capítulo 02

1202 Words
Chefe D narrando capítulo 02 Tem gente que nasce em berço de ouro. Eu nasci com um berço de cimento, cercado de tiro, sirene e grito de mãe. Nasci e cresci na Rocinha. A favela me ensinou tudo que sei. Aprendi cedo que o mundo não dá nada de graça ou você corre atrás, ou morre tentando. Meu nome? Ninguém aqui fala de verdade. Me chamam de D, ou Chefe D. O apelido veio antes do cargo. Comecei moleque, correndo de viatura, vendendo balinha na praia e depois levando recado pra bandido grande. Fui subindo porque sempre tive cabeça. Nunca fui de fazer barulho à toa. Onde uns resolviam no tiro, eu resolvia na estratégia. E quando o antigo chefe caiu numa emboscada, fui o único que sabia onde estavam os contatos, o dinheiro, os homens certos. Assumi sem ninguém questionar. Ser chefe não é só ostentar corrente grossa e carrão. É botar comida na mesa de quem te serve, pagar o remédio da mãe do soldado que tá preso, resolver confusão de morador antes da polícia aparecer. É respeitar quem te respeita. E ser c***l com quem tenta te derrubar. Mas até chefe cansa. Às vezes eu só queria silêncio. Só uma noite sem ter que pensar se amanhã vou acordar com o caveirão subindo o morro ou com algum traíra tentando tomar o meu lugar. Família não sei oque é isso, fui criado pela minha tia que quando eu entrei pro crime e viu que eh comecei ganhar dinheiro , só era bom pra ela por isso , porque desde então eu só era um encosto na vida dela , ela partiu dessa pra melhor , na moral foi tarde porque tava passando informação pros bota , armou casinha pra mim . Mas descobri antes , aí me diz isso e família? p***a nenhuma fi , não confio em ninguém cem por cento , a única que eu tenho um respeito é a dona celeste , ela que tem a chave da minha goma ,porque é ela que faz tudo por lá, cuida dos meus bagulho e faz um rango top . Tinha colado na barreira pra da umas ordens pros cria , a chuva tinha diminuido mais não tinha parado , rap maneiro no radinho, quando vi uma mina vindo. Cambaleando, molhada, um fantasma de salto alto no meio da quebrada. A galera parou, olhando com desconfiança, mas eu vi diferente. Vi desespero. Vi dor escondida por trás daquela pose de patricinha quebrada. E quando ela desmaiou, meu instinto foi mais rápido que meu raciocínio. Segurei antes dela cair no chão. Corpo gelado, leve, trêmulo. Nem pensei muito coloquei ela no meu carro e levei pra minha casa, chamei a dona celeste , a única que ia saber me ajudar . Ela chegou pouco tempo depois , cuidou da menina, deu banho, vestiu umas roupas minhas nela que eu fiquei puto de verdade , já nem sei onde eu tava com a cabeça quando fui inventar de trazer uma desconhecida pra dentro da minha casa . Ela tava delirando queimando de febre , falando varios bugulho que m*l dava pra entender mo brisa louca , dona celeste deu um remédio pra ela e ela apagou de vez . Tive que ajudar por na cama e ainda dormi no outro quarto só pra deixar a patricinha a vontade. É mole ? No outro dia , acordei cedo como de costume , fui pro meu quarto . E lá tava ela, dormindo na minha cama, parecendo mais menina que mulher...Fiz minha higiene , e voltei pro quarto fiquei deitado mais um pouco , pensando em varias fita , Quem sera que e ela , como ela veio para aqui , parece gente rica , a pele macia os cabelos , sera que e x9 se fazendo pro meu lado , p***a tantas possibilidades que eu nem sei oque pensar , quero ver quando ela acorda qual vai ser o papo que ela vai da. Fiquei indo de cinco em cinco minuto no quarto e nada . Ate que eu ja tava a ponto de acorda ela no grito pra saber de onde que ela é, quem mandou ? tava cheio de perguntas formuladas na mente . Mas quando acordou… os olhos azuis vermelho cheio de medo me encarando como se eu fosse um monstro ou um herói. Não sei. A forma como ela puxava o moletom, como me olhava tentando decifrar se eu era ameaça ou salvação… Alguma coisa me disse que aquela mulher ia me dar problema. E problema, às vezes… é exatamente o que a gente precisa pra continuar sentindo alguma coisa. Ela segurava o moletom com tanta força que parecia querer desaparecer dentro dele. Os olhos dela intensos, buscavam fuga por todo o quarto menos em mim. Foi aí que decidi provocar. Porque eu queria ver até onde ela aguentava. Me aproximei devagar, cada passo meu soava pesado no chão de madeira. Ajoelhei ao lado da cama, bem perto dela. Podia sentir o cheiro do sabonete que a tia usou nela, misturado com o resto do perfume caro que ainda grudava na pele. Mas o olhar ... esse era de orgulho ferido, de alguém tentando manter o pouco que restou da dignidade. Ela arregalou os olhos, o rosto corado, mas não respondeu. Só puxou o moletom mais pra baixo. O silêncio dela me divertia. Dava pra ver que não tava acostumada com homem que fala olhando no olho. Só com os que sorriem falso em mesa de jantar. - Que foi? Tá com vergonha agora? brinquei, encostando o cotovelo na cama, de forma casual, mas perto o suficiente pra ela sentir minha presença. - Dormiu aqui, usou minha cueca… tá praticamente morando comigo já. -Quem é você? Onde estou? eu preciso ir ... a voz dela saiu baixa, mas firme. Tinha mais orgulho do que força. - Me desculpa Eu… só… - Quem te mandou? tu veio a mando de quem , fala p***a . - Eu não vim a mando de ninguém, me deixa ir . ela falou perdida se tremendo . - Tu ta na Rocinha. E ainda bem que foi nos meus braços que desmaio . soltei de leve, encarando ela com um olhar mais sério agora. - Se tu tivesse caído em qualquer outro lugar… não sei se ia acordar num quarto limpo com café passando na cozinha. Ela mordeu o lábio, engolindo seco. Eu vi o medo, vi a confusão. Era o tipo de mulher que foi criada pra obedecer, mas nunca se sentiu viva fazendo isso. - Tô te devendo, então? rebateu, com a sobrancelha arqueada. Tentando jogar no mesmo tom. Linda. Arisca. -Ainda não, mas vou deixar isso anotado . -Talvez tu me pague com... um beijo de agradecimento. Ela virou o rosto, bufando, e sussurrou. - i****a. - E tu é metida, mas caiu aqui que nem anjo perdido. me levantei, caminhando até a porta.- Tô te esperando la embaixo quero saber como tu veio parar no meu morro . Falei e sai do quarto deixando ela do mesmo jeito olhar assustada e de medo . Bora meus amores adicionem na biblioteca pra me ajudar ....atualizações começam dia 30/05 VAMBORAAAAA....
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