios sentindo meu coração palpitando forte, eu não sei em que momento eu me distrai tanto, ao ponto de ter batido na traseira de um carro, só sinto um impacto e acabo indo pra trás. Vejo a porta do carro em minha frente sendo aberta e dela desce um homem lindo, apesar de aparentar ser mais velho que eu, seu semblante é sério, cara de poucos amigos, só aí eu tô vendo a merda que vai dar, estamos em uma rua praticamente deserta, então ele caminha na direção do meu carro, que homem lindo, nossa senhora das calcinhas molhadas, me acuda. Javier — Desce ___ sua voz sai grossa e autoritária, eu permaneço no meu lugar, quem ele pensa que é — Eu tô mandando você descer garota... — Quem você pensa que é pra falar assim comigo _ pergunto alterada, putä da vida e acabo descendo do carro, paro um passo afastada dele já que o mesmo encostou no meu carro, seus olhos sombrios me encaram de uma forma tão intensa que eu sinto minhas pernas amolecer, cruzo meus braços tentando não parecer intimidada por esse olhar, mas é quase impossível não sentir tensão, perto desse homem. Javier — Quem eu sou, não interessa a você, mas eu quero saber onde tu estava com a cabeça, quando bateu no meu carro ___ pergunta rude, sem cortar o contato visual, eu passo a mão no cabelo jogando o mesmo pra trás — Desculpa cara, eu não vi, na verdade eu vi mas estava distraída, leva no conserto, e me passa o orçamento que eu pago o prejuízo ___ digo dando um passo pra trás e ele n**a com a cabeça Javier — Dinheiro pra mim não é problema ___fala e eu sinto meu rosto pegando fogo — Então por que você veio me perturbar peste? Porque não seguiu o seu caminho, já que tu é o dono do malote ___ falo fazendo carão e ele aperta os olhos me encarando Javier — Garotinha Mimada.. putä que pario, eu deveria realmente te fazer pagar pelo prejuízo ___ diz e eu arqueio a sobrancelha de forma afrontosa — Mimada é teu... ___ não consigo terminar a frase, porque ouço o barulho de um carro acelerando e olho do lado, vendo o carro vindo na minha direção e num movimento rápido e brusco, o estranho m*l encarado me puxa, prendendo meu corpo ao dele, sinto meu coração acelerado e coloco a mão no seu peitoral, ainda atordoada tanto pelo impacto do susto, quanto pelo cheiro do perfume importado dele, que cheiro bom, ele me solta e eu caio na realidade, o mesmo não diz mais nada, apenas da as costas e sai indo em direção ao seu carro, ele entra e da partida sem olhar pra trás. Clack — Tá de boa ruiva ___ um dos vapores que está na minha contenção pergunta e eu manjo com a cabeça em concordância — mandei uns cria ir atrás do carro que tentou te atropelar, pode fica tega e seguir pro morro que eu tô logo atrás. — Tudo bem, obrigada ___ digo sorrindo sem mostrar os dentes e entro no carro outra vez. Passo a mão no rosto sentindo o mesmo pegando fogo, vejo meu celular vibrando e na tela aparecendo o nome do " Raul". Resolvo não atender agora, ligo o carro outra vez e sigo pro morro, certamente os meninos vão contar pro meu pai sobre o atentado e tô até vendo ele me proibir de sair, aquela sensação de estar sendo observada, eu sabia que não era atoa, eu sei que meu pai tem muitos inimigos e eles vivem tentando cercar a nossa família, mas agora eu quem vou me ferrar, meu pai vai querer brecar a minha saída do morro até pegar quem tentou me atropelar, nisso meus planos vão com Deus, suspiro fundo pensativa, acabo me lembrando daquele homem, se não fosse ele, talvez eu nem estaria aqui essa hora, sinceramente... Contínua...
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